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FTISLAND propõe jornada pelo instinto do rock em Instinct 

Cena do MV de "MONOCHROME" do álbum Instinct do FTISLAND com o trio em um cenário monocromático

Uma banda com 18 anos de estrada e um comeback japonês após seis anos desde o lançamento de Everlasting em 2019. Nesta quarta-feira, 17 de setembro, FTISLAND (에프티 아일랜드) apresenta o álbum Instinct. O trio — Lee Hong Gi (vocal), Lee Jae Jin (baixo) e Choi Min Hwan (bateria) — assina a letra de todas as faixas inéditas, 6 das 10 escolhidas para a seleção, incluindo remasterizações, em um conceito guiado pelo instinto. 

O nome Instinct se reflete como um manifesto: fazer música pelo impulso, intuição e paixão, sem a necessidade de lógica aparente, mas a partir da experiência vivida nos últimos anos. O álbum japonês chega pouco mais de um ano depois de Serious (julho de 2024) e traz em sua bagagem as mudanças e desafios que a banda enfrentou. O resultado é uma paisagem sonora que pinta um retrato honesto de onde o FTISLAND está hoje. Embarca comigo? 

“MONOCHROME”

A titletrack “MONOCHROME” pulsa como o coração dramático do álbum. Começa com uma melodia delicada embalada por uma leve melancolia no instrumental, que vai crescendo aos poucos, ganhando corpo e intensidade. A voz de Hong Gi navega por essa progressão, de um sussurro vulnerável a um grito poderoso, transmitindo toda a carga emocional por trás de cada nota, cada palavra.

É uma música que, apesar do nome, está cheia de cor e camadas, mostrando o quanto a banda domina a arte de construir uma narrativa sonora que prende do início ao fim. A letra reflete a vontade de permanecer fiel a si mesmo em um mundo “mono”, preto e branco, sem nuances. Esse contraste serve de pano de fundo emocional para trazer luz onde há sombra, calor onde há frio. 

A produção também acerta no ponto: sem exageros, mas suficiente para construir tensão e liberar energia na hora certa. E com tempo para isso, afinal são mais de quatro minutos — uma raridade hoje em dia que se repete em abundância. Assim como no MV, lançado no dia 29 de agosto, toda a estética visual é minimalista ao extremo, como se quisesse direcionar todo o foco para voz e instrumentos. 

B-sides transitam entre inéditas e remasterizações

O álbum Instinct não se resume a “MONOCHROME”, há uma paleta mais ampla para se explorar. As faixas inéditas incluem “GIANTS”, “No.3”, “After the Rain”, “Sunday Morning” e “Universe Universe”. Cada uma com sua própria cor. “GIANTS” soa como um hino do rock, que deve deixar uma boa impressão em um show ao vivo. “No.3” tem uma vibe mais divertida, que combina com uma sexta-feira à noite, antes da merecida pausa após uma semana de trabalho/estudos. Tim-tim!

Tem algo no instrumental de “After the Rain” que prende assim que a música começa a tocar. O arranjo passa a sensação de esperança depois de uma tempestade. É uma das minhas recomendações entre as novidades. “Sunday Morning” ganha força pelas notas do piano, que abrem espaço para a voz do Hong Gi se destacar. “Universe Universe” não apenas fecha a seleção de inéditas e o álbum como também seria a melhor despedida para o fim de um show.

As novas faixas se misturam de forma harmoniosa com as versões remasterizadas de “DOOR”, “In the Room”, “F-R-I-E-N-DS” e “Tsuzuki No Tabi (つづきの旅)”. Juntas, elas oferecem uma nova perspectiva do momento atual do FTISLAND, além de um breve mergulho na história da banda para quem não os conhece ainda.

Instinct é um álbum onde instinto e memória caminham juntos, o novo convive com o antigo, remasterizações e inéditas dançam numa mesma sequência sem rupturas bruscas. Não há fórmulas, apenas uma jornada sincera pela música e pelo rock tendo como guia a experiência de uma banda que carrega quase duas décadas de história.

Já conferiu todas as faixas? Ouça o álbum Instinct completo no Spotify e compartilhe suas favoritas. 🎧

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