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Onew no Brasil vai além do 100% com seu jeitinho em PERCENT (%)

Imagem do Onew no Brasil, no palco do Terra SP durante apresentação da música "Caffeine"

Um ano que começa com Taemin (태민) e termina com Onew (온유) tem tudo para se tornar um dos mais memoráveis. Afinal, isso significa que SHINee (샤이니) abriu e fechou meu 2025. Demorou um pouco mais do que eu gostaria, mas hoje estou aqui para compartilhar minha experiência de ver o Onew no Brasil com o 2025 ONEW THE LIVE : PERCENT (%), que desembarcou em São Paulo no dia 30 de outubro — trazendo mais um membro de um dos grupos que mais admiro. Embarca comigo?

Em modo 99%: só falta o Onew

Eu me hospedei em um Airbnb bem perto do Vibra São Paulo, entre o Alto da Boa Vista e Santo Amaro, o mesmo que virou minha casa temporária durante a passagem do P1Harmony pelo Brasil. Por ser um dia de semana novamente, quinta-feira, e de trabalho, estar mais próximo facilita a logística. Tive uma reunião de última hora, quase no final do dia. Por isso, saí bem tarde. Pelo horário e pelo dia nublado com carinha de chuva a qualquer momento, optei por pedir um Uber. 

Mesmo sem aquela imersão nas filas de show que eu tanto gosto, entrei no modo 99% quando cheguei no Terra SP, por volta das 18h. Muito trânsito, apesar de estar relativamente perto do local do show (mais ou menos 4km). Horário de pico em São Paulo não escolhe bairro, né? 

Uma fila única para Camarote 1 e Camarote 2, dava volta na quadra. O setor que escolhi — o primeiro, por indicação de uma amiga quando perguntei sobre a melhor visão da casa — esgotou rápido. Assim que as vendas abriram, já garanti o meu. Na época, eu estava em São Paulo para o show do The Rose. Agora, falta só o Onew para completar minha carga. 

Minha primeira experiência no Terra SP

Todos os setores são para ficar de pé, apesar de ter alguns bancos afastados da grade para quem quer sentar enquanto aguarda o início ou durante os intervalos para recuperar o fôlego, recarregar a bateria ou conversar. Não sei como é a visão de quem estava na pista, mas do camarote eu gostaria que o palco fosse um pouco mais alto. A visibilidade para ver (e nada mais) é boa, mas para gravar, seria melhor se o palco fosse mais alto. 

Mesmo sem estar na grade (nem esperava conseguir pelo horário que cheguei) dá para ver bem desde que você escolha um bom lugar. Eu estava inicialmente no centro, bem na frente do palco, mas os dois pilares grandes no meio da casa atrapalham um pouco a visão. Se o Onew fosse para o lado, já sumiria. Então, segui o conselho das amigas que conheci no show do P1H e fiquei em uma das laterais, perto da escada de acesso. Dali, dá para ver todo o palco, sem os pilares invadindo seu campo de visão. Para mim, foi melhor.

PERCENT (%) completa carga: 100% 🆙 com Onew

A noite de 30 de outubro de 2025 marca a primeira passagem solo do Onew pelo Brasil. E seu show é ainda mais especial, pois o SHINee abre e fecha minha programação de eventos em São Paulo neste ano. Quer uma forma melhor de passar esse ciclo do que começar e terminar com um dos meus grupos favoritos? ˆˆ

Depois de um dia atípico — reunião de última hora, saída tarde, trânsito — chego no Terra SP quando o dia está prestes a virar noite. Enquanto a fila contorna a quadra, começo a sentir aquele friozinho na barriga e a ameaça de chuva pairando (e a capa na bolsa, minha companheira fiel que só me deu folga no show do P1H). 

A fila não demora a andar. Logo já me pedem para mostrar o ingresso, antes mesmo de entrar, e deixar a bolsa pronta para revista. Com a pulseira do show no pulso e seguindo as orientações do staff, subo as escadas até o primeiro andar da casa, onde fica o Camarote 1. Ando de um lado para o outro até escolher um cantinho em uma das laterais. A visão é relativamente boa (melhor para quem fica na grade), tem a opção de sentar quando necessário, e o charme de estar um pouco “acima” do tumulto da pista.

