K-Drama · Review

[Review] Oh My Ghost Clients: boa combinação de humor e empatia

Imagem do K-Drama Oh My Ghost Clients com No Mu-Jin (Jung Kyoung-Ho) cercado por fantasmas e seus dois parceiros: Na Hee-Joo (Seol In-A) e Go Gyeon-Woo (Cha Hak-Yeon)

No mundo dos vivos, No Mu-Jin é apenas mais um nome na porta de um escritório modesto, perdido entre contracheques e contas a pagar. Mas quando a morte quase bate à porta, ele desperta com um novo contrato com o além. Oh My Ghost Clients (노무사 노무진) amplia seu papel como advogado trabalhista para atender os mortos. E agora, cabe a ele dar voz também aos que morreram injustiçados. 

O K-Drama da MBC estreou em 30 de maio e terminou no dia 28 de junho com 10 episódios e uma combinação rara: um equilíbrio quase sobrenatural entre comédia, crítica social e empatia genuína. Vem comigo?

Ficha técnica de Oh My Ghost Clients

Série: Oh My Ghost Clients (노무사 노무진)

Gênero: Thriller, Comédia e Sobrenatural

Número de Episódios: 10

Estreia: 30 de maio de 2025

Direção: Yim Soonrye, Lee Han-Jun

Roteiro: Kim Bo-Tong, Yoo Seung-Hee

Elenco principal: Jung Kyoung-Ho (No Mu-Jin), Seol In-A (Na Hee-Joo), Cha Hak-Yeon (Go Gyeon-Woo), Tang Joon-Sang (Bo-Sal) e a lista completa


No Mu-Jin (Jung Kyoung-Ho) tinha um emprego estável e um bom casamento até tomar uma decisão que mudaria sua vida por completo. Na tentativa de recomeçar, ele se vê forçado a lidar com os “clientes” mais insistentes da carreira: fantasmas que morreram vítimas de descaso, negligência e abusos em ambientes de trabalho. Acompanhado pelo YouTuber Ko Gyeon-U (Cha Hak-Yeon) e sua cunhada Na Hui-Ju (Seol In-A ), ele forma uma equipe improvável para lidar com processos do além em nome da paz de espírito dos mortos.

Review de Oh My Ghost Clients

Oh My Ghost Clients poderia facilmente ter sido apenas mais uma comédia excêntrica sobre fantasmas com assuntos inacabados. No entanto, o roteiro  opta por um caminho mais ambicioso. Cada caso revela uma chaga invisível da sociedade: contratos fraudulentos, medidas de segurança ignoradas, acidentes silenciados e mortes sem culpados. 

O K-Drama mergulha no universo das leis trabalhistas e apresenta uma profissão muitas vezes esquecida, ou talvez nem tão reconhecida quanto outras. Expor a carreira de um advogado trabalhista pode despertar o interesse de profissionais pela área, além de conscientizar quem estiver passando por dificuldades similares no trabalho

Apesar da seriedade dos problemas que se escondem entre as paredes de fábricas, hospitais, universidades e até mesmo lojas de conveniência, a série equilibra bem o peso emocional com a comédia. E isso, de certa forma, ajuda a ampliar o foco na mensagem que ela quer passar.

Jung Kyoung-Ho entrega um protagonista imperfeito, às vezes egoísta, outras vezes desajeitado, mas sempre humano. Seu crescimento é real, palpável. Ao ouvir os mortos, ele aprende a ouvir os vivos e, sobretudo, a si mesmo.

A dupla formada por Gyeon-U e Hui-Ju é divertida e faz o que raramente vemos: humaniza quem foi explorado pelo ambiente de trabalho. Ele, ao se infiltrar e sentir na pele o dia a dia sofrido por alguns dos clientes do escritório. Ela, ao mostrar empatia e o sentimento de revolta toda vez que a culpa era injustamente jogada para o lado da vítima.

Impressões finais de Oh My Ghost Clients

Mesmo que a premissa de fantasmas não seja nova, o roteiro consegue proporcionar uma experiência única e trazer novos elementos pouco explorados, como a profissão do advogado trabalhista. Vemos muitas séries coreanas que nos levam aos tribunais, mas esta é a primeira que vejo neste contexto. 

O que mais me prendeu no K-Drama foram as histórias por trás de cada caso. Nosso primeiro contato é com o cliente. Depois vem o motivo que o levou até o Mu-Jin, e aí começam as buscas por evidências. Por fim, acompanhamos a resolução. O ritmo para cada ciclo apresentado — que envolve todo esse processo — não é rápido demais, nem lento. É sob medida. E isso também contribui para envolver, criar conexão e despertar a empatia.

Oh My Ghost Clients se despede com uma nota agridoce e cheia de esperança. Quando Mu-Jin vai até a estátua de bronze onde tudo começou, ele fecha o ciclo com dignidade, senso de missão cumprida e gratidão. Há lágrimas, sim, mas também redenção. Toda a vida que parecia perdida depois de uma decisão errada ganha a chance de um recomeço. E talvez até o seu contrato sobrenatural também.

Ao falar em fantasmas, é quase impossível não lembrar de Hotel Del Luna — mesmo que o tom seja outro. 

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