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Key caça novas emoções e estilos no sombrio HUNTER 

Cena do MV de "HUNTER" com Key de cabelo vermelho, dançando ao ar livre em um cenário caótico, com vários dançarinos ao seu redor

Após o convite em setembro do ano passado para entrar na pista de dança com Pleasure Shop, Key (키) do SHINee (샤이니) parece querer mais. Nesta segunda-feira, 11 de agosto, ele retorna com o álbum HUNTER e uma nova seleção de músicas para as playlists dançantes. 

Dessa vez, Key não vem para servir drinks e flertar com a estética retrô. O tom sombrio, que mescla elementos de horror a diferentes estilos — do dance ao retrô pop, Jack Swing, R&B e até um punk rock experimental — domina o conceito do disco e reforça a criatividade artística sempre presente em seus comebacks. 

Hunter é o Key caçador de emoções, sons e sensações que cutucam e inquietam, retratando o desejo e as sombras que habitam cada um de nós. Com 10 faixas, ele mantém a ousadia de não se prender a um gênero só. Tudo é filtrado pela sua assinatura: teatral, estilizado e com um apetite claro por narrativas visuais. Embarca comigo?

Titletrack “HUNTER”

A titletrack “HUNTER” é um convite à caça, ou melhor, a se deixar caçar. O baixo grandioso, o kick pesado e as guitarras rítmicas montam um cenário quase cinematográfico, onde o perigo é sedutor e a dor é, paradoxalmente, prazerosa. A produção de Kenzie acerta ao equilibrar força e detalhe, criando camadas que se revelam mais a cada audição. 

Durante a coletiva de imprensa para apresentar o novo álbum, Key contou que a letra, originalmente, falava sobre algo trivial como pedir um número de telefone. Mas, com suas sugestões de palavras-chave, ganhou uma vibe selvagem, além de um tom ambíguo, mais psicológico que sobrenatural. “HUNTER” não é sobre monstros externos, mas sobre as feras que habitam dentro de nós e sentimentos complexos que nascem delas — como a obsessão.

Esses elementos inspirados pela temática de horror, com maquiagem gótica e cenas inquietantes, conduzem o MV. Há algo de “Thriller” do Michael Jackson no ar, mas reinterpretado com o cinismo e a elegância que só Key sustenta. E também referências ao filme “Substance” de 2024.

A faixa-título foi apresentada pela primeira vez no SMTown em Tóquio nos dias 9 e 10 de agosto. É o tipo de música que ganha mais e mais espaço em cada play e deve criar um momento imersivo nos shows da próxima turnê Keyland: Uncanny Valley. Será que teremos um ‘come to Brazil’ atendido? Taemin veio em fevereiro, Onew chega em outubro.

B-sides

Entre os destaques, “Trap” foi a primeira b-side a chamar minha atenção. A faixa mergulha em um clima sombrio com bateria agressiva, baixo tenso e um toque sutil de sinos ao fundo. É uma boa porta de entrada para mostrar o lado mais dramático do álbum. Ao lado dela, “No Way!” entrega um groove minimalista e sensual que conversa diretamente com o R&B. Já “Glam” brilha com seu retrô pop dance e uma letra cheia de independência e confiança: “I’m gonna be the party / Be the party / Be iconic / Just give me the glamorous”.

As collabs também enriquecem o álbum: “Infatuation” com Eunho do PLAVE (플레이브) traz um New Jack Swing alegre e romântico, enquanto “Perfect Error” com Seulgi do Red Velvet (레드벨벳) mistura R&B-pop e sintetizadores retrô que carregam uma mensagem de otimismo: “Even mistakes / Become a perfect piece, sold out”

O mix de punk rock experimental de “Strange”, as batidas dance de “Want Another”, o house suave de “Picture Frame” e o pop sonhador de “Lavender Love” completam a seleção. HUNTER é um álbum de contrastes, cheio de nuances. Key prova, mais uma vez, que sua discografia solo é um espaço de experimentação livre, onde conceitos se moldam ao seu estilo artístico, ao mesmo tempo em que ressoam com a nostalgia musical dos anos 2010. 

Já conferiu todas as faixas? Ouça o álbum HUNTER completo no Spotify e compartilhe suas favoritas. 🎧

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