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NCT WISH pinta seu próprio arco-íris sonoro com COLOR

Cena do MV de "COLOR" do NCT WISH com os membros mostrando saltos ao ar livre na coreografia

Chegando um pouquinho depois, NCT WISH (엔시티 위시) vem para completar a rodada dos principais lançamentos de K-Pop que eu acompanhei neste início de semana com o álbum COLOR. Em uma vibe colorida, Jaehee, Riku, Ryo, Sakuya, Sion e Yushi mostram mais cores da sonoridade do grupo — ainda com a estética brilhante e divertida de poppop, enquanto exploram novos territórios musicais. 

No último mês, os meninos compartilharam dois aperitivos: o pré-release “Surf” (12 de agosto), trazendo frescor de verão, e “Baby Blue” (26 de agosto), que apresentou um lado mais soft e contemplativo. A dupla pavimentou o caminho para o álbum, que chega com sete faixas e a promessa de revelar a verdadeira “paleta de cores” do arco-íris sonoro do grupo. Embarca comigo?

Titletrack “COLOR”

Sem suspense ou mistério, a abertura do álbum já revela a titletrack “COLOR” como se fosse um estouro de fogos de artifício coloridos. É electropop com sintetizadores em alta voltagem, um refrão que flerta com o jazz e aquele slogan quase gritante “Bring out the color!”, que parece feito sob medida para ecoar em shows. O resultado é um turbilhão sonoro que nem sempre dá espaço para respirar, mas que carrega a essência de NCT WISH: vibrante, juvenil, quase impossível de passar despercebido (mesmo que não seja para todos os gostos).

Produzida com a assinatura de veteranos como Kenzie e Andrew Choi, a faixa pode encantar com a energia sem freios ou afastar pela falta de um refrão mais memorável, menos colado em fragmentos de falas cantadas. Pode ser que em grandes palcos, funcione como um hino. Entretanto, nos fones de ouvido, soa mais como barulho e precisa de momentos específicos para ganhar o play.

O MV traduz exatamente isso em imagens, sem qualquer pausa. Cheio de energia, o grupo aparece em constante movimento. E o conjunto da obra, mais uma vez, mostra que as cores do NCT WISH não combinam com a paleta da minha playlist. Pode ser que isso mude, como aconteceu com o BOYNEXTDOOR (보이넥스트도어), que vem conquistando seu espaço por aqui. Uma hora essa mistura dá certo, ou não. É tudo uma questão de gosto.

B-sides

A sequência do álbum mostra a versatilidade do grupo. “Baby Blue” traz o respiro que a title não entrega em uma combinação de R&B e pop suave, como se fosse uma onda suave depois de um mar agitado pela tempestade. “Surf”, por sua vez, é a trilha para uma caminhada na praia em um dia ensolarado na companhia de uma brisa suave.

Escrita pela dupla de veteranos, “Cheat Code” resgata o electropop com um toque divertido, futurista e experimental. Lembra o som de trilhas de videogame. “Videohood” aposta em um hip-hop estiloso que lembra o som característico do NCT. Com um pouco mais de personalidade, poderia até se passar por uma música da discografia mais recente do P1Harmony (피원하모니). 

“WICHU” flerta com o R&B dos anos 2000, trazendo uma aura nostálgica e calorosa em samples de “With You” (Chris Brown). E, para fechar, “Reel-ationship” entrega talvez o momento mais doce e tranquilo do álbum: uma balada R&B leve e aconchegante, com direito a som de ‘meow’ no início — um toque irresistivelmente fofo.

COLOR não é um álbum feito para quem busca calmaria: é barulhento, múltiplo, cheio de cores, arestas e de brilhos. Pode não agradar a todos os gostos , como o meu. No entanto, seja no estouro caótico da faixa-título ou na delicadeza de “Reel-ationship”, o álbum deixa uma certeza: o WISH ainda está pintando seu caminho, e cada cor que surge traz novas possibilidades para o futuro.

Já conferiu todas as faixas? Ouça o álbum COLOR completo no Spotify e compartilhe suas favoritas. 🎧

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