
A Coreia do Sul foi um dos países mais afetados pela crise asiática de 1997, que levou muitas empresas a declarar falência em meio ao temor de colapso da economia mundial. É nesse contexto que Typhoon Family (태풍상사) apresenta um retrato de esperança, resiliência e busca pela sobrevivência em tempos difíceis. Com uma narrativa que mistura desafios, pitadas de romance e laços sustentados pelo mesmo propósito, o K-Drama conquista desde o primeiro episódio ao mostrar uma história que aquece, emociona e inspira.
Para quem busca recomendações de séries coreanas com lições de superação e personagens memoráveis, vale a pena incluir no radar. Exibida pela Netflix, a produção estreou no dia 11 de outubro e chegou ao final em 30 de novembro, com 16 episódios. Embarca comigo?
Ficha técnica de Typhoon Family
Série: Typhoon Family (태풍상사)
Gênero: Negócios, Drama e Família
Número de Episódios: 16
Estreia: 11 de outubro de 2025
Direção: Lee Na-Jeong (See You in My 19th Life, Love Alarm, Oh My Venus)
Roteiro: Jang Hyun
Elenco principal: Lee Junho (Kang Tae-Poong), Kim Min-Ha (Oh Mi-Seon), Lee Chang-Hoon (Go Ma-Jin), Lee Sang-Jin (Bae Song-Jung) e a lista completa
Ambientado em meio ao turbilhão da crise econômica de 1997, Typhoon Family acompanha a virada inesperada na vida de Kang Tae-Poong (Lee Junho), um jovem herdeiro que vê sua rotina privilegiada desmoronar após a morte repentina do pai e a iminente falência da empresa da família. Determinado a honrar o legado paterno, ele assume o comando da Typhoon Trading e embarca em uma jornada de amadurecimento ao lado de Oh Mi-Seon (Kim Min-Ha), uma funcionária dedicada que carrega o peso de ser o pilar da família, enquanto sonha em seguir a carreira de trader. Entre perdas, recomeços e novos laços, a história revela como a esperança e a coragem podem florescer mesmo nos anos mais sombrios da Coreia do Sul.
Review de Typhoon Family
Quando a crise financeira atinge a Coreia do Sul nos anos 90, Kang Tae-Poong precisa trocar sua vida confortável e despreocupada pelos desafios diários e imprevistos de conduzir um negócio. Munido de um coração enorme, um espírito desafiador e pouca experiência prática, ele assume o posto de CEO e se une a Oh Mi-Seon para salvar a Typhoon Trading. Juntos, os dois enfrentam perdas, sabotagens (muitas do início ao fim) e o peso de decisões adultas demais para quem ainda precisa desvendar um novo mundo.
Typhoon Family vai além de um drama empresarial: é uma história profundamente humana que as cicatrizes deixadas pela crise de 1997. O ponto mais forte está no seu caráter impulsionador através da mensagem de que, mesmo quando tudo desmorona, existe um fio de esperança disposto a nos puxar de volta. A cada episódio, a sensação é de caminhar ao lado de Tae-Poong e Mi-Seon, como se a gente fosse parte da equipe, torcendo para que a próxima manhã traga boas notícias.
Lee Junho: atuação brilhante e inesquecível
Se seu papel em King the Land encantou pelo carisma e pela química com seu par romântico, em Typhoon Family Lee Junho entrega uma das performances mais marcantes de sua carreira. Quem o acompanhava como idol do 2PM (투피엠) ou em outros K-Dramas, certamente vai se surpreender com a profundidade emocional de Kang Tae-Poong. Ele domina cada expressão, cada queda e cada pequena vitória de forma tão natural que é quase impossível não se envolver com sua jornada de crescimento.
Visualmente, a caracterização de Tae-Poong reflete a transição entre seu passado tranquilo e o presente turbulento. No início, ele é apresentado com um estilo típico dos jovens ricos dos anos 90: roupas despojadas, cabelo com mechas e uma postura despreocupada — características que remetem à sua vida carefree e privilegiada. Esse contraste aumenta o impacto das suas transformações durante a trilha de descobertas sobre o papel de um CEO.
⚠️ >> Alerta de spoiler!
No primeiro episódio, essa dualidade aparece forte. Há leveza, com pitadas de comédia — como a cena dele dormindo em pé no metrô depois de passar a noite cuidando das suas flores, ou dançando e cantando com os amigos — mas o episódio termina de forma abrupta e pesada, com a perda do pai e o colapso econômico.
Conforme a história avança, Lee Junho revela diferentes facetas de Tae-Poong: o free spirit que se diverte com os amigos, o jovem inseguro diante da responsabilidade de salvar a empresa, o filho tentando honrar o legado do pai e o homem disposto a mudar (e a arriscar a própria vida se preciso) por aqueles que ama e pelo que acredita. A cena em que pétalas de flores caem enquanto ele pensa no pai, deitado no asfalto enquanto tenta impedir o avanço de um caminhão é visualmente linda e simbólica.
Nem só de drama vive Tae-Poong
Durante uma viagem à Tailândia, Tae-Poong retoma seu lado leve e divertido. Ele canta, dança e se permite amar, mostrando que mesmo diante da adversidade, parte de quem ele era ainda vive. Essa alternância torna o personagem mais humano e completo.
