
Athanasia é uma princesa marcada por um destino cruel. Consciente do que a aguarda, ela usa sua inteligência e carisma para tentar reescrever a própria história enquanto busca derreter o coração de gelo do imperador Claude: um pai distante, temido e profundamente ferido pelo passado. Em sua outra linha do tempo, é justamente ele quem ordena sua execução. Em Mofa Gongzhu de Xiao Fannao (Who Made Me a Princess), essa relação se transforma no eixo emocional de uma das histórias mais sensíveis já vistas na animação: os laços entre pai e filha.
A trajetória da protagonista nasce de um esforço multicultural que une a força narrativa do manhwa (만화) coreano à estética deslumbrante da animação chinesa, com uma dublagem japonesa de altíssima qualidade. O anime constrói uma atmosfera tão delicada quanto um livro ilustrado em movimento: um espetáculo visual e emocional que não conhece fronteiras.
Mais do que sobreviver ou mudar o curso da história, Athy deseja algo simples e imensamente poderoso: ser amada. Cada uma de suas escolhas nessa jornada de reatar laços que desafiam o destino se reflete em Aruhime como uma adaptação cuidadosa, visualmente deslumbrante e emocionalmente envolvente. Embarca comigo?
Ficha técnica: Mofa Gongzhu de Xiao Fannao
Anime: Mofa Gongzhu de Xiao Fannao 「ある日、お姫様になってしまった件について」
Gênero: Drama e Fantasia
Número de Episódios: 16
Estreia: 28 de setembro de 2025
Estúdio: Colored Pencil Animation
Adaptação: manhwa (만화) de Plutus (história) e Spoon (arte)
A pequena princesa Athanasia de Alger Obelia está destinada a ser executada pelo próprio pai, o impiedoso imperador Claude. Guiada por seus sonhos e determinada a escapar do futuro cruel que a aguarda, ela elabora um plano: viver discretamente e fugir. Porém, o destino a coloca frente a frente com ele em um encontro precoce ao acaso. Agora, sua única saída é transformar o medo em amor e conquistar o coração do pai, tornando-se tão adorável que a ideia de perdê-la seja insuportável para o imperador.
O espetáculo visual e a jornada de Athanasia
O primeiro detalhe que salta aos olhos em Who Made Me a Princess é o design. Os olhos de Athanasia, que brilham como joias, não são apenas um elemento estético marcante, mas um símbolo direto de sua linhagem e da magia que corre em suas veias. Um detalhe que o anime faz questão de reforçar visualmente ao longo dos episódios — Athy e Jennette são as únicas com essa característica.
A produção chinesa não deixa a desejar em nada para os grandes estúdios japoneses. A fluidez da animação e a paleta de cores vibrante transportam o espectador para dentro do Império de Obélia, criando cenários que parecem saídos de um livro de contos de fadas. Palácios iluminados por esculturas douradas, jardins floridos e salões grandiosos ajudam a construir uma ambientação que reforça tanto a fantasia quanto o peso emocional da narrativa.
Mas o impacto visual não está apenas na grandiosidade dos cenários. O cuidado com expressões e enquadramentos transforma momentos simples — um olhar trocado, um gesto hesitante, um toque contido — em cenas carregadas de significado. A jornada de Athy é acompanhada de perto pela câmera, que cresce junto com a personagem e reflete suas inseguranças, descobertas e amadurecimento.
Essa atenção aos detalhes visuais também dialoga com o ritmo da história. Aruhime não tem pressa: permite que o espectador sinta o tempo passar, que observe Athanasia crescer e que compreenda, pouco a pouco, o impacto emocional de cada escolha. O resultado é uma experiência imersiva que vai além da beleza estética, usando a animação como linguagem narrativa para contar uma história sobre identidade, pertencimento e amor.
Athy: fofura, carisma e inteligência
Mesmo que o gênero sinalize para um isekai, o primeiro episódio segue por um caminho diferente ao mostrar Athanasia, ainda bebê, vendo seu próprio futuro através de “sonhos premonitórios”. E, apesar do destino que a espera, ela escolhe viver seus dias com um sorriso no rosto, alimentando a esperança de reescrever sua história. Sua curiosa coleção de “coisas douradas” — tudo que brilha no palácio — pode parecer apenas uma mania infantil, mas revela desde cedo sua inteligência prática: cada objeto guardado faz parte de um plano silencioso para o momento da fuga.
Desde bebê, Athy conquista o coração de todos ao seu redor (inclusive o nosso). Sua aparência — dos cabelos loiros encaracolados aos olhos azuis que refletem a luz como joias — reforça a aura de conto de fadas que envolve a personagem. No entanto, é sua maturidade emocional que impressiona, assim como seus inúmeros momentos de fofura explícita. É impossível não se apaixonar pela Athy.
