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[Review] GaCen Shoujo to Ibunka Kouryuu: fichas de amor ou amizade?

Cena do anime Game Center Shoujo to Ibunka Kouryuu com Lily e Renji

Entrar em um game center sempre traz aquela sensação de nostalgia misturada a novas descobertas: luzes piscando, o som dos controles das máquinas de fliperama em disputa e prêmios esperando quem tiver um pouco de sorte. Imagine unir esse ambiente vibrante a uma conexão cultural entre personagens de mundos diferentes. Essa é a proposta de Game Center Shoujo to Ibunka Kouryuu 「ゲーセン少女と異文化交流」, uma comédia romântica que tenta superar algumas barreiras, especialmente a linguística.

A adaptação do web mangá de Yasuhara Hirokazu pelo estúdio Nomad ganhou 12 episódios. Apesar de se encaixar no gênero rom-com, o que começa com uma declaração no game center logo se transforma em um slice of life construído a partir de amizades, diferenças culturais e linguísticas e, claro, muitas fichas. Embarca comigo?

Ficha técnica de GaCen Shoujo to Ibunka Kouryuu

Anime: Game Center Shoujo to Ibunka Kouryuu 

Gênero: Comédia e Romance

Número de Episódios: 12 

Estreia: 6 de julho de 2025

Estúdio: Nomad (Koi to Yobu ni wa Kimochi Warui e Rozen Maiden)

Adaptação: web mangá de Yasuhara Hirokazu


Tudo começa com um encontro cultural no Valentine’s Day. Lily Baker, uma garota britânica recém-chegada ao Japão, aposta todas as fichas em uma máquina de bichinhos. Após falhar repetidamente, ela recebe ajuda de Kusakabe Renji, funcionário do arcade que acaba ganhando o prêmio para ela. O gesto, inocente aos olhos de Renji, é interpretado por Lily como uma declaração de amor: um mal-entendido cultural que dá o pontapé inicial para a amizade dos dois. A partir daí, eles passam a trocar um diário para aprender mais sobre suas culturas, em meio a torneios de fliperama, encontros casuais e um romance que pode ou não acontecer.

Review de GaCen Shoujo to Ibunka Kouryuu

GaCen não é exatamente o tipo de anime que costumo acompanhar, tanto pelos traços como pelo estilo dos personagens. O contexto cultural foi o principal motivo. Se você quiser incluir a obra na sua lista pelo mesmo motivo, recomendo buscar outras opções. Game Center Shoujo to Ibunka Kouryuu começa com o foco nesse encontro entre diferentes culturas, mas, conforme os episódios avançam, a história passa a focar muito mais no dia a dia de Lily e suas amigas da escola no game center.

A premissa era ser uma comédia romântica. Minha expectativa era ver como as trocas culturais seriam apresentadas. No final, quem sai com a vitória é o slice of life descontraído, que mostra as interações de Lily com Renji e Aoi, incluindo as amigas Hotaru e Karin. A proposta de intercâmbio cultural se dilui após os episódios iniciais, cedendo espaço para situações cômicas e leves dentro do arcade.

Como Lily vem de fora e ainda não tem muito tempo no Japão, imaginei que teríamos muitos diálogos em inglês. No entanto, quando ela está em casa com a mãe as duas conversam em japonês como se fosse o idioma nativo delas. Quando está com Renji ou as amigas, ela arrisca uma ou outra palavra e, no final, já está falando até com certa fluência. Pode ser que a troca dos diários tenha ajudado no aprendizado de Lily, mas o anime não deixa isso claro. A sensação que fica é que ela aprendeu a falar japonês como se fosse um passe de mágica.

Impressões finais

Game Center Shoujo to Ibunka Kouryuu é uma comédia romântica leve (bem leve) para acompanhar sem grandes compromissos. Não há desenvolvimento nesse aspecto, até porque envolve uma diferença de idade que pode criar algumas polêmicas. Lily tem uma queda por Renji. Embora esteja ciente disso, ele tenta lidar com ela como um amigo ou uma espécie de guardião. E faz sentido.

Só queria que tivessem tido um cuidado maior com o idioma, além de mostrar mais as diferenças culturais em costumes, comidas. Mais do que um rom-com ou um slice of life, o intercâmbio cultural deveria ter assumido o protagonismo aqui — tanto para diferenciar a obra de outras do gênero quanto para deixar sua marca. A tela final depois dos créditos exibe um “game over” que logo é substituído por um “continue?”. Será que vem aí uma segunda temporada? Se o foco não mudar, dificilmente vou acompanhar.

Por falar em explorar o potencial cultural, Zatsu Tabi: That’s Journey pode não ser sobre intercâmbio, mas mostra diferentes lados do Japão. ˆ-ˆv

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