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[Review] Zutaboro Reijou: um conto de traumas e amor verdadeiro

Imagem do anime Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru com Kyros olhando nos olhos de Marie

Há histórias que nascem da dor e personagens que carregam feridas tão profundas que moldam sua visão de mundo. Em Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru 「ずたぼろ令嬢は姉の元婚約者に溺愛される」, a protagonista é marcada pelo trauma de uma vida inteira de rejeição e anulação. Porém, o anime também mostra como a presença de pessoas certas pode transformar esse olhar, trazendo não apenas amor, mas também a chance de reconstruir uma identidade fragmentada. 

Em 12 episódios, a obra coloca na balança leveza e drama em doses equilibradas a fim de guiar um novo capítulo na vida de Marie. Com Kyros, Mio e companhia ao seu lado, ela deixa para trás a imagem que carregava na estreia do anime em 5 de julho para retomar as rédeas do seu destino. Embarca comigo?

Ficha técnica de Zutaboro Reijou

Anime: Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru

Gênero: Romance e Comédia

Número de Episódios: 12 

Estreia: 5 de julho de 2025

Estúdio: LandQ studios

Adaptação: light novel de Tobirano (história) e Murasaki Mai (arte)


Marie sempre viveu à sombra da irmã em um lar nobre, apenas no nome, e empobrecido pelos maus-tratos constantes dos pais e por receber só migalhas do pouco que restava da família. Sua vida começa a mudar quando Anastasia sofre um acidente a caminho de um casamento arranjado com um conde rico, e Marie é obrigada a assumir o lugar da irmã. No entanto, ao chegar, ela descobre que tudo não passava de um mal-entendido: Kyros nunca teve intenção de casar com Anastasia, mas sim…Marie. A partir desse ponto, a história mistura humor, romance e uma jornada íntima de autovalorização.

Review de Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru

O primeiro episódio já estabelece um clima pesado, refletindo as dores e inseguranças da protagonista. A história da Marie, aliás, lembra algumas protagonistas de animes recentes, como Miyo em Watashi no Shiawase na Kekkon e Philia em Kanpekiseijo. Tem também um quê de Cinderela, mas apenas em um ou outro detalhe. 

Apesar da animação inicialmente mediana e diálogos um pouco engessados, o anime rapidamente encontra seu ritmo. Mesmo com espaço para melhorias visuais em certos pontos, Zutaboro tem um design relativamente atraente, ainda que simples. O episódio final foi especialmente bem apresentado para fazer bem aos olhos (e ao coração). 

A abertura “Gesshoku (月蝕)” da krage (クラゲ) e o encerramento “Marie (マリー)” da Myuk complementam bem a atmosfera. Enquanto a primeira começa com força, a segunda prioriza uma delicadeza melódica. Paixão à primeira ouvida! ˆˆ

A química entre os personagens começa a florescer de forma gradual, especialmente na relação de Marie com Kyros — impulsionada pela presença magnética de Mio, a maid que rouba a cena em diversos momentos, e outros criados do castelo, como o divertido Toppo (e suas mudanças de aparência conforme o mood dos banquetes), Johan, Thomas, Cecilie.

Embora seja compreensível, a visão negativa que Marie tem de si mesma e a convicção de ser apenas a substituta da irmã chegou a me preocupar em alguns episódios. No 10º, ela conseguiu até tirar meu fôlego. *sign* 

Deixando isso de lado, sua personalidade é dócil, sempre atenta às pessoas ao seu redor, além do desejo de estudar, aprender e lapidar seus conhecimentos.

O apoio é o combustível para a felicidade

Ao contrário de outros protagonistas masculinos do gênero, Kyros demonstra empatia genuína e maturidade. Sua forma de lidar com os traumas de Marie — ouvindo, incentivando e respeitando seus limites — passa um ar de conforto ao romance. O vínculo entre eles cresce de forma gradual e natural, tornando cada gesto, olhar e quase-beijo uma recompensa para quem acompanha.

E o que dizer da Mio, que vai muito além do papel de coadjuvante? Com humor afiado e uma determinação quase heroica, ela adiciona ritmo e leveza à história, equilibrando os momentos mais dramáticos com cenas memoráveis — e bem hilárias, diga-se de passagem, principalmente nas ‘disputas’ com o príncipe Luiphon.

Impressões finais de Zutaboro Reijou

Acompanhar os 12 episódios de Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru foi como estar em uma montanha-russa, com altos e baixos. Expectativas, frustrações, um mix de sentimentos no meio do caminho.

É preciso um pouco de paciência para seguir nos trilhos sem perder a empolgação, mas toda a adrenalina até a chegada é recompensadora: um final doce, digno e memorável. O romance entre Marie e Kyros floresce como prova de que até as feridas mais profundas podem ser suavizadas quando há afeto, respeito e o desejo verdadeiro de crescer juntos. 

Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru mostra que não existe atalho para a cura. É um caminho cheio de curvas com hesitações, quedas e reencontros, onde a verdadeira força está em se permitir ser amado e, sobretudo, em aprender a amar a si mesma. Apesar de alguns episódios arrastados e do drama excessivo em certos pontos, o resultado final é satisfatório. Para quem aprecia romances com desenvolvimento gradual, personagens carismáticos e um toque de crítica social, vale a volta.

Simples e com doses de fofura, Gorilla no Kami pode manter sua maratona de romances aquecida. ˆ-ˆv

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