
Sabe aquele sentimento quase indescritível de ver o sol nascer no horizonte e sentir um calorzinho confortável no peito? É exatamente essa a sensação que Taiyou Yori mo Mabushii Hoshi 「太陽よりも眩しい星」 desperta com Sae e Kouki. Em um mar de histórias frenéticas, o anime celebra o romance em sua forma mais delicada — onde as lembranças da infância se tornam a base para sentimentos guardados que mantêm seu brilho diante da passagem do tempo e da distância, que às vezes afasta mesmo sem querer.
Com 12 episódios envolventes, uma série de mal-entendidos e um amor que brilha mais que o sol, a obra — inspirada no mangá de Kawahara Kazune — conquista o coração aos poucos. Se você busca uma história que trate o primeiro amor e as inseguranças da juventude com a delicadeza de uma pétala de cerejeira, acabou de encontrar sua próxima escala no tour. Embarca comigo?
Ficha técnica de Taiyou Yori mo Mabushii Hoshi
Anime: Taiyou Yori mo Mabushii Hoshi (A Star Brighter Than the Sun)
Gênero: Romance
Número de Episódios: 12
Estreia: 2 de outubro de 2025
Estúdio: Studio KAI (Loop 7, Hori-san to Miyamura-kun, 7 Seeds)
Adaptação: mangá de Kawahara Kazune
Sae Iwata sempre se sentiu “fora do padrão” por ser mais alta e forte que as outras meninas. Desde pequena, ela atuava como a protetora de seu amigo de infância, o delicado Kouki Kamishiro. Mas o tempo passou, o “pequeno” Kouki cresceu, tornando-se um garoto radiante que brilha mais que o sol. Com o crescimento, as inseguranças da juventude e as mudanças de sala na escola, os dois acabam se afastando. Quando finalmente têm a chance de se reencontrarem, Sae percebe que seus sentimentos por Kouki nunca desapareceram. Agora que os papéis parecem ter se invertido, será que ainda há espaço para ela ao lado dele?
Review de Taiyou Yori mo Mabushii Hoshi
Imagine que você se apaixona por seu amigo de infância. Ele sente o mesmo. E mesmo com a passagem do tempo, a distância e as mudanças da adolescência, esse sentimento permanece guardado no coração de cada um. Em Taiyou Yori mo Mabushii Hoshi, esse amor atravessa a infância, o ensino fundamental e ressurge com força no ensino médio, quando Sae Iwata e Kouki Kamishiro se reencontram. Mas eles precisam aprender, mais uma vez, a conviver lado a lado, como apoio mútuo em suas próprias jornadas de amadurecimento.
Durante essa transição, Sae e Kouki estão aprendendo quem são, o que sentem e como apoiar um ao outro em meio às inseguranças típicas dessa fase da vida. Não é à toa que esse vínculo se reflete no nome da obra como algo que encapsula um universo inteiro: uma estrela mais brilhante que o próprio sol.
Uma história sobre crescer e se reencontrar
A narrativa se concentra na transição para o ensino médio, quando os dois se reencontram na mesma sala de aula. No primeiro episódio, a relação entre eles já é incrivelmente fofa. É impossível não se perguntar: por que duas pessoas que se importam tanto uma com a outra acabaram se afastando? O que torna Taiyou Yori mo Mabushii Hoshi especial é a forma sensível como retrata as inseguranças da adolescência. Sae, mais alta e forte que as outras garotas, não se enxerga como a típica heroína delicada de um shoujo.
Sua relação com o próprio corpo é tratada com seriedade e empatia, refletindo um conflito muito real para quem cresce fora dos padrões esperados — ainda mais quando se está apaixonada pelo garoto mais popular da escola, alguém que ela mesma costumava proteger no passado. Ela constantemente se propõe ajudar os colegas em tarefas “incomuns” para meninas, como carregar materiais pesados ou lidar com atividades que requerem força.
Mesmo assim, Iwa-ちゃん se esforça como qualquer outra garota da sua idade, tentando reunir coragem para ser tão honesta com Kamishiro quanto foi com sua “rival” Sui.
Elenco de apoio que enriquece a jornada
Além do foco nos protagonistas, Taiyou Yori mo Mabushii Hoshi conta com um personagens secundários cheios de carisma. Ayukawa é um colega reservado, gentil e respeitoso. Ele não apenas proporciona momentos leves e divertidos, como também desenvolve um interesse romântico que contribui para o crescimento emocional de Sae sem criar conflitos artificiais. Além de Kouki, Ayukawa é o primeiro a tratar Sae como uma garota. Por um breve momento, tive vontade de torcer por ele.
As amigas de Sae são genuinamente acolhedoras e atuam como uma rede de apoio, incentivando-a a viver experiências típicas do ensino médio e a acreditar mais em si mesma. De rival à amiga, Sui é charmosa, direta e ajuda Iwa-ちゃん a confrontar seus sentimentos. No início, tive receio que ela fosse como a Kurumi de Kimi ni Todoke. Já Mio tem uma personalidade mais reservada e observadora, mas frequentemente oferece insights inesperados ou alívio cômico nas situações cotidianas da classe.
