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Do dance às baladas: BoA celebra 25 anos de carreira com Crazier

Cena de MV de Crazier com BoA dançando e fazendo um gesto que remete ao nome do álbum e da música

Com 25 anos de carreira, BoA (보아) acumula incontáveis conquistas: pioneira no mercado japonês, ícone da SM, referência para gerações inteiras de idols. Nesta segunda-feira, 4 de agosto, ela apresenta seu primeiro álbum completo desde Better (2020) e nos convida a seguir em frente com ela. Crazier é um título que provoca e, ao mesmo tempo, define bem a ousadia de alguém que, após tantas curvas, decide se jogar de novo no desconhecido.

O timing do comeback é simbólico. Além da extensa bagagem nas costas, BoA está passando por um momento de incertezas por questões de saúde. Mesmo assim, ela decide deixar que a música fale mais alto. Crazier é um álbum múltiplo, que transita com segurança entre o pop punk, o R&B, o soul-pop e até um flerte com o Brazilian funk — além de trazer composições autorais com sua assinatura em faixas como “It Takes Two”, “How Could” e “Clockwise”. Embarca comigo?

Titletrack “Crazier”

A titletrack “Crazier” abre o álbum como um grito de liberdade. Com um riff de guitarra vibrante e uma produção que mistura elementos do pop punk a um leve toque country-rock, a faixa soa como se BoA estivesse dizendo: eu ainda estou aqui. A música brinca com sua imagem pública, ora questionada, ora incompreendida, para devolver com confiança e irreverência: “Hear you talking loud but I’ll get louder / You should know by now but I don’t ever run away”.

BoA nunca foi estranha ao rock. Já flertou com o estilo em outras fases da carreira, mas aqui há uma maturidade que transborda pelos 25 anos de experiência. O refrão explode em um convite quase coletivo: parece feito para ser cantado em uníssono em estádios. A voz dela se destaca com potência, carregando uma emoção que é firme e, ao mesmo tempo, contida. 

Ainda assim, “Crazier” passa a impressão de ser polido demais em alguns momentos, o que suaviza um pouco o impacto que a proposta sugere tanto no nome quanto na estética do MV e na mensagem que carrega. A energia está lá, mas falta talvez um pouco de aresta, de risco, de sujeira boa. A música promete um soco, mas entrega mais um empurrão. 

B-sides

Após uma introdução divertida com a faixa-título, o álbum revela suas múltiplas facetas. E como músicas que embalam as pistas de dança costumam ter preferência por aqui — um dos seus últimos singles, “Emptiness” é prova disso“Don’t Mind Me” é uma das grandes joias do álbum: dance e com um registro mais grave da voz de BoA. Ao lado dela, “What She Wants” também traz o pop dançante para os holofotes com um toque de sofisticação.

As faixas autorais se destacam ao seu próprio modo: “It Takes Two” sai na frente com seu charme hip-hop urbano com um ar vintage. “How Could” entrega um R&B minimalista que soa como confissão. “Clockwise” encerra a tracklist com um tributo íntimo aos fãs: uma balada com piano e vocais crus, carregados de emoção.

“Healing Generation” (soul-pop com vibe retrô dos anos 80), “Up and Down” (mix de pop e R&B), “Love Like This” (no tom de OST de K-Dramas românticos), “Like I Like” (dance cheio de brilho) e “Hit You Up” (som com um toque brasileiro) completam a coletânea. 

Do dance às baladas, com um pezinho no rock, R&B e um pouquinho de cada estilo, BoA imprime sua identidade ao mesmo tempo em que se permite brincar com novas possibilidades: “This is my first studio album in five years since ‘Better’ [2020], and I wanted to show my fans, who have supported me for so long, a variety of sides and vocal colors I haven’t revealed before”

Já conferiu todas as faixas? Ouça o álbum Crazier completo no Spotify e compartilhe suas favoritas. 🎧

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