K-Drama · Review

Genie, Make A Wish: o que você pediria se tivesse 3 desejos?

K-Drama Genie, Make a Wish com Kim Woo-Bin (Genie) e Bae Suzy (Ki Ka-Young) e o deserto de Dubai ao fundo

Imagine ter nas mãos o poder de realizar três desejos. Já pensou no que você faria? Em Genie, Make A Wish (다 이루어질지니), uma mulher cética e sem emoções se torna a mestra do gênio da lâmpada. Se ela fosse uma pessoa normal, esse encontro seria a oportunidade de transformar seus sonhos em realidade. Se ele fosse um gênio comum, teria mais uma chance de corromper os humanos com pedidos como dinheiro e fama. 

O K-Drama da Netflix traz a assinatura da roteirista de clássicos como Goblin, Descendants of the Sun e Secret Garden, além de marcar o aguardado reencontro de Kim Woo-bin e Bae Suzy. a série também propõe um jogo perigoso: o gênio Iblis aposta que os desejos de Ka-young e de outros humanos provarão a corrupção da alma. 

Será que somos todos corrompíveis? A resposta está na aposta entre um gênio (aparentemente do mal) e uma psicopata (privada de qualquer sentimento), em 13 episódios liberados no dia 3 de outubro. Depois de acompanhar tudo, eu vim aqui para compartilhar o que achei. Embarca comigo?

Ficha técnica de Genie, Make A Wish

Série: Genie, Make A Wish (다 이루어질지니)

Gênero: Fantasia, Comédia e Romance

Número de Episódios: 13

Estreia: 3 de outubro de 2025

Direção: Lee Byeong-Hun, Ahn Gil-Ho (Record of Youth, Memories of the Alhambra)

Roteiro: Kim Eun-Sook (The King: Eternal Monarch, Goblin, Descendants of the Sun, The Heirs, Secret Garden)

Elenco principal: Kim Woo-Bin (Genie), Bae Suzy (Ki Ka-Young), Ahn Eun-Jin (Lee Mi-Ju) e a lista completa


Abandonada pela mãe e criada pela avó para conter seus impulsos psicopatas, Ki Ka-young (Bae Suzy) é fria e não esboça qualquer traço de emoção. Durante uma viagem a Dubai e um passeio pelo deserto, ela encontra uma antiga lâmpada e liberta Genie (Kim Woo-bin), um espírito milenar aprisionado por quase 1000 anos — e que, na verdade, é Iblis, mais conhecido como Satan. Enquanto se adapta às mudanças do mundo moderno e retoma sua missão de corromper os humanos, ele promete conceder a ela três desejos.

Review de Genie, Make A Wish

O K-Drama Genie, Make A Wish, da aclamada roteirista Kim Eun-sook, chegou na Netflix com grande expectativa, principalmente por marcar o reencontro de Kim Woo-bin e Suzy após quase uma década desde Uncontrollably Fond (2016). Mas a série é mais do que apenas um romance de fantasia, é uma complexa aposta sobre a natureza humana, embalada por magia, comédia e um número inesperado de subtramas.

O conflito central: Gênio vs Psicopata 

A história apresenta Iblis (Kim Woo-bin) como um gênio cínico e “satânico”, que é libertado após passar um milênio preso dentro da sua lâmpada. Agora, ele quer provar que todos os humanos são inerentemente corruptos. Sua nova mestra é Ka-Young (Suzy), uma mulher com um transtorno antissocial que não sente empatia, nem demonstra qualquer tipo de emoção, além de ser rígida em sua rotina dominada por regras.

Dessa união nasce o contraste entre o gênio excessivamente emocional e a mestra fria e metódica, que passa a maior parte do tempo provocando Iblis com uma frase simples, mas que se tornou icônica para mim: “이리 와” (“come here”). Juntos, os dois compartilham as melhores interações, mostrando uma química muito maior do que em Uncontrollably Fond. Suas personalidades opostas funcionam muito melhor aqui.

Além disso, o ator revive três papéis icônicos da roteirista Kim Eun-sook em uma participação divertida na tentativa de conquistar — e corromper — o coração de Ka-young: Choi Young-do (The Heirs), Moon Dong-eun (The Glory) e Han Gi-joo (Lovers in Paris).

Entre o ceticismo e o entretenimento

As primeiras impressões sobre Genie, Make A Wish podem ser divisivas. Desde o anúncio, o K-Drama entrou na minha lista como uma das estreias mais esperadas. Confesso que o primeiro episódio deixou uma imagem um pouco diferente do que eu tinha imaginado, fantasioso demais talvez?

