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[Review] Good Boy: quando a cidade se transforma no ringue

Elenco do K-Drama Good Boy: Ko Man-Sik (Heo Sung-Tae), Ji Han-Na (Kim So-Hyun), Kim Jong-Hyeon (Lee Sang-Yi), Yoon Dong-Joo (Park Bo-Gum) e Shin Jae-Hong (Tae Won-Seock) com seus uniformes de atletas coreanos

Cinco ex-atletas olímpicos trocam as medalhas por distintivos. Eles deixaram as quadras e os ringues para lutar por justiça nas ruas de Busan. Agora, ao invés de treinarem para quebrar recordes, eles dedicam seu tempo para correr atrás de criminosos. Essa é a premissa de Good Boy (굿보이), um K-Drama que mergulha de cabeça em um universo onde a força não vem apenas dos músculos, mas da convicção. 

Desde 2024, quando foi anunciada pela primeira vez, a série da JTBC já estava com o selo #mustwatch. A estreia chegou no dia 21 de maio de 2025, trazendo uma mistura de ação, comédia e um toque de drama, embalado por uma trilha sonora pulsante e uma produção visual de alto nível. Embarca comigo? 

Ficha técnica de Good Boy

Série: Good Boy (굿보이)

Gênero: Policial, Ação e Comédia

Número de Episódios: 16

Estreia: 31 de maio de 2025

Direção: Sim Na-Yeon

Roteiro: Lee Dae-II

Elenco principal: Park Bo-Gum (Yoon Dong-Ju), Kim So-Hyun (Ji Han-Na), Lee Sang-Yi (Kim Jong-Hyeon), Oh Jung-Se (Min Ju-Young) e a lista completa


Imagine trocar a glória de uma medalha olímpica por uma farda policial e um distintivo. Good Boy apresenta um grupo improvável de policiais: o boxeador Yoon Dong-Joo (Park Bo-Gum), a atiradora de elite Ji Han-Na (Kim So-Hyun), o esgrimista Kim Jong-Hyeon (Lee Sang-Yi), o arremessador de disco com coração de ouro Shin Jae-Hong (Tae Won-Seock) e o divertido wrestler Ko Man-Sik (Heo Sung-Tae).

Agora, os ex-atletas enfrentam um novo ringue: o combate à injustiça e à corrupção nas ruas para proteger a sociedade. Em vez de treinadores, enfrentam superiores rígidos. No lugar de pódios, encaram túneis escuros, becos perigosos e criminosos implacáveis — como Min Ju-Young (Oh Jung-Se), o ‘bad boy’ que transforma o submundo em seu tabuleiro. E nesse novo jogo, cada decisão é uma final.

Review de Good Boy

Good Boy chega com uma proposta daquelas que fisgam pela ousadia: transformar ex-atletas olímpicos em uma força policial especial. A história começa como um sprint de 100 metros, com ritmo intenso e cenas de ação alucinantes. Mas o que prende não é só a corrida contra o tempo, o carisma de Dong-Joo (apesar do comportamento explosivo que age mais com os punhos do que com a cabeça) ou a mira certeira de Han-Na. É o coração por trás de cada soco, cada queda, cada escolha difícil e cada take.

Como se fossem parte de um esporte de alta performance, as cenas de ação simultâneas com os cinco ex-atletas são bem coreografadas, bem dirigidas e bem imersivas. Atraíram 100% do meu foco — tanto no início, quanto no final. 

A sequência do primeiro episódio com Dong-Joo coberto pelas tintas fluorescentes já mostra a que veio: é como se a luta fosse uma dança de luzes no meio da escuridão. E as constantes menções de Dong-Joo à medalha de ouro que conquistou nas Olimpíadas de São Paulo? ❤

Outra cena marcante, ou melhor um conjunto delas, ganhou vida no episódio 8. Primeiro, a sequência cinematográfica de confrontos dentro do túnel. Ação, nota 10, mas frustração também, por ver tantos ‘vilões’ para poucos policiais. Para apaziguar toda a tensão, o início da amizade entre Dong-Joo e Jong-Hyeon. A química entre os dois é a melhor na série.

O time brilha mais quando está junto

A dinâmica entre os personagens é a engrenagem por trás de Good Boy. De um lado, os cinco ex-atletas olímpicos. Do outro, o grande ‘bad boy’ Min Ju-Young e sua própria equipe, com destaque para Min Ju-Young (Lee Ho-Jung) e Leo (Ko Jun).