Uma das cenas mais fofas acontece quando o imperador pergunta se ela sabe quem ele é, e Athy responde com um inocente “パパ かな?”. 可愛いでしょう? O momento resume perfeitamente o que move a história: derreter o gelo da distância entre pai e filha com afeto genuíno. Ao longo do anime, Athanasia se mostra muito mais do que uma princesa tentando escapar do destino. É uma protagonista que cresce, aprende e transforma aqueles ao seu redor, provando que inteligência emocional também é uma poderosa forma de magia.
A construção do laço perdido entre pai e filha

Claude não reflete a figura de um pai. Marcado profundamente pela perda da pessoa que mais amava, o imperador de Obélia se fecha emocionalmente, e seu distanciamento se manifesta de forma fria. Who Made Me a Princess acerta ao não romantizar essa relação desde o início. Pelo contrário: o anime constrói esse vínculo com paciência, permitindo que pequenos gestos tenham um impacto emocional enorme.
Aproximação gradual
Nada aqui acontece da noite para o dia. A relação entre Athanasia e Claude passa por um lento processo de “derretimento”, que começa com pequenas interações e, aos poucos, evolui para cafés da manhã compartilhados e até um momento especial no baile de debutante. É essa escolha narrativa gradual que torna o desenvolvimento entre pai e filha tão próximo.
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Um dos primeiros sinais dessa mudança surge de forma inesperadamente cômica. Ao colocar Athy em um barco para um passeio, Claude a segura de um jeito tão desajeitado que a cena lembra alguém tentando pegar um bichinho de pelúcia naquelas máquinas de garra de shopping. xD É a imagem de alguém que ainda está aprendendo a demonstrar afeto.
Bom-humor inusitado
Com um toque de humor, o anime quebra a rigidez da figura imperial de Claude para aproximá-lo de Athy (e de nós). Esses momentos leves não diminuem o peso do drama, mas ajudam a humanizar um personagem que até então parecia inacessível.
⚠️ >> Alerta de spoiler!
O relacionamento começa a mostrar sinais mais visíveis de aproximação em uma das cenas mais fofas de Aruhime: Athy cantando para o pai enquanto ele dorme. É um momento carregado de afeto.
Distância que diminui
Conforme Athanasia cresce, a relação também amadurece. O anime não perde de vista que o tempo passa, e isso se reflete tanto no vínculo entre os dois quanto na forma como Claude passa a enxergar a filha: não mais como uma presença distante, mas como alguém que ocupa um espaço real em sua vida.
⚠️ >> Alerta de spoiler!
O aniversário de 14 anos de Athy sintetiza esse arco com perfeição. O baile de debutante é visualmente deslumbrante, com destaque para a dança com Claude e a presença simbólica da mãe de Athy através da magia. As memórias compartilhadas entre pai e filha são puro coração e deixam claro o quanto aquela relação, antes marcada pela ausência, agora se sustenta em memórias construídas pelos dois.
Entre humor, ternura e a dor da perda, Who Made Me a Princess transforma a relação entre Athanasia e Claude no verdadeiro eixo emocional da história. É nesse espaço que o anime encontra sua maior força e se firma como uma das representações mais sensíveis de laços familiares na animação recente.
Laços além do sangue: Lucas, Ijekiel e Jenette

À medida que Athy cresce, o mundo ao seu redor se expande. A história deixa de se concentrar apenas no núcleo familiar e passa a apresentar personagens que desafiam, protegem e influenciam diretamente o amadurecimento da princesa. Entre magia, afeto e intenções ocultas, cada novo encontro coloca Athy diante de escolhas que vão além do destino que ela tenta evitar.
Lucas: o mago das provocações
Considerado um dos maiores magos do reino, Lucas surge como um contraponto para Athanasia. Sarcástico, confiante e extremamente poderoso, ele traz humor à narrativa sem diminuir o peso emocional da história. Sua relação com Athy é marcada por provocações constantes, mas também por um cuidado silencioso que cresce nas sombras.
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O primeiro encontro com Lucas é mágico, mas o final do episódio é tenso: Athy começa a tossir sangue devido ao desequilíbrio de sua mana. O contraste entre o tom fofo do início e o desfecho reforça que a magia, neste universo, tem um preço e o perigo é real.
Lucas assume gradualmente o papel de mentor, empurrando Athy para além de seus limites enquanto a observa com atenção. Ele é um dos poucos que percebe a profundidade dos poderes da princesa, sua conexão com o destino e os perigos que rondam sua existência.
