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[Review] Hahanoha: um isekai sobre escolhas e consequências

Review do anime Chichi wa Eiyuu Haha wa Seirei Musume no Watashi wa Tenseisha: personagens Ori, Ellen e Rovel em família

Imagine renascer em um mundo de fantasia onde seu pai é o herói lendário do reino e sua mãe é a Rainha dos Espíritos. Para a pequena Ellen, essa é a realidade em Chichi wa Eiyuu, Haha wa Seirei Musume no Watashi wa Tenseisha (Dad is a Hero, Mom is a Spirit, I’m a Reincarnator). Mas não espere apenas fofura: com as memórias de sua vida passada como cientista, ela não usa a magia convencional de quatro elementos. Ellen utiliza sua compreensão da tabela periódica para manipular os espíritos elementais de formas que ninguém jamais imaginou. 

Em um cenário onde o amor familiar transborda, Ellen tenta equilibrar a paz entre dois mundos — o dos espíritos elementais e dos humanos — com as intrigas políticas de um reino que está de olho em sua existência (e seus poderes). Mas para cada escolha, existe uma consequência. Embarca comigo?

Ficha técnica: Chichi wa Eiyuu Haha wa Seirei Musume no Watashi wa Tenseisha

Anime: Chichi wa Eiyuu Haha wa Seirei Musume no Watashi wa Tenseisha 「父は英雄、母は精霊、娘の私は転生者。」

Gênero: Fantasia

Número de Episódios: 12

Estreia: 5 de outubro de 2025

Estúdio: J.C.Staff (Kaichou wa Maid-sama!, Nodame Cantabile, Kareshi Kanojo no Jijou, Maou 2099, Yarinaoshi Reijou wa Ryuutei Heika wo Kouryakuchuu, Sugar Apple Fairy Tale, Kujira no Kora wa Sajou ni Manabu!, Honey Lemon Soda)

Adaptação: light novel de Matsuura (história) e keepout (arte)


Ellen é filha de Rovel Vankreift, o maior herói do Reino de Tenbahl, e Origin, a Rainha do Reino Espiritual. A pequena de oito anos carrega memórias de sua vida passada como cientista e tem a habilidade de manipular os elementos da tabela periódica. Quando a ganância da família real e antigas maldições começam a ameaçar a paz da casa Vankreift, Ellen precisa usar seus conhecimentos para proteger sua família, enquanto lida com o peso de ser uma “Princesa Espiritual” em um mundo que nem sempre é gentil com sua espécie.

Entre doses de fofura em família e tensão política

Chichi wa Eiyuu, Haha wa Seirei Musume no Watashi wa Tenseisha começa como aquele anime perfeito para relaxar no domingo. Diferente da maioria dos animes do gênero isekai, o foco aqui não é na jornada solitária de um herói em busca de glória. O protagonismo envolve uma família “superpoderosa”: um pai herói lendário, uma mãe que é a Rainha dos Espíritos e uma filha que é a ponte científica entre esses dois mundos. 

Ellen, Rovel e Ori: dinâmica familiar

Um dos maiores acertos de Hahanoha é colocar a família no centro da narrativa. As interações entre Ellen, Rovel e Origin são genuinamente calorosas, com momentos cômicos e cenas cheias de carinho e amor. Rovel alterna entre o herói lendário e o pai babão, enquanto Ori equilibra sua autoridade espiritual com o afeto maternal. 

Ver Rovel fazendo birra para ganhar a atenção da filha ou agindo como um pai superprotetor — e parando no instante em que Ellen demonstra sinais de decepção — traz um humor leve que sustenta bem os primeiros episódios. 

O tom é leve, fofo e familiar, criando um contraste interessante com os rumos mais sérios que virão depois. No entanto, por trás de toda essa “fofura de domingo”, a história esconde camadas densas de drama. Aos poucos, esse clima aconchegante — quase slice of life — revela conflitos morais mais densos do que sua estética fofa sugere. A tensão política escala rapidamente quando o passado sombrio do Reino de Tenbahl e o abuso de poder contra os espíritos entram em rota de colisão com a felicidade da família Vankreift. 

Ciência contra política: dilema moral de Ellen

Diferente de outros protagonistas que apelam para a força, o verdadeiro poder da filha de Rovel e Ori vem da aplicação prática de seus conhecimentos. Ela não apenas conjura fogo, ela entende como funciona a combustão. Essa abordagem dá um frescor tático ao anime, especialmente quando Ellen precisa resolver problemas logísticos do reino, como a escassez de recursos ou crises sanitárias.

Apesar de seu enorme potencial, Ellen não é uma protagonista invencível. Seu verdadeiro trunfo está no raciocínio adulto herdado da vida passada e na forma estratégica com que usa seus poderes. Suas escolhas movem a história, para o bem ou para o mal, mesmo quando entram em conflito com a vontade de seus pais.

Justiça necessária ou excesso de poder?

Na reta final da temporada, o roteiro toma um rumo corajoso ao abordar uma epidemia, acompanhada por controle de recursos, impacto econômico e punições políticas. Aqui, vemos o lado cientista de Ellen aflorar de forma pragmática e, para alguns, até cruel.

Seja como for, Chichi wa Eiyuu, Haha wa Seirei Musume no Watashi wa Tenseisha se esforça para mostrar as consequências dessas escolhas. O rei Ravisel não é um “vilão” unidimensional, mas um governante manipulador preso entre a sobrevivência do reino e os erros do passado. 

Veredito: um Isekai com coração e consequências

Review do anime Chichi wa Eiyuu Haha wa Seirei Musume no Watashi wa Tenseisha: personagem Ellen olhando para trás

Chichi wa Eiyuu, Haha wa Seirei Musume no Watashi wa Tenseisha entrega momentos reconfortantes de “calorzinho no coração” no início. No decorrer da história, porém, o anime não tem medo de mergulhar em temas espinhosos como negligência familiar e as consequências econômicas de uma crise sanitária. Decisões narrativas que podem dividir o público e inclusive levantar o questionamento sobre quem é o verdadeiro vilão da história: a família real ou os Vankreift?

Por que pode valer a pena dar uma chance?

  • Dinâmica familiar: Rovel é o equilíbrio perfeito entre um herói badass e um pai coruja, tornando a interação entre o trio principal o ponto alto da obra.
  • Magia elemental: a manipulação de elementos químicos (tabela periódica) em vez de “fogo/água” gera soluções criativas para os conflitos.
  • Protagonismo feminino: Ellen toma decisões difíceis e moralmente complexas, mas assume as consequências de seus atos (mesmo os mais polêmicos).

Hahanoha é um anime que talvez não agrade a todos, mas oferece mais do que aparenta à primeira vista — especialmente para quem busca algo além do lugar-comum no gênero. A conclusão da temporada deixa em aberto questões sobre a maldição real e até a própria Rafilia, negligenciada não apenas por seus pais, mas pela família.


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O que você achou da atitude da Ellen no final da temporada? Foi longe demais com a política ou apenas defendeu sua família como uma verdadeira Vankreift? Comenta aí embaixo! ˆ-ˆv

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