Esses personagens secundários não apenas apoiam o arco dos protagonistas, mas também enriquecem o mundo do anime, tornando cada episódio mais envolvente e equilibrado entre romance, humor, amizade e empatia.
Um slow burn que vale a espera
O relacionamento entre Sae e Kouki segue o ritmo clássico do slow burn, mas nunca parece arrastado. Cada interação constrói um degrau na confiança dos protagonistas. Há progresso emocional constante, ainda que permeado por mal-entendidos: ele se vê como o garoto frágil de antes, ela acredita não merecer estar ao lado dele.
Mesmo assim, o romance avança aos poucos, sustentado por conversas sinceras, momentos compartilhados que fortalecem o vínculo entre os dois e uma amizade que precisa ser reconstruída antes de virar amor. É essa construção paciente — cheia de cenas doces e genuínas — que torna o envolvimento tão recompensador.
⚠️ >> Alerta de spoiler!
O final do episódio 6 com a cena na chuva é um dos momentos mais poéticos da temporada. É ali que sentimos que a barreira entre os dois está prestes a cair. E tudo o que vem depois serve para deixá-los cada vez mais próximos — deixando apenas um mal-entendido a ser resolvido: Sae sabe que Kouki gosta de alguém, Kouki sabe que Sae gosta de alguém. Só falta eles entenderem que esse alguém está bem na frente deles.
No episódio 8, o encontro dos dois no cinema é o ápice do “quero que eles fiquem juntos logo!”. É uma escrita honesta sobre como a timidez e o medo de estragar uma amizade preciosa podem nos paralisar.
Direção artística que eleva a experiência
Visualmente, o anime é encantador. O design de personagens, os flashbacks e o cuidado com as expressões ajudam a construir um clima constante de nostalgia e acolhimento. Neste quesito, o último episódio é o meu favorito, tornando o anime forte candidato a um dos romances mais marcantes da temporada — talvez do ano.
⚠️ >> Alerta de spoiler!
A confissão de Sae no episódio 11 acontece de forma inesperada, quase sem querer (como se seus sentimentos estivessem transbordando), mas é pura, sincera e cheia de afeto. Foi surpreendente, porque o anime nos preparou para um desenlace clássico de final de temporada. Contrariando as expectativas, entregou antes.
Em vez de prolongar mal-entendidos, Kouki age: corre atrás dela e se confessa também (no episódio seguinte para manter um leve suspense no ar). A confissão mútua ganha vida com uma sequência embalada por uma trilha sonora suave, flashbacks delicados com traços estilizados como rabiscos coloridos em papel e um céu estrelado que simboliza o universo particular que os dois compartilham.
O anime inteiro é conduzido pela perspectiva de Sae. Aqui, vemos pela primeira vez o ponto de vista de Kouki, revelando que ele sempre a viu como aquela “garota incrível” que o salvou no passado. O relacionamento se oficializa sem espaço para rumores, conflitos ou dramas desnecessários. É um desfecho emocionalmente recompensador.
A direção aposta em transições criativas e escolhas artísticas suaves que complementam o tom intimista da narrativa. A trilha sonora é discreta, mas preenche as cenas com a delicadeza que elas merecem. A abertura “Stellar Days” de Motohiro Hata — que embala aquela cena tão aguardada dos fogos de artifício depois do festival escolar — reforça o clima nostálgico e de melancolia doce da obra.
Um brilho que promete continuar

Taiyou Yori mo Mabushii Hoshi capta com perfeição aquele instante em que a amizade de infância se transforma em algo mais profundo, e a insegurança de não se sentir “o suficiente” é acolhida pelo olhar carinhoso de quem sempre esteve por perto — mesmo observando de longe. É uma história que nos lembra que a nossa verdadeira essência é, muitas vezes, o que há de mais atraente para a pessoa certa.
A jornada de Sae e Kouki também mostra a importância do diálogo. Sem exageros ou dramas tóxicos, este é um coming of age que conquista pela sinceridade: os personagens hesitam e aprendem juntos. Para quem guarda clássicos como Kimi ni Todoke e o recente Honey Lemon Soda em um lugar especial do coração, este anime é uma recomendação obrigatória.
É um romance doce, gentil e visualmente encantador, com um elenco de apoio que realmente torce pelos protagonistas. Isso torna a experiência leve, extremamente recompensadora e fácil de amar — daquelas que deixam saudade quando terminam.
Pelo menos, esse calorzinho no peito não vai desaparecer tão cedo. Se você, assim como eu, terminou o último episódio querendo mais, pode comemorar: a 2ª temporada de Taiyou Yori mo Mabushii Hoshi já está oficialmente confirmada! Veremos a continuidade desse universo tão luminoso e o amadurecimento de Sae e Kouki em novos desafios.
O que você achou da evolução da Iwa-ちゃん ao longo dos episódios? Comente aqui embaixo qual foi o seu momento favorito! ˆ-ˆv