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Suki na Ko ga Megane wo Wasureta e as delicadas descobertas do amor

Cena do anime Suki na Ko ga Megane wo Wasureta com Mie se aproximando bem perto do rosto de Komura

Às vezes, as memórias mais bonitas se escondem nos pequenos detalhes. Para Komura Kaede, essas lembranças começam com Mie Ai, a colega que senta ao seu lado e tem um hábito inusitado: vive esquecendo os óculos — mesmo com dificuldade de enxergar sem eles. Suki na Ko ga Megane wo Wasureta 「好きな子がめがねを忘れた」 é um convite para um romance escolar de ritmo leve, trocas de olhares intensos, bochechas coradas e aquela sensação doce de acompanhar um primeiro amor que ainda nem sabe que é amor.

Lançado em julho de 2023, o anime adapta o mangá de Koume Fujichika. A produção é do estúdio GoHands, conhecido por sua estética estilizada e uso pesado de efeitos de movimento. Com 13 episódios, a obra mistura pitadas de humor e descobertas românticas, criando uma experiência visualmente marcante e, às vezes, até questionável, mas definitivamente memorável. Embarca comigo?

Ficha técnica de Suki na Ko ga Megane wo Wasureta

Anime: Suki na Ko ga Megane wo Wasureta 「好きな子がめがねを忘れた」

Gênero: Comédia e Romance

Número de Episódios: 13 

Estreia: 4 de julho de 2023

Estúdio: GoHands (Dekiru Neko wa Kyou mo Yuuutsu)

Adaptação: mangá de Fujichika Koume


Komura-くん tem uma queda enorme por Mie-さん, mas nunca teve coragem de se aproximar. Até que um dia percebe que ela está sem óculos e descobre que isso acontece com uma frequência absurda — quase surreal. Deixando a lógica de lado, ele passa a ajudar seu crush diariamente, seja emprestando um livro durante a aula ou procurando pelo armário com seus tênis e, claro, ficando vermelho cada vez que ela chega perigosamente perto para tentar enxergar seu rosto. Essa simplicidade abre espaço para a parte mais encantadora do anime: as pequenas interações, quase sempre desajeitadas, mas cheias de sinceridade.

Review de Suki na Ko ga Megane wo Wasureta

À primeira vista, Sukimega tem um ar inocente, uma vibe chill e um ritmo que não tem pressa para avançar. Uma trilha de piano ao fundo amplia essa sensação quase contemplativa, enquanto as interações entre Mie-さん e Komura-くん se alternam com cenas estilizadas que misturam 2D e CGI em um jogo de ângulos de câmera. 

No início, essa dinâmica parece excessiva ao passar pelos cenários da escola e até mesmo na fluidez dos cabelos da Mie, que se movem como se tivessem vida própria. Com o tempo, você se acostuma de certa forma. Detalhes à parte, a animação se sobressai. A paleta suave e o piano constante criam uma atmosfera acolhedora. É o tipo de anime mais focado em momentos do que em narrativa — quase um compilado de cenas doces, como se estivesse folheando tirinhas do mangá.

Um dos momentos mais divertidos vem logo no primeiro episódio, quando Komura respira aliviado ao achar que Mie não percebe seu rosto corado — até ela soltar com naturalidade que está usando lentes de contato. Mesmo que o ritmo do anime opte por desacelerar os passos, a aproximação avança relativamente rápido, com os dois andando de mãos dadas e até dividindo comida — tudo isso porque ela “esqueceu os óculos de novo”. É surreal? Com certeza. Mas a graça está justamente no absurdo.

Quando o amor se revela aos poucos

O romance é lento, mas cresce de forma orgânica. E faz sentido que seja assim se a gente considerar a idade deles e todo o contexto de descobertas do primeiro amor. A comédia é leve, e o drama praticamente inexistente. Não tem triângulo amoroso, fanservice ou plots complexos — apenas dois adolescentes descobrindo como lidar com sentimentos novos e confusos. E, claro, entre eles, os óculos esquecidos.

Enquanto interage com a Mie-さん, o Komura-くん sempre compartilha seus pensamentos. Isso dá uma certa veracidade às cenas, pois suas inseguranças refletem em suas ações e entendemos melhor o motivo dele agir de um jeito ou de outro. O único detalhe que, para mim, peca pelo exagero é o eco que se repete na cabeça do Komura-くん ao ouvir frases de impacto da Mie-さん. Eu sei que é para reforçar o peso das palavras dela para ele, mas o anime poderia limitar a quantidade de ecos.

A partir da metade, uma sequência de momentos fofos toma conta de Suki na Ko ga Megane wo Wasureta.

Impressões finais de Suki na Ko ga Megane wo Wasureta

Anime Suki na Ko ga Megane wo Wasureta: close no rosto de Mie com os óculos refletindo o Komura

Sukimega é exatamente o que seu nome diz: um garoto apaixonado por uma garota que esquece os óculos. Simples, direto e sem qualquer grau de complexidade. O estilo da animação, com sua combinação ousada de 2D e CGI, pode causar estranhamento à primeira vista, mas logo revela um charme inesperado que cresce aos poucos. 

Ao invés da narrativa estruturada, os episódios captam fragmentos da vida escolar que parecem pequenas tirinhas animadas. Não há pressa, nem drama excessivo, apenas a doçura do cotidiano sendo observada com carinho. É o tipo de história para quem busca aconchego, uma dose de fofura e conforto para o coração depois de um dia cheio. 

Mie-さん é uma personagem divertida, cheia de carisma, um pouco atrapalhada (muito, na verdade) e bem distraída — a ponto de frequentemente esquecer, perder ou até mesmo quebrar seus óculos. Já Komura-くん é gentil, atencioso, sempre disposto a ajudar e compreensivo ao extremo quando se trata da sua crush. 

Juntos, Komura-くん e Mie-さん criam uma conexão que se aprofunda a cada interação e leva a uma série de momentos fofos. Seus laços se formam naturalmente, sem pressa, sem forçar a barra e condizente com a realidade de dois adolescentes descobrindo o amor pela primeira vez. Isso torna a experiência de ver o anime ainda mais agradável.

O que realmente diferencia Suki na Ko ga Megane wo Wasureta é sua habilidade de encontrar magia no trivial: a estranheza do primeiro amor, as aproximações acidentais, as tentativas desastradas de Komura para ajudar Mie a navegar por um mundo borrado sem seus óculos. É nesse jogo de mal-entendidos fofos e cuidado genuíno que o anime encontra seu brilho. 

Se você quer comédia pra valer, With Watch merece maratona na primeira fila. ˆ-ˆv

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