
Entre anjos celestiais e espíritos malignos, Twelve (트웰브) nos convida a mergulhar em uma batalha épica pelo destino da humanidade. O K-Drama promete grandiosidade: guerreiros do zodíaco, elenco estelar e uma guerra contra o mal que ameaça ressurgir para espalhar o caos pelo mundo. O conceito, em si, apresenta uma mitologia rica, quase como se estivéssemos diante de uma lenda recontada em tons modernos — mas a execução, infelizmente, não acompanha o potencial dessa premissa.
A série da KBS2 e Disney+ estreou no dia 23 de agosto e chegou ao 8º e último episódio (ao menos por enquanto) neste domingo. O elenco inclui nomes de peso como Park Hyung-Sik e Seo In-Guk, além do próprio Ma Dong-Seok (que também como um dos roteiristas). Embarca comigo?
Ficha técnica de Twelve
Série: Twelve (트웰브)
Gênero: Ação e Fantasia
Número de Episódios: 8
Estreia: 23 de agosto de 2025
Direção: Kang Dae-Kyu, Han Yun-Sun
Roteiro: Kim Bong-Han, Ma Dong-Seok
Elenco principal: Ma Dong-Seok (Tae-San), Park Hyung-Sik (O-Gwi), Seo In-Guk (Won-Seung), Sung Dong-Il (Ma-Rok), Lee Joo-Bin (Mirr) e a lista completa
Em um passado distante, 12 anjos do zodíaco selaram forças demoníacas no portão do inferno e estabeleceram a paz. Com o despertar das trevas, o grupo liderado por Tae-San (Ma Dong-Seok), o imponente tigre, precisa novamente enfrentar o mal e travar uma batalha épica contra O-Gwi (Park Hyung-Sik), Samin (Kim Chan-Hyung) e suas forças sombrias. Entre lendas, alguns sacrifícios e muita coragem, o destino da humanidade será decidido em um confronto celestial.
Review de Twelve
Quando li a sinopse e vi o elenco, meu hype chegou nas alturas. Foi assim com você também? Uma história aparentemente interessante e com nomes de peso, apesar do estilo me lembrar de Island com Cha Eun-Woo. Minha primeira impressão ao acompanhar os episódios iniciais já me deixou com um pé atrás pelas cenas arrastadas, personagens que pouco evoluem ao longo da narrativa e a falta de um plot consistente.
Todo o tom épico da sinopse é diluído ao longo dos 8 episódios de Twelve. A história poderia ter sido memorável, pois a ideia é boa e o enredo sugere uma fantasia cheia de ação. Porém, o que se vê na tela é um ritmo irregular e sem uma base para nos manter envolvidos, com anjos agora humanos vivendo suas vidas. Os poucos momentos de luta carecem de fluidez, enquanto a mitologia criada raramente é explorada de forma envolvente.
Ao invés de nos convidar a mergulhar no universo de Twelve logo na introdução, as explicações só chegam no último episódio, quando já é tarde demais para criar impacto. Uma oportunidade de imersão perdida por uma simples inversão de roteiro.
>> Alerta de spoiler!
Ah! Esquece os 12 anjos do zodíaco, são 8. Os outros 4 aparecem milagrosamente nos episódios finais como se nada tivesse acontecido…
O elenco, ainda que com nomes talentosos, fica preso às limitações do script. Park Hyung-Sik, por exemplo, tinha em mãos um antagonista promissor, mas passa boa parte da história em cenas estáticas no alto de prédios apenas observando o fluxo. Ma Dong-Seok assume um protagonismo excessivo, deixando de lado a ideia de equipe que o K-Drama prometia. Os outros anjos zodiacais quase não têm tempo de brilhar ou deixar à mostra as características ligadas a seus signos, o que torna a proposta um desperdício ainda maior.
Tanto potencial deixado de lado…
Se a história de Twelve promete, mas não cumpre, a estética visual segue o mesmo caminho. A promessa de entregar um épico celestial esbarra em figurinos pouco elaborados, armas questionáveis e efeitos especiais que pouco convencem. Já conheci cosplayers incríveis, que nem famosos são, mas que deram vida aos personagens que escolheram representar com maestria. Quase como se fossem suas versões reais.
E os efeitos especiais? Com o passar dos anos, a qualidade da animação dos animes evoluiu tanto. Fica ainda mais perceptível quando vemos remakes como Cardcaptor Sakura, Sailor Moon e Rurouni Kenshin. Por que os K-Dramas não seguem o mesmo ritmo? Tecnologia, verba, falta de interesse em investir, qual será a barreira que impede o visual de ganhar um boost para tornar a história ainda melhor?
E onde fica a batalha épica? As lutas, ao invés de grandiosas, parecem muitas vezes improvisadas. Nos episódios finais, Won-Seung é um dos poucos a deixar uma impressão melhor em suas cenas de ação. Já a trilha sonora passa despercebida na maior parte do tempo, sem marcar os momentos de tensão ou emoção.
Twelve é um exemplo claro de como boas ideias não garantem boas histórias. Tem potencial, elenco e até uma mitologia interessante, mas falta coesão, construção e coragem narrativa. Afinal, qual é a mensagem que Twelve tentou passar? E as motivações dos personagens? O K-Drama termina com um gancho que sugere uma continuação, mas será que desperta interesse suficiente para embarcar em uma segunda temporada? Sinceramente, o que eu mais gostei na série foi ver as asas negras e os olhos vermelhos do Ogwi.
Quem acerta em cheio no gênero é Tale of the Nine Tailed, especialmente a segunda temporada. ˆ-ˆv