Tae-Poong não é o seu herói típico que aparece com uma capa nas costas para salvar a empresa da mira dos vilões. Ele é impetuoso, inseguro, às vezes comete erros, mas nunca perde a capacidade de se reerguer, de sonhar, de cuidar das pessoas ao seu redor e de pedir ajuda quando precisa. Lee Junho transmite com sucesso essa maturidade emergente, tornando seu arco de crescimento uma das partes mais gratificantes da série.
A naturalidade com que ele mostra um homem que precisa se reinventar, assumir responsabilidades e amadurecer diante do caos inspira.
Família Typhoon: força por trás da história
Oh Mi-Seon é a primeira a entrar oficialmente para a família Typhoon depois que Tae-Poong assume como CEO. Kim Min-Ha dá vida a uma personagem que representa muitas mulheres da época: resilientes, práticas e cheias de responsabilidades. Mi-Seon não está ali apenas como interesse romântico do protagonista. Ao mesmo tempo em que tem seus próprios problemas para superar, ela é aquela que mantém tudo no lugar enquanto o mundo desaba. Suas pequenas vitórias emocionam tanto quanto as grandes conquistas da empresa.
O elenco de apoio — Go Ma-Jin (Lee Chang-Hoon), Bae Song-Jung (Lee Sang-Jin), Koo Myung-Gwan (Kim Song-Il) e Cha Seon-Taek (Kim Jae-Hwa) — também contribui de forma significativa para complementar a história e contribuir com o crescimento de Tae-Poong. Durante a jornada, eles também evoluem como pessoas fazendo o que podiam para sobreviver em um período sombrio da história.
Aqui uma das personagens mais marcantes é Jung Jeong-Mi (Kim Ji-Young), a mãe do Tae-Poong. A mudança dela depois de perder tudo é uma das mais visíveis. No início, parece que ela não vai conseguir se adaptar à nova realidade, mas o tempo nos mostra que qualquer um pode se reerguer se quiser.
Trilha sonora que move a narrativa
Outro ponto que merece destaque é o impacto da OST, especialmente “Updraft”, na voz do Han (한) do Stray Kids (스트레이 키즈). Com sua mistura de rock alternativo, guitarras fortes e um refrão catártico, a música casa perfeitamente com o espírito do K-Drama. Ela aparece nos momentos mais intensos, elevando a sensação de impulso que os personagens precisam para seguir em frente e superar os obstáculos pelo caminho.
Impressões finais de Typhoon Family

Typhoon Family é um K-Drama focado nos personagens, onde a história atua como fio condutor para promover o crescimento de cada um. A sequência desproporcional de perdas em relação às vitórias tem o potencial de deixar o emocional de qualquer um à beira do colapso — não apenas dos personagens, mas o nosso também. Acompanhar pode ser um pouco puxado, intenso demais, mas talvez a intenção fosse reforçar a sensação de estar no limite assim como o protagonista: o de repente CEO Kang Tae-Poong.
Temas como ambição e ganância, confiança e perseverança, assim como o equilíbrio entre risco e recompensa são habilmente entrelaçados (com uma ou outra falha do ponto de vista comercial/legal). E oferecem valiosas lições de vida e de negócios ao longo do caminho.
O que marca bem
- Ambientação autêntica e nostálgica dos anos 90
- Representação realista das dificuldades (exceto pelos excessos)
- Dinâmica entre os protagonistas: opostos que se complementam
- Atuação de Lee Junho simplesmente apaixonante
- Trilha sonora marcante, com destaque para Han
- Romance sutil que cresce de forma mútua e orgânica
O que perde impacto
- Repetição de conflitos deixa a narrativa previsível em certos momentos
- Falta de aprofundamento para justificar as motivações dos antagonistas (família Pyo)
- Excesso de obstáculos, o que acaba diluindo o apelo emocional
⚠️ >> Alerta de spoiler!
Se tem algo no final que realmente não funcionou para mim, foi ver Tae-Poong e a equipe dando entrevistas para a TV. Depois de tantos desafios superados, esse encerramento pareceu deslocado, quase um apêndice sem peso dramático.
Também senti falta da equipe da Tailândia. A visita ao país é o primeiro grande passo de Tae-Poong como líder. Jung Cha-Ran (Kim Hye-Eun) foi divertida, carismática e crucial no início da jornada, mas desaparece completamente depois que ele volta para a Coreia. Nem uma aparição final para celebrar a superação de tempos turbulentos.
Nada disso compromete a experiência geral, mas impede que o K-Drama alcance um nível de execução mais forte a ponto de deixar todo o seu potencial florescer.
Typhoon Family é um K-Drama que fala sobre sobrevivência, sobre tropeçar e recomeçar, sobre transformar fracassos em aprendizado. A história mostra que a vida nem sempre segue o roteiro ideal — e tudo bem. Com personagens cativantes e uma ambientação histórica rica, sua principal mensagem se apoia na esperança e na resiliência de superar as adversidades da vida até mesmo nos momentos mais desafiadores.
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