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VIVIZ preenche os parênteses de A Montage of ( ) com cor e brilho

Cena do MV de "La La Love Me" do álbum A Montage of ( ) do VIVIZ com o trio sentado em um piso de madeira, enquanto olham uma borboleta brilhante voar

Quando um grupo lança seu primeiro álbum completo, há sempre um ar de expectativa. No caso do VIVIZ (비비지), esse sentimento se mistura com o tempo, a reinvenção e a maturidade artística que Eunbi, SinB e Umji vêm construindo desde sua estreia como trio após a pausa do GFriend (여자친구) — que deve se reunir mais para lançamentos pontuais e comemorativos.

O álbum A Montage of ( ) chega quase oito meses após o VOYAGE, ampliando a paleta sonora do trio como o próprio nome sugere, com os parênteses abertos. Podem ser múltiplas interpretações: um espaço a ser preenchido, colagens de sentimentos, fases ou mesmo vozes. As nove faixas transitam entre o dance, hip-hop e R&B, enquanto exploram a dualidade entre o frescor pop e a introspecção emocional. Embarca comigo?

“La La Love Me”

Escolhida como a titletrack, “La La Love Me” chega como promessa de hit dançante e um refrão facilmente gruda na cabeça. A faixa combina elementos eletrônicos e analógicos para ilustrar o início de um romance com confiança. Recomendo ouvir com o MV para ver com o contraste dos ambientes e os figurinos mudam conforme as oscilações do som. 

A estrutura fragmentada compromete o impulso da música, que parece guardar fôlego antes de entregar seu potencial. E quando as batidas ganham corpo, a música finalmente acende.  O brilho antes ofuscado irradia no refrão, vibrante e ritmado. É o ponto alto de “La La Love Me”: melódico, envolvente e com uma energia solar que casa perfeitamente com a temporada de verão na Coreia do Sul. A produção é assinada pela dupla Daniel Caesar e Ludwig Lindell — nomes por trás de músicas como “Red Flavor” do Red Velvet (레드벨벳) e “All Night” do SNSD (소녀시대). E só esse detalhe já aumenta a expectativa.

“La La Love Me” mostra que VIVIZ está disposto a explorar caminhos diferentes do que o GFriend seguiria e isso, por si só, é uma mensagem clara: elas estão construindo sua própria trilha. Uma trilha que entrará no modo repeat na minha playlist dance.

B-sides

As b-sides de A Montage of ( ) reforçam a riqueza da proposta. É uma faixa melhor do que a outra, o que dificulta a missão de escolher as favoritas do álbum. No entanto, “Hands Off My Heart” é, com certeza, uma delas, com seu baixo marcante e uma vibe retrô. 

Na sequência, “Citrus” aposta em uma progressão melódica que carrega um certo ar de mistério e uma letra bem poética. Já “Sticker” traz um pop mais sombrio com cordas dramáticas e um pré-refrão arrastado que pode facilmente grudar. “Toxic” se aproxima do R&B para criar uma atmosfera introspectiva, mas sensual.

As faixas solo ajudam a completar esse mosaico sonoro do VIVIZ. “Hipnotic” (SinB) é puro poder com beats de trap e cordas elegantes. Entre as três, talvez seja a minha preferida pela vibe que cria. “Love Language” (Umji) encanta com o mix de groove, guitarra e R&B. Já “Milky Way” (Eunha) é leve, divertida e traz um toque retrô.

O álbum encerra com “Wildflower”, faixa apresentada aos fãs durante a turnê VIVIZ World Tour [V.hind : Love and Tears] em 2024. Com um mid-tempo caloroso, funciona como carta aberta ao fandom, um agradecimento terno disfarçado de balada.

Com A Montage of ( ), VIVIZ entrega seu álbum mais consistente até agora — pelo menos para mim, que ainda mantinha o trio na sombra do radar. O disco preenche os parênteses em aberto com suas próprias cores, muito brilho e uma seleção de músicas com potencial de marcar muitas playlists por aí.

Já conferiu todas as faixas? Ouça o álbum A Montage of ( ) completo no Spotify e compartilhe suas favoritas. 🎧

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