
O primeiro amor costuma ser um turbilhão de descobertas, dúvidas e inseguranças, principalmente em um ambiente tão intenso quanto o colegial. Busu ni Hanataba wo 「ブスに花束を。」 ganha vida em um dos momentos mais brilhantes da juventude. Entre os canteiros de flores da escola, uma garota que se vê apenas como “um rosto do fundo da sala” encontra a chance inesperada de viver aquilo que só conhecia nas páginas de seus mangás shoujo: uma história de amor.
O anime estreou em no dia 4 de julho de 2025, adaptando o mangá homônimo escrito e ilustrado por Sakura Roku com produção do estúdio SILVER LINK. Em um mix de romance e comédia, a história também traz reflexões sobre autoestima, acompanhadas por uma série de mal-entendidos. Embarca comigo?
Ficha técnica de Busu ni Hanataba wo
Anime: Busu ni Hanataba wo
Gênero: Romance e Comédia
Número de Episódios: 12
Estreia: 4 de julho de 2025
Estúdio: SILVER LINK (Hamefura, KimiSen, Tearmoon Teikoku Monogatari: Dantoudai kara Hajimaru, Hime no Tensei Gyakuten Story, Fate/Grand Order)
Adaptação: mangá de Sakura Roku
Desajeitada, tímida e com a autoestima baixa, Tabata Hana acredita que romances como os que ela lê em seus mangás favoritos não são para ela. Seu refúgio é um canteiro no jardim da escola, que recebe seus cuidados diariamente. É nesse espaço que ela acaba conhecendo melhor Ueno Yousuke, o garoto mais bonito e gentil da turma. Em meio a flores e inseguranças, a amizade entre os dois dá início a uma relação delicada sobre autoaceitação e o florescer de um amor improvável aos olhos dos outros.
Review de Busu ni Hanataba wo
Como primeira impressão, Busu ni Hanataba wo traz a atmosfera de obras como Kimi ni Todoke e Honey Lemon Soda, equilibrando momentos fofos com uma comédia leve. A protagonista é desajeitada, mas tem um charme próprio, e Ueno, apesar de seu status de “príncipe da escola”, ganha diferentes expressões conforme seus sentimentos florescem. A trilha sonora também ajuda a compor o clima, especialmente a abertura “BLOOM” do TWS com participação de Ayumu Imazu, que reforça o tom esperançoso da narrativa.
A maior diferença entre os três títulos está no desenvolvimento dos personagens, especialmente do casal protagonista. Nesse quesito, do lado das meninas, Ishimori sai na frente. Kuronuma até dá alguns passos além da sua zona de conforto (ainda não vi a 3ª temporada), enquanto Tabata termina o anime praticamente da mesma forma como começou — só que agora tem alguém para dividir suas inseguranças.
Do lado dos meninos, Miura ajuda Ishimori a se projetar para o mundo de um jeito um pouco “agressivo” se a gente comparar com a forma gentil como Kazehaya contribui para a evolução de Kuronuma. Do trio, Ueno parece ser o protagonista que menos provoca mudanças em Tabata. A impressão que passa é que os dois compartilham quase o mesmo nível de incertezas dentro do contraste de contextos de cada um. Isso fica ainda mais evidente na presença do irmão mais novo de Ueno, Keisuke, mais maduro que os dois.
Nem todo jardim floresce sem tempestades
Busu ni Hanataba wo não se arrisca em explorar novos caminhos, mas cultiva o que promete: um romance escolar doce, que flui naturalmente e é fácil de se identificar. Se o desenvolvimento dos personagens fica na superfície, sem espaço para florescer, a naturalidade com que os dois começam a se dar conta de seus sentimentos um pelo outro (principalmente Ueno) é explorada de uma forma mais profunda — com as doses certas de água. E esse, para mim, é o seu maior apelo.
>>> Alerta de spoiler!
No penúltimo episódio, quando Ueno finalmente se declara para Tabata, tudo parece natural. Sua declaração de amor é simples, mas fofa e combina com a suavidade de se tornar consciente do que sente aos poucos, cercado por dúvidas e sem saber como agir. A cena parece natural, próxima da realidade e fácil de se conectar.
O último episódio tomou um rumo um pouco dramático por causa da personalidade de Tabata e seu hábito de interpretar os sentimentos dos outros apenas como gentileza. Mesmo com a confissão de amor do Ueno, ela pensou que ele estava tentando confortá-la e nada mais. Como podemos culpá-la, não é mesmo? O que importa é que deu tudo certo no final.
A única coisa que eu acho que deveria ser melhor explorada ou deixada de fora da história é a introdução do Akabane-kun, tentando se desculpar por chamar Tabata de feia em um passado escolar. Eu sei que a presença dele meio que deu um empurrãozinho para o Ueno agir, mas no final ele perdeu a chance de pedir desculpas. E isso ficou meio solto no roteiro. Além disso, Ueno foi tão rápido em entender errado o relacionamento dele com Tabata. Por mais um mal-entendido, o relacionamento dos dois ficou por um fio. Espero que eles fiquem bem agora que começaram a namorar em segredo.
Acompanhar o anime nos últimos meses foi uma experiência fofa com seus altos e baixos: muito pouco desenvolvimento dos personagens, um romance que evolui de forma natural e uma abertura marcante na voz do TWS. Obras similares do gênero deixam uma impressão mais forte por arriscarem passos maiores além da zona de conforto. Em essência, Tabata e Ueno são os mesmos do início ao fim. A única mudança, basicamente, é o relacionamento deles.
Meu personagem favorito do anime é o irmão mais novo de Ueno, Keisuke. Gostaria que tivéssemos visto mais dele. Um spin-off poderia ser uma boa adição ao repertório. Saya-chan também é divertida.
Busu ni Hanataba wo é um rom-com agradável, do tipo que você admira como se fosse uma flor. Em seu canteiro, tem tudo o que você espera de uma comédia romântica típica: mal-entendidos (vários deles), ciúmes, mix de ansiedade e angústia por não saber o que outro pensa, a garota popular (Uguisudani) que gosta do garoto popular e o amigo fiel (Gotanda) que está sempre por perto.
Se você prefere uma protagonista que não se rende aos encantos do mundo shoujo, Romantic Killer merece um play na sua maratona. ˆ-ˆv