A amizade entre os membros da unidade especial da polícia formada por ‘good boy’ (aka Dong-Joo) e companhia cresce como uma equipe de revezamento: às vezes desequilibrada, às vezes descoordenada, mas sempre com a torcida de um pelo outro. A relação entre os membros transborda carisma — especialmente a camaradagem entre Dong-Ju e Jong-Hyeon, que supera até mesmo a química romântica entre os protagonistas (Dong-Ju e Han-Na). 

Jae-Hong é aquele personagem mais neutro, com um coração grande e sempre pronto para ajudar. Já Man-Sik, o líder do grupo, equilibra autoridade e ternura, acompanhado por boas doses de risadas.

Do lado dos vilões, Min Ju-Young, Min Ju-Young e Leo me lembraram da equipe do Coringa, Arlequina e companhia. Os três se saem muito bem em seus papéis e poderiam até ganhar um spin-off se Good Boy fosse uma série em quadrinhos. O antagonista rouba a cena. Min Ju-Young é uma figura silenciosa e perigosa. Sua ascensão como mente criminosa é fascinante e, ao mesmo tempo, desconcertante. 

Medalha de ouro para as cenas de ação

Do ponto de vista técnico, Good Boy reúne todos os elementos para o lugar mais alto no ranking: as cenas de luta são coreografadas com maestria — desde o movimento da câmera e a escolha dos ângulos até a escolha das locações para cada atleta/policial e o uso criativo da iluminação. A sequência com tintas fluorescentes acompanhada por uma trilha eletrônica é puro espetáculo visual. O mesmo vale para o cenário, onde cada estrutura é utilizada como arma ou para defesa, como os andaimes.

Se Dong-Ju brilha nas primeiras cenas de ação, Han-Na e Jong-Hyeon conquistam os holofotes no episódio 13. Quase me senti dentro de um jogo de FPS. A direção fez um excelente trabalho, mantendo a qualidade desde o primeiro episódio.

O K-Drama não esconde suas influências cinematográficas e em vários momentos flerta com o estilo do Tarantino: câmeras lentas, enquadramentos ousados e violência gráfica estilizada. A trilha sonora também é um show à parte. Vou sentir falta da abertura com “Finish Line” e das cenas com “Get in the Ring”, que funciona como adrenalina para os momentos de tensão. 

Porém, nem tudo são aplausos. O que faltou mesmo foi ver um pouco mais de desenvolvimento dos personagens, já que eles chegam ao final praticamente do mesmo jeito em que começaram. Mesmo com tantas lutas travadas no ringue, o amadurecimento não chegou ao pódio.

Impressões finais de Good Boy

Elenco do K-Drama Good Boy: Ko Man-Sik (Heo Sung-Tae), Ji Han-Na (Kim So-Hyun), Kim Jong-Hyeon (Lee Sang-Yi), Yoon Dong-Joo (Park Bo-Gum) e Shin Jae-Hong (Tae Won-Seock)

Good Boy pode não ser perfeito, mas é eletrizante, divertido e entrega exatamente o que promete: uma história com muita ação, pitadas certeiras de comédia, um protagonista espontâneo, um grande vilão e o espírito olímpico transformado em bravura pela coragem no peito e um distintivo no bolso. 

Park Bo-Gum brilha em sua performance mais física e intensa até hoje. Seu Dong-Ju é divertido, impulsivo, leal. Um verdadeiro “good boy” que puxa nossa torcida, mesmo nos momentos em que a realidade parece dar um uppercut bem no queixo. Sua química com Jong-Hyeon cresce gradualmente, mostrando uma amizade digna de plateia cheia. Assim como quando o time está junto.

Oh Jung-Se é outro trunfo: um cérebro do crime que consegue ser assustador e carismático. Sua frieza e onipresença lembram os grandes vilões de quadrinhos. 

A ideia de Good Boy poderia parecer fantasiosa, mas a série se apoia em uma direção que sabe equilibrar ação estilizada com momentos de humor e humanidade. Há exageros, sim: vilões praticamente imortais, heróis que aparentemente não sentem dor e decisões que desafiam a lógica. É um K-Drama que, mesmo tropeçando em alguns obstáculos na maratona ‘good boy’ vs ‘bad boy’, compensa com uma boa dose de ação ao cruzar a linha de chegada.

Para fãs de histórias com ação coreografada no mais alto nível, personagens que funcionam bem em conjunto e vilões que realmente dão trabalho, vale o play. 

Se você gosta de ver o Park Bo-Gum em cena, When Life Gives You Tangerines fica como recomendação para estender sua maratona. ˆ-ˆv

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