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[Review] Saihito: a “vilã” que trocou a etiqueta por socos explosivos

Review do anime Saigo ni Hitotsu dake Onegai shitemo Yoroshii deshou ka: personagem Scarlet se prepara para mais uma dança de punhos

Quem nunca quis mandar a etiqueta para o espaço e fazer justiça com as próprias mãos? Saigo ni Hitotsu dake Onegai shitemo Yoroshii deshou ka (May I ask for one final thing?) surge como uma deliciosa ruptura das regras da nobreza na figura de uma protagonista que não fica apenas na vontade. Ela resolve tudo com a força dos seus punhos em uma dança de socos repleta de estilo, elegância e algumas doses de ironia.

Baseado na light novel de Ootori Nana e com produção do estúdio LIDENFILMS, o anime apresenta uma “vilã” que foge totalmente dos clichês de garota indefesa. Prepare o chá (e as ataduras para os punhos), porque Scarlet El Vandimion chegou para mostrar que a verdadeira nobreza pode ser, literalmente, impactante. Embarca comigo?

Ficha técnica: Saihito

Anime: Saigo ni Hitotsu dake Onegai shitemo Yoroshii deshou ka 「最後にひとつだけお願いしてもよろしいでしょうか」

Gênero: Ação, Comédia, Fantasia e Romance

Número de Episódios: 13

Estreia: 4 de outubro de 2025

Estúdio: LIDENFILMS (Kimi wa Houkago Insomnia, Kami wa Game ni Ueteiru, Bye Bye Earth, Lost Song, Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan, Mahoutsukai no Yakusoku, Goblin Slayer, Kishuku Gakkou no Juliet)

Adaptação: light novel de Ootori Nana (história) e Satsuki (arte)


Scarlet El Vandimion é uma jovem nobre conhecida por sua postura impecável… e um passado pouco compatível com os “bons modos” que a alta sociedade espera. Após anos suportando abusos do segundo príncipe Kyle, ela vê seu noivado ser publicamente desfeito durante um baile, sob falsas acusações de bullying. Rotulada como “vilã”, Scarlet decide parar de tolerar injustiças, deixando a etiqueta de lado e resolvendo seus conflitos com todos os nobres que a desprezaram da forma mais direta possível: soco por soco.

Um baile, um término e uma dança de socos inesquecível

A premissa de Saihito começa como muitos isekais ou tramas no estilo villainess: um baile luxuoso, um príncipe arrogante (Kyle) e uma acusação pública de bullying contra a nobre Scarlet El Vandimion. Mas é aqui que qualquer semelhança termina.

Em vez de lágrimas ou súplicas, Scarlet respira fundo e faz o pergunta que dá nome à obra: “Posso lhe pedir uma última coisa?”. O que vem a seguir não é um perdão, muito menos um cenário delicado, mas uma sequência de ação catártica. Scarlet decide revidar anos de abusos com a força de seus punhos. E eles não são leves.

Scarlet: a “vilã” que não pede desculpas por sua força

Extremamente cordial, elegante até no tom de voz, mas absolutamente devastadora em combate, Scarlet quebra o molde da protagonista que se coloca no papel de vítima ao não seguir o que se espera de uma “vilã”. Ela representa o equilíbrio perfeito entre a educação impecável de uma dama e a força bruta de um guerreiro. 

Em Saihito, redefinir esse arquétipo significa que ser vilã não é sobre fazer o mal, mas sobre recusar-se a aceitar o mal feito contra si. Essa força não é apenas física, é movida por convicção, orgulho e um senso de justiça muito próprio.

O que a torna uma personagem tão fascinante e marcante é a sua personalidade explosiva — um contraste com sua aparência refinada. Scarlet é impulsiva, perde a paciência fácil (ainda mais após as provocações do príncipe Julius) e sente um prazer genuíno em distribuir socos. Quanto mais, melhor. Essa combinação a impede de se tornar uma figura perfeita demais e torna cada episódio ainda mais divertido de acompanhar.

É aqui que o título da obra ganha seu verdadeiro significado: o “último pedido” de Scarlet não é por clemência, mas uma permissão educada para finalmente fazer justiça com as próprias mãos — ou melhor, com os próprios punhos.