Abertura calorosa, pronta para ultrapassar os 100%

Às 19h30, quando as luzes se apagam, uma leve vibração percorre a plateia. A animação já ultrapassa os 100% desde que “ANIMALS” começa a tocar ao fundo até a chegada dele. O escuro dá lugar a um mar de lightsticks do SHINee, todos acessos com a cor Pearl Aqua à espera do Onew, e o silêncio perde a vez para a ansiedade. 

E então “PERCENT (%)”, faixa do álbum homônimo lançado em julho, deixa para trás o significado de incompleto e ganha um novo sentido como a abertura da turnê. Onew aparece, estiloso, mas com aquela aura que mistura seu jeitinho de criança e a experiência de quem já percorreu um longo caminho. Ele abre o show com voz firme e sorriso aberto, enquanto a casa inteira responde a cada nota e cada sopro de microfone. O azul-profundo das luzes deixa tudo ainda mais etéreo, quase como se estivéssemos entrando em uma cápsula de emoções.

Onew embala em mais três músicas — “No Parachute”, “Yeowoobi” e “Far Away” — antes da primeira interação. O repertório não é construído apenas para dar show, mas para contar a história de quem esperou (como muitos SHAWOLs esperaram) e de quem agora entrega sem reservas. Onew faz uma pausa, respira, e fala sobre a espera de 11 anos. O SHINee ainda não se apresentou como grupo no Brasil, mas esteve aqui em 2014 (sem o Onew) para uma edição especial do Music Bank.

Ele também já aproveita a oportunidade para falar sobre sua surpresa com o calor brasileiro, todo mundo cantando suas músicas de pé e energia de sobra. Aqui vem o primeiro de muitos agradecimentos da noite pelo carinho recebido e um “tava com saudades” todo fofinho. ❤

Ensaiando um português desajeitado, mas espontâneo

Quando Onew tenta dizer “1, 2, 3” em português — um momento adorável e desajeitado — ele convida a plateia para “Conversation”. E de repente estamos todos rindo juntos, “colocando em dia” uma conversa que começou muito antes do show. Onew ri, brinca, e sua risada se mistura à nossa. 

Agora, já à vontade com todo o carinho ao seu redor e iluminado pelas luzes dos lightsticks do SHINee, ele começa a se soltar no palco. “All Day” é pura animação, reflexo de suas interações com o público. 

A voz que não esconde o que sente ao cantar

“MAESTRO” abre um outro capítulo na apresentação da noite. Notas bem sustentadas conduzem o vocal do Onew como peça central de uma orquestra: impecável, magistral e cheia de impacto. Ele entrega aquilo que já sabemos: uma das vozes mais bonitas do K-Pop, high notes e muita dedicação no palco. Canta demais esse “menino”, mas somos nós que ganhamos o elogio: “muito bom”

Durante mais uma pausa para interagir, Onew agradece novamente pela energia calorosa e confessa que se sente ‘curado’ por ela. E aí vem um trecho de “Circle”, uma das mais pedidas — e que não está no setlist oficial da turnê. E, mesmo que breve, o coro ecoa tão forte que ele parece quase suspenso no ar.

E então: “Starry Night”. Um dos momentos mais lindos da noite. Ele comenta que trouxe essa música especialmente para nós — “especialmente para o Brasil” — e, ao ouvir o público cantar junto, as lágrimas descem. Ele para um instante, respira fundo, recupera o fôlego, e seguimos. Há um silêncio coletivo e, ao mesmo tempo, uma vibração intensa. 


“Who’s the winner?” Emoções à flor da pele, Onew segue com “Winner” para lembrar que todos somos vencedores. A letra da música tem peso, difícil não se deixar levar por suas palavras e o significado que elas carregam. Quando ela termina, “Epilogue” começa.

A energia sobe ainda mais e o chão parece vibrar com “Silky”, passando pela animada “Beat Drum”. Ele não segue uma coreografia fixa. Quando dança, Onew segue seu próprio ritmo, seus sentimentos. Tudo que ele faz parece uma resposta para o ‘agora’, com um único objetivo: se divertir e espalhar essa mesma alegria de forma contagiante. 

