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[Review] Em Silent Witch, o silêncio é a magia mais poderosa

Anime Silent Witch com Monica fazendo o sinal de silêncio com a mão

Há lugares onde o poder é medido por gritos de guerra, encantamentos e explosões de luz. Mas em Silent Witch: Chinmoku no Majo no Kakushigoto 「超能立方 超凡篇」, a verdadeira magia vem do silêncio — pelo menos quando se trata de um dos magos mais fortes entre os Sete Sábios (Seven Sages). Sob as estrelas do Reino de Ridill, uma jovem maga tímida se ergue entre os mais poderosos, não por seu desejo de glória, mas por tentar viver com gentileza enquanto protege todos ao seu redor, sem que ninguém saiba. 

Se na estreia em 5 de julho, Silent Witch tinha potencial de se tornar um dos melhores animes da temporada de julho. O último episódio confirmou a força da obra. Para mim, a adaptação da light novel de Isora Matsuri (história) e Fujimi Nanna (arte) é facilmente um dos maiores nomes do ano. Embarca comigo?

🪄 Ficha técnica de Silent Witch

Anime: Silent Witch: Chinmoku no Majo no Kakushigoto

Gênero: Fantasia

Número de Episódios: 13

Estreia: 5 de julho de 2025

Estúdio: Studio Gokumi

Adaptação: light novel de Isora Matsuri (história) e Fujimi Nanna (arte)


Monica Everett é conhecida como a Silent Witch, a única maga do mundo capaz de usar magia sem encantamentos — um feito que a tornou uma lenda viva após derrotar sozinha o lendário dragão negro. Mas a verdade é bem menos heroica (e muito mais fofa): Monica desenvolveu essa habilidade porque é extremamente tímida! Mesmo com seu receio de falar com outras pessoas, essa jovem prodígio precisa abandonar seu refúgio nas montanhas para cumprir uma nova missão: proteger em segredo o príncipe Felix, disfarçada como a estudante Monica Norton, da Serendia Academy. Entre feitiços, intrigas e interações sociais desastrosas, Monica embarca em uma jornada tão encantadora quanto o brilho das suas próprias magias.

Review de Silent Witch: Chinmoku no Majo no Kakushigoto

Silent Witch encanta desde o primeiro episódio. A cena de abertura, onde Monica derrota dragões com lanças de luz que descem de um portal celestial, é um banquete visual. Parece até que o Gilgamesh de Fate/Stay Night foi convocado para liberar o Portão da Babilônia com seus tesouros. 

Deixando o impacto da introdução épica de lado, cada episódio é conduzido como uma pequena joia sobre ansiedade social, descobertas e amadurecimento. Monica é o tipo de protagonista que desperta empatia imediata. Sua timidez se justifica, principalmente depois que a história nos apresenta o personagem Bernie. Tudo começa a fazer sentido. E ver seu progresso — uma frase dita sem gaguejar ou uma conversa sem desviar o olhar — é tão recompensador quanto suas batalhas mágicas (embora não haja tantas).

O humor do anime é um charme à parte. É daquele tipo fofinho, sabe? Nero, o gato familiar que alterna entre forma felina e humana, é um show de fofura e também um dos toques cômicos, ao lado de Ryn. A química entre Monica, Felix, Cyril, Lana é um verdadeiro “slow burn” digno de suspiros. A maneira como cada um cria laços com ela inspira.

As aulas de equitação, o chá entre amigos, as partidas de xadrez, as pequenas gafes sociais — tudo contribui para um retrato encantador da sua nova vida na academia.

Uma protagonista inesquecível, personagens admiráveis

Monica é o tipo de protagonista que lembra o porquê amamos animes. Ela é poderosa, mas profundamente humana, gentil e sempre preocupada com os outros (especialmente os mais próximos). Sua jornada não é vencer o inimigo, mas vencer o medo — que, no caso dela, é interagir com as pessoas. 

O contraste entre suas inseguranças e a postura que assume quando encarna a Silent Witch transparece não apenas nas atitudes, mas também no visual — alternando entre os traços chibi com a boquinha em forma de x e o olhar firme antes de lançar um feitiço poderoso. É quase impossível não se deixar conquistar pelo jeitinho dela. O que ela tem de timidez, sobra de poder.

Os personagens que fazem parte do seu círculo também ganham espaço para deixar sua marca. Felix (aka Ike) é um príncipe charmoso e observador. Tenho certeza (99%) que ele sabe que a Monica é a Silent Witch, mas como ela precisa manter sua identidade em segredo, ele também guarda esse conhecimento com ele. Cyril é aquele personagem clássico que parece frio por fora mas é gentil por dentro. Dá vontade de torcer por ele, se houver alguma chance de romance no futuro. Lana é a melhor amiga que qualquer pessoa poderia pedir, Nero é fofura pura em sua forma gato ou humana. Isabelle em seu papel de encarnar a vilã mesmo sendo fã declarada pela Monica é divertida demais. 

Técnica, animação e trilha sonora em perfeita harmonia

A animação é consistente e fluida, com destaque para os combates e expressões faciais de Monica. Os efeitos de magia são bem desenhados: feixes de luz que dançam, runas flutuantes e portais cintilantes. 

O design de som é outro ponto alto de Silent With: o som da pena riscando o papel, o murmúrio do vento, o tilintar dos sinos durante o festival. Tudo cria um universo vivo e imersivo. Uma das cenas que mais chama a atenção nesse detalhismo é quando a trilha de fundo começa a tocar enquanto Monica prepara um café. É relaxante de ver e ouvir. 

Por falar em música, “mild days” da banda Hitsujibungaku ficou gravada no meu coração desde o primeiro episódio ao embalar os créditos com uma melancolia doce, quase como uma despedida de verão (propício para a estação no Japão). A opening “Feel” também é boa, além principalmente para uma playlist tranquila.

Impressões finais de Silent Witch

Anime Silent Witch com Monica e Nero, em sua forma humana, no topo de uma torre

Silent Witch: Chinmoku no Majo no Kakushigoto é um lembrete de que força não é ausência do medo, mas a coragem de seguir em frente mesmo tremendo. Monica Everett é uma das protagonistas mais cativantes do ano: poderosa, gentil e, acima de tudo, fácil de se relacionar.

Com visuais belíssimos, trilha sonora memorável e espaço para o desenvolvimento dos personagens — da protagonista até os mais próximos, dentro da limitação dos 13 episódios — Silent Witch não apenas se tornou uma das principais referências da temporada de julho, mas também conquistou um lugar permanente no coração. 

A cada episódio, maior era a vontade de ver o que viria no próximo, além da expectativa de presenciar a tímida Monica em seu modo powerful Silent Witch. E esse desejo continua por aqui, mesmo depois do final. Espero muito que tenha não apenas uma, mas novas temporadas. Silent Witch é uma obra mágica (literalmente), sensível, aconchegante (de certo modo) e inesquecível. Definitivamente, um dos melhores animes da temporada de julho.

Falar em aconchego me lembra de Kakuriyo no Yadomeshi, mais uma história que vale a pena acompanhar. ˆ-ˆv

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