O início não flui e os efeitos visuais (VFX), como nas cenas do voo por Dubai e o cabelo longo do gênio — que era para ser “cômico”? — não convencem. Parecem datados ou “forçados” na comédia. Começa mais como um hype do que um K-Drama para lembrar. Essa percepção encontra seu ritmo por volta do episódio 3 e, aos poucos, passa a transformar a visão de ceticismo em entretenimento. *Talvez as séries coreanas precisem da mesma regra de 3 dos animes para seguir ou dropar.*

O caminho da redenção: pontos positivos

A força de Genie, Make A Wish está no contraste emocional entre os protagonistas. Suzy entrega uma de suas atuações mais divertidas ao conter suas emoções de forma convincente, em contraste com a cena no deserto quando ela busca por Iblis. Kim Woo-bin, por sua vez, oscila entre o humor e a hostilidade com carisma, embora o tom cômico pareça exagerado em alguns momentos.

Nem todos os efeitos visuais passam uma impressão superficial. O uso do deserto de Dubai (que não aparece apenas no início e/ou no fim do K-Drama, é quase um personagem recorrente), a textura dourada da areia, a forma como ela se move ao redor de Iblis quando ele some ou aparece e os efeitos de brilho no céu criam um universo místico e encantador. 

A trilha sonora, com participação de Han, I.N e Felix do Stray Kids (스트레이 키즈) em “Genie”, me deixou até o final dos créditos sempre que começava a tocar. ❤

O caminho da corrupção: pontos negativos

O principal problema de Genie, Make A Wish é seu ritmo irregular e o excesso de subtramas que disputam espaço com a trama principal. O roteiro apresenta múltiplas histórias paralelas (cinco personagens e até um cachorro envolvidos no primeiro desejo): a vida passada de Ka-Young e seu envolvimento com Iblis, os 5 pedidos (equivalentes a 15 desejos) que testam a humanidade, o anjo da morte, a criança imortal e a “troca” da avó.

Essa densidade torna o enredo um pouco difícil de acompanhar, diluindo o foco da história central entre Iblis e Ka-Young. Se o objetivo era corromper os humanos, quem sai parcialmente corrompido no final é o próprio roteiro.

Além do volume de subtramas, o tom varia abruptamente entre comédia, fantasia e drama existencial. Até as personalidades dos personagens não escapam dessa mudança, como quando Iblis alterna entre ser “cruel e divino” ou “cômico e exagerado”.

Impressões finais de Genie, Make A Wish

Genie, Make a Wish começa fantasioso demais para o meu gosto, mas, aos poucos, vai diluindo os excessos em uma história que engaja e desperta a curiosidade. O ritmo é lento até certo ponto. Depois, engata e mantém a velocidade, sem frear ou acelerar demais. 

Apesar das constantes agressões de Ka-Young, suas interações com o gênio “do mal” são divertidas. Toda vez que ouço “이리 와” já lembro dela, assim como o “sim” que ficou marcado na noite em que Baekhyun se apresentou no Brasil pela primeira vez. Apesar de ser vista como psicopata e de não ter qualquer empatia, ela permanece fiel à essência da sua alma. E mesmo com personalidades e visões de mundo tão diferentes, os dois atuaram muito bem juntos dessa vez. 

Apesar da química e das interações engraçadas, a história de amor dos dois não é tão envolvente quanto eu imaginava que seria. Talvez, o motivo seja o mesmo de quando Genie, Make a Wish começou: fantasia demais. Ou ainda subtramas demais, tempo de menos para aprofundar o elo tão extenso entre Ka-Young e Iblis. 

Um encerramento pra lá de inesperado

Embora passe “longe de clichês”, o fechamento é controverso e inesperado, mas deixa uma frase inspiradora antes de se despedir: “Let’s go together. Not to the past that’s set, but to the future we can change”

Sem entrar no mérito envolvendo religião, Genie, Make A Wish é uma fábula moderna sobre moralidade, com o amor como pano de fundo. O K-Drama encontra seu maior brilho na química entre seus protagonistas e suas inusitadas interações, mas se apaga ao tentar realizar muitos desejos ao mesmo tempo. É uma história que mistura risos, lágrimas (nem tanto) e reflexões sobre os impulsos humanos: um desejo quase cumprido.

Se fantasia é um dos seus gêneros preferidos para maratonar, The First Night With the Duke não pode faltar. ˆ-ˆv

Deixe um comentário