Clímax, um “segredo” (só que não) e o encore

E aí ele inesperadamente anuncia: “Esta será a última música”. Mas já? É brincadeira do Onew! Ele tenta criar um clima de despedida só para compartilhar em segredo, comigo e com todos, que vai voltar para o palco. O “adeus” chega com “MAD”, seu primeiro single em inglês, criado em abril com o foco no tour PERCENT (%). 

O “truque” do Onew, planejado ou espontâneo, eleva a expectativa para o retorno que vem com “Caffeine” e uma nota altíssima que ele parece alcançar sem esforço. Uma das músicas que mais arranca suspiros, aplausos e admiração.

Mas o boom da noite estava prestes a abalar a estrutura do Terra SP com a próxima música. Onew transforma seu look elegante em um visual estilo happy hour depois do trabalho. Estamos todos prontos! “ANIMALS” é o auge da noite, um dos momentos mais esperados da turnê. Até quem não sabe a letra toda, dá um jeito de cantar junto o mais alto que pode. 

Não importa para onde olho, não tem ninguém parado. É como se todos quisessem seguir à risca “we turn into animals”. Quando a letra chega na ponte, naquelas palavras — “SÃO PAULO” — aí o silêncio realmente não tem vez. É quase um delírio coletivo, uma realização, um senso de dever cumprido e o sentimento de ‘eu vivi para cantar isso’.

Um ciclo de gratidão e simplicidade

E o encore? Agora sim, a sequência final é marcada por “Oreo Cake”, “Yay”, “Happy Birthday”. Onew distribui pelúcias autografadas com palavras da turnê. Ele comenta que gostaria de descer no meio do público, andar entre nós, mas por segurança não pode. Por isso, jogar os bichinhos foi sua forma de estar mais perto de nós. Um gesto simples, mas completo — preenchendo ainda mais o seu PERCENT (%) com a gente. No final, ele acena para cada um, como se quisesse ver cada rostinho de perto e gravar na memória.

A primeira passagem do Onew no Brasil deixou um sentimento de gratidão, felicidade, simplicidade e espontaneidade. Vou me lembrar do Onew como uma das pessoas mais espontâneas que já vi. Espontâneo, simples e com um coração puro, que não tem medo de se expressar e de mostrar seu jeitinho tão Onew de ser. Um ano que começou e terminou com SHINee, além de uma promessa renovada para novos encontros.

Percentual atingido: Onew excede limites com 10.000% 🆙 

Imagem do Onew no Brasil, no palco do Terra SP durante apresentação do encore no final do tour PERCENT (%)

A turnê PERCENT (%) em São Paulo no dia 30 de outubro de 2025 começou às 19:30 e terminou por volta das 21h21 — quase duas horas de um show simples, sem banda, dançarinos ou grandes efeitos, mas cheio de potência vocal e da espontaneidade singular do Onew.

Ele não segue scripts, nem tenta esconder o que sente. Se dá vontade de chorar, deixa as lágrimas caírem. Se dá vontade de rir, ele ri alto. Se dá vontade de agradecer, ele agradece — mil vezes, em cada pausa, em cada olhar para a plateia. E se dá vontade de dançar, ele entra no próprio ritmo e vai.

No início, parecia surpreso com o calor da recepção. Aos poucos, foi absorvendo esse afeto e devolvendo em forma de sorrisos, gratidão e entrega. E eu… eu só podia agradecer por estar ali. Onew foi simples, sincero, inteiro. O que ele entregou não foi 50%, nem 75% — foi 100% de verdade.

Eu, por outro lado, não estava nos meus 100%. Saí do show com a garganta pedindo descanso: uma amigdalite que chegou de surpresa. Talvez por isso, meus braços não alcançavam tanto quanto o coração queria. Espero que ele volte logo, para que eu possa estar mais forte, com o lightstick em uma mão, o celular na outra e a voz pronta pra cantar. Mesmo sem estar inteira, a experiência foi mais de 100% — algo que só o Onew conseguiria transformar em 10.000%.

O 2025 ONEW THE LIVE : PERCENT (%) pelo Terra São Paulo encerrou, mas você pode levar o Onew para uma nova turnê no Spotify. Ouça a playlist completa do show!

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