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Rich Man do aespa é um mix entre excessos e possibilidades

Cena do MV de "Rich Man" com Karina, Winter, Ningning e Giselle em um cenário que lembra uma fazenda, com a fumaça de uma fábrica ao fundo

Em uma sequência de lançamentos, “Dirty Work” em junho e “Dark Ants” em julho, aespa (에스파) está de volta nesta sexta-feira, 5 de setembro, com o álbum Rich Man. Giselle, Karina, Ningning e Winter já consolidaram sua posição como um dos nomes mais poderosos da quarta geração do K-pop. E cada comeback do grupo vem carregado de expectativas, em patamares altos desde a chegada do trio “Armageddon”, “Supernova” e “Whiplash”.

Com seis faixas, o novo EP das meninas apresenta múltiplas facetas entre os gêneros dance, hip-hop, R&B e pop. Se “Dirty Work” dividiu opiniões pelo excesso de repetição, agora é a vez de “Rich Man” assumir o risco de se tornar o novo mantra. Embarca comigo? 

“Rich Man”: toque de guitarra, confiança nas alturas

A titletrack “Rich Man” chega com guitarras distorcidas, energia de banda e uma coreografia ricamente presente. O refrão repete à exaustão a frase “I am a rich man”, transformando o conceito em um mantra de autoafirmação — que, querendo ou não, promete grudar na cabeça. 

O curioso é que a música não fala sobre dinheiro ou ostentação (pelo menos não diretamente), mas sobre ter autoestima e autoconfiança (quanto mais, melhor) como suas maiores riquezas: “I’m my own biggest fan, and I’m high in demand”.

Embora não seja uma preferida instantânea, tem potencial para crescer nas minhas playlists de K-Pop com o tempo. Aconteceu com Drama. Essa primeira impressão seria diferente se não fosse por um detalhe. Além da sensação de que a repetição excessiva do refrão dilui o impacto da faixa, há uma promessa de rock — reforçado pelo conceito visual do álbum — que nunca explode por completo. O riff aparece mais como textura do que como motor, deixando a expectativa por um refrão mais pesado que não chega. 

O apelo de “Rich Man” está na performance, que parece feita para o palco e para o impacto visual do MV. Acredito que é o tipo de música que pode crescer ao vivo ou com o tempo, mas sem ambição de se tornar um destaque no catálogo diverso do aespa. Mas eu sei que estou do lado low key das coisas, com apenas três favoritas do grupo em rotação por aqui: “Savage”, “Welcome to MY World” (uma das melhores de 2023) e “Don’t Blink”.

As b-sides navegam do soft ao R&B

Depois do mantra, a primeira faixa passa meio que batido — mesmo com seus assobios e barulhos de motor, que tentam capturar a velocidade e a adrenalina do drift automobilístico. “Drift” soa mais como um exercício de estilo com um mix de hip-hop e pop do que como uma música memorável.

Já a mais curta do álbum (apenas 2:30 de duração), “Bubble” tem um ar leve, minimalista e refrescante, acentuado pelos efeitos aquáticos de bolhas pipocando ao fundo. É uma das preferidas da Ningning, em entrevista onde as quatro compartilham suas impressões sobre o álbum Rich Man. 

A próxima,  “Count On Me”, mergulha em um R&B sonhador que me lembrou do som de girl groups dos anos 2000 — não necessariamente no K-Pop. Doce, sonhadora e com camadas vocais que mostram um lado mais soft das meninas, “Angel #48” brilha como favorita de Ningning e Giselle, além de ter o já conhecido nome de Kenzie na produção. Assim como “Bubble”, a faixa também tem alguns efeitos de fundo que passam uma sensação mágica.

“To The Girls”, a eleita de Karina e Winter, encerra o álbum em tom de brinde e esperança: um hino de encorajamento que conversa diretamente com o fandom. Alguém mais já consegue visualizar o final do show de uma turnê? 

Rich Man é um álbum que mostra o aespa entre a tentação do mantra repetitivo e a vontade de explorar novos gêneros. Enquanto muita gente deve manter as expectativas altas pelos comebacks do grupo, eu sigo o caminho contrário. Se marcar, marcou. 🙂

Já conferiu todas as faixas? Ouça o álbum Rich Man completo no Spotify e compartilhe suas favoritas. 🎧

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