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Curitiba: o lado verde de uma cidade ecologicamente sustentável

E o roteiro de viagem por Curitiba continua! Aliás, quem pensa na capital paranaense logo já vai lembrando da famosa estufa de vidro com estrutura metálica do Jardim Botânico. O cartão-postal curitibano foi o ponto de partida para outras visitas em lugares tão incríveis quanto. Afinal, para ser uma das cidades brasileiras mais bem preparadas para o turismo, opções não podem faltar para entreter os viajantes, não é mesmo?

Tem muita área verde para explorar, sem contar a parte cultural com o Museu Oscar Niemeyer, também conhecido como Museu do Olho, que impressiona pela arquitetura e pelas exposições interativas que nos convidam a embarcar em uma experiência inesquecível.

44_Viagem Curitiba, Paraná (Natália Cagnani)

Com uma água de coco na mão para hidratar e refrescar o calor, embarcamos na Linha Turismo de Curitiba na parada do Jardim Botânico. Recomendo demais o passeio, principalmente se é sua primeira vez na capital do Paraná. O ônibus de dois andares percorre um circuito de 44 quilômetros pela cidade, passando por 24 paradas turísticas em cerca de 2 horas e meia, sem contar as paradas pelo caminho. Ao comprar o ticket, que custa R$45, você tem direito a uma cartela com 5 tickets, um para o embarque e outros 4 para reembarques. É mais flexível que um city tour tradicional, funciona como um hop-on hop-off. Aí você pode escolher onde subir e onde descer, dentro desses quatro reembarques, visitando os lugares que mais gostar.

O primeiro ônibus sai às 9h da Praça Tiradentes e conta com uma tabela de horários fixos para você se programar melhor. O embarque pode ser feito em qualquer uma das 24 paradas pela cidade. A Linha Turismo funciona de terça a domingo até as 17h, com saídas a cada 30 minutos, e ainda conta com gravações em português, inglês e espanhol com informações turísticas.

Escolhemos o Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico, como nossa primeira parada. Como minha viagem completou dois anos, eu não me recordo qual era a exposição na época, mas o que eu mais gostei é que tudo era interativo. Talvez não tudo, mas a maior parte das mostras. Foi bem legal! Vou deixar pelo menos as fotos aqui para compartilhar com vocês.

Além da visita, o próprio MON é uma atração à parte. Ver o projeto arquitetônico de perto, ao vivo e a cores, é indescritível. O museu que leva o nome de seu criador abre de terça a domingo e a entrada é R$20.

Dali, fomos a pé até o Bosque João Paulo II, também conhecido como Bosque do Papa. O nome é uma homenagem ao líder religioso que esteve à frente da Igreja Católica até 2005, quando faleceu. Além da área verde, o espaço conta com uma aldeia polonesa, lembrando as origens do Papa, e uma capela, que recebeu a visita do religioso em 1980. Tem exposição de trajes e utensílios típicos e a entrada é gratuita.

Por falar em áreas verdes, isso Curitiba tem de sobra. São quase 30 espaços de integração com a natureza espalhados pela cidade, entre praças, parques, bosques e jardins. Opções de lazer para turistas e moradores, os parques são bem mantidos, têm entrada gratuita e entram no circuito da Linha Turismo.

39_Viagem Curitiba, Paraná (Natália Cagnani)

De volta ao ônibus, depois de caminhar pelo Bosque do Papa, passamos pelo Bosque Alemão. Pelo tempo, nossa visita foi só de passagem mesmo, com uma rápida parada de 30 minutos perto de um mirante, até que o ônibus voltasse a circular. Eu fiquei com vontade de explorar melhor o lugar, principalmente três pontos: a casa da bruxa, a trilha que conta a história de João e Maria e a Torre dos Filósofos (dizem que a vista lá de cima é incrível). Além das atrações, o bosque é um pedacinho da Alemanha no Paraná. Para quem gosta da cultura alemã, pode ser uma boa pedida.

Depois do intervalo, seguimos viagem até a nossa segunda parada. Escolhemos descer em outro cartão-postal de Curitiba, a Ópera de Arame. O cenário parece um refúgio da natureza no meio da cidade. Tem um lago com uma pequena cachoeira, muito verde e uma grande estrutura feita de tubos de aço e vidro, que abriga um teatro onde acontecem shows.

Ao lado da Ópera de Arame, tem outra atração: a Pedreira Paulo Leminski. Eu não me lembro se o lugar estava aberto a visitações no dia ou se escolhemos deixar de fora do roteiro pelo tempo que tínhamos, mas a pedreira desativada também recebe uma agenda de shows.

49_Viagem Curitiba, Paraná (Natália Cagnani)

A visita à Ópera de Arame foi rápida. Algumas fotos, suspiros e voilá. Hora de embarcar para a nossa terceira parada: o Parque Tanguá, à beira do Rio Barigui. Este lugar tem um fato curioso. Antes de ser aberto ao público com todo o verde que conhecemos, o parque funcionava como um complexo de pedreiras, que serviu para a reciclagem de lixo industrial e entulho.

Hoje o Parque Tanguá se divide em duas áreas. Na parte alta, um mirante de 65m de altura com vista para a natureza curitibana, uma cascata e um jardim no estilo francês. É considerado um dos melhores lugares da capital paranaense para apreciar o pôr do sol. Na parte baixa, um lago, pistas de caminhada, uma cachoeira artificial e um túnel escavado na rocha.

Como o pôr do sol já estava próximo, aproveitamos o cenário para apreciar a mudança tênue nas cores do sol, levemente alanrajadas e rosadas. É uma pena que o céu estava tão nublado, aí não conseguimos ter a experiência completa, com a vista do sol se pondo. Os dois próximos parques que “visitamos” foram apenas de passagem, do ônibus, sem descer. O primeiro deles é o Parque Tingui, que leva o nome da tribo que habitava a região. É lá que fica o Memorial Ucraniano, com uma réplica da Igreja de São Miguel Arcanjo – símbolo da colonização ucraniana – além de uma pequena ciclovia.

A segunda visita rápida foi no Parque Barigui, um dos maiores da cidade e também um dos mais frequentados pelos curitibanos. A extensa área verde conta com quiosques e espaço para caminhadas, corridas, ciclismo, piquenique, além de um grande lago e o Museu do Automóvel.

Além de uma cidade completa e com transporte público eficiente, Curitiba conquista seus visitantes com museus e uma área verde que impressiona. O mais legal é que tudo pode ser facilmente explorado a pé, de ônibus ou com a Linha Turismo, que passa pelos principais cartões postais curitibanos. Poucas cidades no Brasil são tão amigáveis e tão abertas a novas culturas como a capital do Paraná. Talvez por isso tantos imigrantes ficaram por lá. Curitiba é um mix de alemães, poloneses, japoneses, ucranianos e italianos. Ah! Este pedacinho da Itália é assunto para o próximo post.

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