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Como um dos magos mais poderosos da área, ele é o único que reconhece a presença de um homem misterioso que testa os poderes de Athy das sombras. Para protegê-la, ele decide partir em uma jornada própria no final da temporada, buscando aperfeiçoar suas habilidades antes de enfrentar essa ameaça. Sua despedida deixa em aberto não apenas o futuro dela, mas também da relação entre os dois.
Ijekiel: o príncipe encantado gentil
Ijekiel Alpheus entra na história com a imagem oposta a de Lucas: gentil, educado e com uma expressão angelical, ele personifica o arquétipo do “príncipe encantado”. Sua presença oferece a Athy uma forma diferente de afeto: mais silenciosa, paciente e reconfortante. A química entre os personagens cria um triângulo amoroso (ou de amizade profunda) que nos faz questionar quem realmente merece o coração da princesa.
⚠️ >> Alerta de spoiler!
O primeiro encontro com o “snowy boy” tem um tom quase mágico, reforçando a aura delicada que envolve Ijekiel e sua conexão imediata com Athy. Ela literalmente cai do céu, como se fosse um anjo. E essa imagem se torna uma lembrança inesquecível para ele. Sete anos depois, o reencontro entre os dois é carregado de ternura e nostalgia. No baile de debutante, ele é o único a ganhar a mão de Athanasia para uma dança, além do pai.
Jennette: uma ameaça silenciosa?
Jennette Margarita representa uma das camadas mais sutis e perigosas da narrativa. Ela tem os mesmos olhos da protagonista, o que indica que deve fazer parte da família real. No entanto, Claude não sabe da sua existência, enquanto Athy a conhece primeiramente em seus “sonhos premonitórios”.
Seu desejo genuíno por uma família contrasta com as forças que a cercam e com as intenções obscuras que se desenrolam nos bastidores. Mesmo quando está fora de cena, sua presença ecoa como uma ameaça silenciosa ao equilíbrio que Athy tenta construir.
Os testes de Athy e a ameaça nas sombras
Quando a relação com Claude começa a se estabilizar, Athy passa a enfrentar desafios que vão além da conquista do afeto paterno. Sua posição dentro ou fora do palácio nunca é totalmente segura, e o anime faz questão de lembrar que o perigo não desaparece só porque há momentos de ternura.
No entanto, nenhum dos dois parece saber que algumas das provações que surgem no meio do caminho são obra de uma mente que manipula tudo pelas sombras. Lucas é o único que percebe a existência de ameaças que operam nas sombras.
⚠️ >> Alerta de spoiler!
Quando Claude fica preso ao salvar Athanasia durante o ritual de purificação, o que para pai e filha parece um erro desconhecido no processo é, na verdade, mais uma manipulação. Ela corre contra o tempo para trazê-lo de volta e, com a ajuda da mãe, não apenas consegue cumprir a missão, como desperta seus poderes adormecidos.
A reta final de Mofa Gongzhu de Xiao Fannao surpreende ao virar o jogo emocional. Tudo parecia se encaminhar para uma resolução, ao menos parcial, mas os efeitos colaterais mostram o contrário, deixando o caminho aberto para novas provações no destino de Athy.
Veredito: obra-prima visual que aquece o coração e desafia o destino

Who Made Me a Princess é um 10/10 não apenas pela animação fluida, mas também pela forma como o relacionamento entre os personagens evoluem, especialmente entre pai e filha. Ver Claude, um homem quebrado pelo passado, redescobrir o amor através da persistência de sua filha é uma experiência emocionante. E o mesmo vale para Athy ao encontrar seu caminho até o coração do pai.
⚠️ >> Alerta de spoiler!
O final é devastador e épico ao mesmo tempo: um plot twist digno de nos deixar sem palavras! Descobrimos que os sonhos premonitórios de Athy eram, na verdade, memórias de uma linha do tempo anterior. Sua mãe, Diana, usou seus últimos poderes para enviá-la de volta e dar uma segunda chance a ela de mudar seu destino. O banho de água fria veio com a perda de memória do Claude, que volta a tratar Athy como uma estranha depois de tudo que passaram juntos para se aproximarem como pai e filha. É de partir o coração, mas mostra que a luta dela para desafiar o destino ainda não acabou. 💔
Por que pode valer a pena dar uma chance?
- Relação pai e filha: ver as interações entre Athy e Claude é de aquecer o coração.
- Visual de elite: cenários, roupas e efeitos mágicos, um anime de fantasia visualmente deslumbrante e bem animado.
- Protagonista cativante: Athy não é apenas “fofa”, é inteligente, estratégica e muito divertida, especialmente nas interações com o pai e com Lucas.
Who Made Me a Princess encanta pelo visual, emociona pelas relações e permanece na memória pela forma delicada como conduz o conjunto da obra. O final da temporada deixa ganchos poderosos que nos fazem quase implorar por uma continuação. Será que vem? お願いします!
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