
Em um mundo onde a magia pulsa nas sombras, maldições correm soltas e segredos ecoam nos corredores de uma instituição misteriosa, Majo to Yajuu 「好きな子がめがねを忘れた」 declara caça às bruxas. Logo no início, o anime mostra que não é apenas mais uma história de fantasia. É uma jornada sombria, carregada de mistérios que acompanham cada passo de uma dupla inusitada: Ashaf, um mago elegante e enigmático, e Guideau, uma “garota” feroz amaldiçoada por uma bruxa.
Lançado entre janeiro e abril de 2024, com 12 episódios, a obra é uma produção do estúdio Yokohama Animation Lab e adapta o mangá de Kousuke Satake, combinando ação e dark fantasy com um toque gótico irresistível. Embarca comigo?
Ficha técnica de Majo to Yajuu
Anime: Majo to Yajuu 「好きな子がめがねを忘れた」
Gênero: Fantasia e Ação
Número de Episódios: 12
Estreia: 12 de janeiro de 2024
Estúdio: Yokohama Animation Lab (The New Gate, Kijin Gentoushou)
Adaptação: mangá de Satake Kousuke
Uma “garota” com força bruta e espírito indomável que busca vingança e um mago calculista que carrega mais segredos do que deixa transparecer se unem em uma jornada de caça às bruxas. Novos casos chegam até a dupla através da Ordem da Ressonância Mágica, organização que lida com incidentes sobrenaturais ao redor do mundo. Entre necromantes, bestas, cultos e feitiços proibidos, o paradeiro da bruxa Angela permanece enevoado como a própria magia que transformou Guideau em algo que “ela” não é.
Review de Majo to Yajuu
Desde o primeiro episódio, Majo to Yajuu propõe a imersão em um universo sombrio que ganha forma por trás das cortinas da civilização. A estrutura do anime segue casos episódicos, revelando seu mundo aos poucos, enquanto pistas sobre a maldição de Guideau se encaixam lentamente.
A ambientação, o tom adulto e a construção da Ordem levam a um começo extremamente promissor, que já deixa o hype nas alturas com a opening “Soumonka (相聞詩)” da banda Sokoninaru (そこに鳴る). A cena de abertura no trem, que vem logo depois da trilha, é visualmente impactante e cheia de atmosfera. Para completar, uma dupla de protagonistas tão opostos quanto azeite e água. Enquanto Ashaf tem um ar elegante e usa sua inteligência para lidar com os casos que enfrenta, Guideau age por instinto e se apoia puramente na força bruta.
Ao longo da história, novos personagens elevam ainda mais a narrativa. Embora a maioria assuma uma postura mais passageira, a introdução de Phanora e Johan no quinto episódio é tão marcante que quase rouba o protagonismo.
⚠️ >> Alerta de spoiler!
Ela é uma bruxa necromante, especialista em feitiços para controlar mortos-vivos. Ele é seu fiel servo, um undead que cuida de todo o trabalho braçal. A dupla aparece apenas neste episódio, marcado por algumas cenas de violência e reflexões sobre vida e morte e o ciclo das almas (void). Apesar do pouco tempo de tela, os dois deixam uma impressão tão forte que poderiam facilmente liderar um spin-off próprio.
Um mundo coberto por mistérios e aberto a possibilidades
Já na reta final, no penúltimo episódio, Majo to Yajuu finalmente desfaz a névoa sobre como Guideau e Ashaf se conheceram — uma revelação importante e muito bem construída. Mas algumas (muitas, na verdade) perguntas ainda pairam no ar.
⚠️ >> Alerta de spoiler!
Afinal, quem é Guideau? Só sabemos que é o inimigo natural das bruxas. Como e por que “ela” foi amaldiçoada? Quais as intenções de Angela, a bruxa original, ao aprisionar Guideau em outro corpo? Quais as motivações de Ashaf? Além de nos deixar sem respostas, o último episódio abre as portas para um novo arco: com vampiros, continentes acessados por um elevador misterioso que conecta todos por andares e novas pistas — que ampliam o escopo do universo de Majo to Yajuu. A sensação é clara: acabou justo quando ficou ainda melhor. Preciso urgente de uma nova temporada com Ashaf, Guideau, Phanora e Johan.
Enquanto algumas camadas são reveladas, novas surgem para deixar a história ainda mais interessante. Há uma construção de mundo e uma mitologia muito maior do que a gente poderia imaginar: um universo de possibilidades, mas com acesso limitado apenas à superfície.
Impressões finais de Majo to Yajuu

Apesar da ambientação, da dinâmica entre seus protagonistas e da curiosidade que desperta, Majo to Yajuu tem um ponto negativo. Algumas cenas de ação, especialmente as lutas de Guideau, carecem de impacto: coreografias repetitivas e pouco inspiradas. É aqui, porém, que Ashaf brilha, ao se apoiar mais em confrontos inteligentes do que em força bruta.
A interação entre os personagens com a divertida dinâmica “cérebro e músculos”, repleta de provocações, sarcasmo e cumplicidade involuntária, faz cada episódio passar em um piscar de olhos. Para completar, a atmosfera envolvente também se sobressai. Gótica, melancólica, misteriosa — lembra Kuroshitsuji, Fate/Apocrypha e até o game Shadow Hearts (que já passou pelo meu PS2, bons tempos). A vibe é única e viciante.
Majo to Yajuu é um prato cheio para quem gosta de dark fantasy, bruxas, magia e uma dupla de personalidades opostas. A construção de mundo é rica, os personagens têm seu charme e o clima gótico é simplesmente envolvente. É um anime que poderia, e deveria, ter incluído mais episódios na primeira temporada para dar conta das infinitas possibilidades que apresenta. Mesmo assim, proporciona uma experiência marcante, com potencial gigante para engatar uma segunda temporada.
Assim como Guideau continua sua busca pela bruxa Angela, nós seguimos em busca de mais episódios. Porque esse mundo mal começou a se revelar…
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