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KARD [DRIFT] apela para o lado provocativo e maduro do grupo

Imagem do KARD para divulgação do álbum DRIFT com J.Seph, Somin, Jiwoo e BM, um ao lado do outro enquanto posam para a foto

Depois de uma pausa de quase um ano desde o último álbum Where To Now? (Part.1 Yellow Light), KARD (카드) retorna à cena do K-pop nesta quarta-feira, 2 de julho, com uma proposta quente para o verão sul coreano. DRIFT apela para a maturidade atrelada à confiança do grupo em seu sex appeal “sem esforço”, que marca a trajetória de BM, Jiwoo, J.Seph e Somin desde os primeiros lançamentos.

Enquanto o EP anterior flertava com um som mais suave, DRIFT pisa firme na intensidade. O 8º miniálbum do quarteto não busca respostas definitivas para a pergunta lançada naquele comeback. Como disse Somin, tudo gira em torno da jornada, e não do destino. As sete faixas que compõem o disco desenham uma rota quente, pulsante e segura de si, onde o KARD volta a ocupar seu território com presença, ousadia e um toque de provocação. Embarca comigo?

“Touch”: sensualidade à mostra na intensidade do KARD

“Touch” é o tipo de faixa que entra sem pedir licença. Com produção assinada por BM e participação criativa de todos os membros, a titletrack é uma releitura contemporânea da sonoridade dos anos 2000. Pense em Justin Timberlake, com beats percussivos marcantes, cordas bem colocadas e sintetizadores pesados. Mas é claro: tudo filtrado para corresponder à identidade característica do KARD.

A letra predominantemente em inglês propõe um jogo de sedução afiado: “Baby all you need is one touch”. A sensualidade não é gratuita, é proposital e bem construída. Como explica Somin, a ideia é mostrar um “lado honesto e instintivo do amor”. Nada forçado. Sexy porque pode, não porque quer parecer.

O MV de “Touch” amplia essa energia com imagens quentes (e um tanto provocativas) em uma festa urbana estilizada. Há movimentos sensuais, olhares intensos e cenários ousados que fogem da prudência comum no K-pop. Para BM, esse é o tipo de conceito que só o KARD consegue sustentar. Talvez ele não esteja errado, não é mesmo?

Entre os versos escritos de J.Seph, que brincam com imagens sensoriais como “cheiro de almíscar branco”, os arranjos de BM e os vocais potentes de Somin e Jiwoo, “Touch” deixa um convite dançante e provocante para viver um verão sem arrependimentos.

B-sides: frescor, ousadia e flerte com o passado 

As b-sides de DRIFT mantêm o clima quente, mas com variações interessantes. “BETCHA” abre o álbum com um groove que mistura elementos de reggaeton e hip-hop. É aquela faixa que tem potencial de crescer a cada audição.

No ritmo do dembow, “Before We Go” resgata o som com toque latino característico da discografia do KARD, além de incorporar algumas palavras em espanhol como ‘contigo’ e ‘te quiero’ em mais uma letra onde o inglês predomina — algo que se repete em todo o álbum. A música soa como uma dança na praia depois que o sol se põe.

Em um clima sonhador, “Top Down” brinca com pads para adicionar profundidade e textura à ambientação da música. Entre todas as b-sides de DRIFT, é a que carrega um calor mais ameno, com camadas delicadas e uma vibe despreocupada e leve. 

Se tem uma faixa que projeta a assinatura sonora do KARD de ponta a ponta é “Pivot”, embalada por uma base de house, com o toque latino do reggaeton e uma letra provocativa. As versões instrumentais de “Touch” e “Pivot” fecham o álbum, enquanto tentam dosar a temperatura elevada que o grupo provocou até aqui.

Com DRIFT, KARD reafirma sua assinatura como um grupo que cria suas próprias tendências e as molda a seu favor, aproveitando a diversidade que somente um co-ed group pode oferecer e imprimindo seu estilo no processo. Sensual, intenso e dono do próprio caminho, o quarteto mostra que sabe muito bem como causar impacto com ousadia e sinceridade.

Já conferiu todas as faixas? Ouça o álbum DRIFT completo no Spotify e compartilhe suas favoritas. 🎧

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