
Imagine abrir um aplicativo no celular e ser sugado para dentro de um jogo onde perder vai além de uma derrota virtual — significa morrer na vida real. Parece exagerado? Já vimos isso, de certa forma, em Sword Art Online e, mais recentemente, em séries como Alice in Borderland e Squid Game. Essa também é a premissa de Darwin’s Game 「ダーウィンズゲーム」, anime baseado no mangá de FLIPFLOPs e com produção do estúdio Nexus (Kage no Jitsuryokusha ni Naritakute!).
Assim como a luz com a cobra que aparece na tela quando um novo jogador se loga no game, Darwin’s Game praticamente brilhou na minha lista de animes — como se estivesse chamando minha atenção. A obra acabou me atraindo e, hoje, estou aqui para compartilhar o que achei dos seus 11 episódios. Vem comigo?
Ficha técnica de Darwin’s Game
Anime: Darwin’s Game
Gênero: Ação, Mistério, Sci-Fi e Suspense
Número de Episódios: 11
Estreia: 4 de janeiro de 2020
Estúdio: Nexus
Adaptação: mangá de FLIPFLOPs
À primeira vista, Darwin’s Game parece apenas mais um jogo entre tantos no celular, mas basta fazer o login para descobrir que vai muito além de um simples entretenimento. Sem conhecer sua verdadeira natureza, Sudou Kaname aceita o convite de um amigo para participar do game e entra em um jogo de sobrevivência onde cada jogador possui um Sigil — uma habilidade única com poderes sobrenaturais. O problema é que este “jogo” acontece no mundo real, e uma derrota virtual significa morrer de verdade. Será que a seleção natural de Charles Darwin em que apenas o mais forte sobrevive ditará as regras do jogo?
Review de Darwin’s Game
Logo no primeiro episódio, somos ‘jogados’ no inquietante universo de Darwin’s Game. A forma como Kaname precisa reagir quase que instintivamente para sobreviver em um ambiente desconhecido e hostil me fez lembrar de Gantz 「ガンツ」. Os dois animes provocaram sensações similares e deixaram aquele gostinho de quero mais.
Ao invés de ser um protagonista passivo ou apenas guiado pela sorte, Kaname é inteligente, resiliente e tem liderança nata. Seu crescimento ao longo dos 11 episódios de Darwin’s Game chama a atenção. Ele começa como um estudante comum sem qualquer conhecimento ou habilidade excepcional e, gradualmente, se transforma em um líder respeitado e determinado, sem perder sua humanidade.
Um dos grandes trunfos do anime é a variedade de personagens (cada um com uma personalidade bem definida) e suas interações. Entre eles, Shuka — a “Rainha Invicta” do jogo — é a mais carismática. A voz delicada de Ueda Reina combina tão bem, seja nos confrontos onde ela deixa aflorar a ferocidade de uma guerreira em busca da vitória ou nos momentos doces ao lado de Kaname. A química entre os dois é natural, e embora o romance não seja o foco, funciona como uma válvula de escape emocional no meio do caos.
>>> Alerta de spoiler!
Fui a única a me decepcionar com o destino de Shinozuka Youta? Quando ele é forçado a entrar no jogo, esperei um plot twist. Mas não! Pra que despertar uma habilidade e morrer em seguida?
As batalhas são bem coreografadas e têm peso real. Os Sigils não são apenas poderes aleatórios: cada um deles é integrado de forma estratégica aos combates, tornando cada luta imprevisível e envolvente. E o melhor: o anime não cai no erro de fazer tudo girar em torno da força bruta. Em Darwin’s Game, inteligência e adaptação são as verdadeiras armas.
Animação, trilha sonora e o universo de Darwin’s Game
Visualmente, o anime é consistente. O estúdio Nexus entrega uma animação fluida, com destaque para o uso de cores mais escuras e uma ambientação urbana que reforça a tensão do jogo. A trilha sonora, embora não seja memorável em todos os momentos, se sobressai quando precisa. Tanto a opening “CHAIN” (ASCA) quanto a ending “Alive” (Mashiro Ayano) são impactantes e refletem bem o tom sombrio do anime.
Outro ponto forte é a construção do mundo de Darwin’s Game. Mesmo com apenas uma temporada, o anime consegue apresentar não só o jogo, mas também sua organização interna, as regras por trás dele, as recompensas, e o mistério envolvendo os administradores. Claro que, pela limitação de apenas 11 episódios, esses temas não são aprofundados e, no final, deixam muitas perguntas no ar.
A criação dos clãs, como o Eighth do infame Wang e o Sunset Ravens liderado por Kaname, também adiciona um toque de RPG ao estilo battle royale. Isso ajuda a ampliar a ambientação, enquanto separa o mundo real do universo do jogo e suas estratégias.
Impressões finais de Darwin’s Game
Será que apenas o mais forte sobrevive ou são as estratégias que guiam o caminho até a vitória? O final não oferece todas as respostas, mas dá um fechamento satisfatório ao arco da temporada, ao mesmo tempo que deixa espaço para uma continuação. Infelizmente, até o momento, uma segunda temporada ainda não foi anunciada — o que é uma pena, considerando o potencial absurdo que a história tem para crescer.
>>> Alerta de spoiler!
O game master finalmente aparece, sem se revelar muito, no final do anime só para deixar aquela vontade de saber o que vai acontecer no jogo com Kaname supostamente assumindo o papel do Wang. E aquelas pessoas assistindo tudo de camarote? A Liu Xuelan, 1ª no ranking, é uma delas. Quem são elas afinal? Será que tem a mesma premissa de Squid Game?
Darwin’s Game é uma mistura afiada de ação, mistério e tensão psicológica, com personagens cativantes e uma narrativa que prende desde o primeiro episódio. Se você gosta de thrillers com pitadas de ficção científica, lutas estratégicas e protagonistas que evoluem, esse anime pode ser uma aposta certeira. Só não se esqueça: nesse jogo, a única regra é sobreviver. Podemos ter uma segunda temporada urgente? ;P
Solo Leveling não é um jogo, mas também é movido por uma luta pela sobrevivência e faz jus a todo o hype que recebeu.