Príncipe, aliados e rivais: o elenco de apoio que sustenta o caos

Embora Scarlet roube os holofotes toda vez que entra em cena, o anime não falha em cultivar um elenco relevante para a história não ser apenas sobre porrada. O primeiro príncipe Julius é seu contraponto. Ele é estratégico, provocador e sempre sabe o que esperar da Scarlet. Em vez de tentar “domá-la”, ele está sempre por perto para apreciar (e usar) o caos que ela gera a seu favor.

A dinâmica entre os dois envolve um mix entre provocações, tensão romântica e humor afiado. Mas qualquer sinal de romance é plano de fundo e talvez seja melhor assim, já que falta aquela faísca para convencer que Julius e Scarlet formam um bom casal.

Os coadjuvantes cumprem bem seu papel ao revelar diferentes facetas da protagonista. Dios e Alphreim Rhea Vankish também não perdem a chance de provocar Scarlet, nem a oportunidade de flertar com ela — mesmo sem qualquer reação favorável. São dois personagens divertidos, que poderiam ganhar mais espaço e arcos próprios se Saigo ni Hitotsu dake Onegai shitemo Yoroshii deshou ka fosse além de 12 episódios. E o Nanaka que revela seu lado mais calmo (difícil de acreditar, mas tem).

Já a verdadeira antagonista não é apenas mais um obstáculo a ser esmagado pelos punhos de Scarlet. Tenerezza esconde camadas mais profundas, como sua verdadeira origem e conexão divina, mas suas motivações são rasas. Mesmo assim, sua presença exige que Scarlet cresça, estabeleça alianças e pense além da força bruta.

A elegância dita a estética, o tom e o ritmo

O visual do anime é um banquete para quem gosta de designs de época. São elegantes, expressivos e favorecem a imponência de Scarlet. Até mesmo as cenas de luta ficam mais bonitas com o contraste entre o vestido vermelho e o sangue, embalando uma coreografia que não mostra apenas socos aleatórios. Mérito do estúdio LIDENFILMS. Cada movimento tem peso, intenção e uma dança de punhos que é visualmente gratificante. 

A animação não busca grandiosidade constante, mas é funcional e competente, entregando impacto quando realmente importa. A trilha sonora, por sua vez, complementa bem o tom da obra e ajuda a equilibrar ação, humor e momentos mais emotivos — mas sem deixar uma impressão memorável.

Veredito: a justiça nunca foi tão elegante (nem tão dolorosa)

Review do anime Saigo ni Hitotsu dake Onegai shitemo Yoroshii deshou ka: personagem Scarlet com seu imponente vestido vermelho de dama e manchas de sangue no rosto

Saigo ni Hitotsu dake Onegai shitemo Yoroshii deshou ka não é um anime que tenta reinventar a roda da fantasia, mas ele a decora com ouro e depois a usa para atropelar as injustiças. Seu maior trunfo está na execução confiante: uma mulher que se recusa a aceitar o papel de vítima e resolve os problemas com os próprios punhos. É divertido, ousado, visualmente bonito e incrivelmente cativante.

Por que pode valer a pena dar uma chance?

  • Catarse pura: é extremamente satisfatório ver uma protagonista que não espera ser salva pelo príncipe e resolve seus problemas com autonomia (e força física).
  • Subversão divertida: Scarlet derruba os clichês de vilã ao misturar etiqueta aristocrática com um humor ácido e uma vontade incontrolável de socar alguém.
  • Ritmo sem enrolação: com apenas 13 episódios, a narrativa flui sem “fillers”, entregando revelações importantes e lutas épicas em quase todos os episódios.

Para quem busca entretenimento direto e uma protagonista que transborda carisma, é uma recomendação fácil. Se Scarlet perguntar se pode fazer um pedido final, a resposta é um sonoro: “Sim!” E que venham dezenas de socos bem dados. Afinal, a justiça nunca foi tão elegante, nem tão dolorosa — pelo menos para quem passou pelos punhos da “vilã” de Saihito.


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