
Em uma temporada de animes onde o romance apareceu em sua forma mais sutil, Gorilla no Kami kara Kago sareta Reijou wa Ouritsu Kishidan de Kawaigarareru 「ゴリラの神から加護された令嬢は王立騎士団で可愛がられる」 foi um dos poucos do gênero a se destacar. Ao longo de seus 12 episódios, o casal evolui em um bom ritmo, sem distrações (ou rivalidades) e com uma boa dose de fofura pelo caminho.
Um harém reverso até tenta se formar, mas o foco se mantém no relacionamento de Sophia e Louis-先輩 do início ao fim. Até mesmo a ending já mostra os dois juntos. E, com o romance, um toque de comédia e uma bênção inesperada, do Deus Gorila — considerada a mais poderosa em combate. Vem comigo?
Ficha técnica de Gorilla no Kami
Anime: Gorilla no Kami kara Kago sareta Reijou wa Ouritsu Kishidan de Kawaigarareru 🦍
Gênero: Comédia, Fantasia e Romance
Número de Episódios: 12
Estreia: 6 de abril de 2025
Estúdio: Kachigarasu
Adaptação: web manga de Shirobi (história) e Kamisu Mika (arte)
Ao completar 16 anos, Sophia Reeler recebe uma das bênçãos de combate mais poderosas, a do Deus Gorila. Apesar do desejo de uma vida escolar tranquila, ela é recrutada para a Ordem Real dos Cavaleiros, onde sua força fora do comum começa a chamar atenção. Apesar de tentar esconder suas habilidades avassaladoras, Sophia não consegue passar despercebida — e logo se vê cercada pelo carinho dos jovens cavaleiros que a admiram, especialmente do Louis-先輩, um cavaleiro veterano gentil e atencioso, que se torna seu maior apoio.
Review de Gorilla no Kami
Com um roteiro simples, sem cenas grandiosas de ação e uma boa dose de fofura protagonizada por Sophia e Louis-先輩, o anime transformou meus domingos em dias relaxantes. Mesmo que a história não traga nada de novo, principalmente pelo clichê das colegas enciumadas que aprontam todas para humilhar Sophia, tem romance e muitas cenas engraçadas por ela não conseguir controlar sua força no início.
>>> Alerta de spoiler!
Eu gostaria que tivesse menos maldade das “amigas” e mais consciência dos cavaleiros para enxergar a inveja que eles despertam ao ficarem ao lado de Sophia. É tão óbvio, como eles parecem tão alheios? Ao menos, isso sai de foco conforme os episódios avançam. E a inveja se transforma em amizade verdadeira.
Sophia não é a típica heroína frágil ou inocente. Ela tem bom senso, mostra empatia e analisa com cuidado as situações antes de agir. Mesmo com um poder absurdo, ao invés de ostentar, ela escolhe usá-lo com responsabilidade e respeito para proteger as pessoas ao seu redor. Isso a torna uma personagem realista e fácil de se identificar.
O único ponto negativo é ver ela hesitar e pensar demais diante de algumas situações. Conforme a história avança, Sophia fica mais confiante, mas as experiências que ela vivencia tinham potencial para dar um up ainda maior na sua personalidade.
A dinâmica entre ela e Louis-先輩 também merece elogios. Em vez do romance tóxico ou mal-entendidos forçados, temos uma relação de respeito e cheia de doçura. Louis é protetor, mas não exagera em suas ações. Sophia é forte, mas vulnerável emocionalmente. Juntos, eles formam um casal que transmite conforto — e que avança com naturalidade ao longo da história, com direito a declarações diretas, encontros e até um momento fofíssimo em que ele entrega a chave de seu apartamento (Meio cedo, né? Mas… xD).
Slice of life com toque de ação (mas sem exageros)
Embora tenha elementos de fantasia e até um pequeno arco dramático com a ameaça de Leohart — um rival que compartilha uma bênção de combate igualmente poderosa — o anime mantém o foco em seu núcleo principal: a convivência dos cavaleiros, o crescimento de Sophia, e o romance em desenvolvimento. A ação aparece, mas nunca rouba a cena. Há lutas marcantes, como Sophia enfrentando Keith e Lloyd no dormitório, ou seu embate final com Leohart, mas até nesses momentos o foco emocional permanece.
>>> Alerta de spoiler!
A luta entre as duas maiores bênçãos de combate — Gorila (Sophia) vs Leopardo (Leohart) — poderia ter tido mais impacto. Mesmo ela dizendo que não quer ser protegida, Louis-先輩 acaba ajudando quando ela está prestes a perder. E olha que nem teve tanta luta para chegar nesse ponto. Acho que a infiltração na escola com as bombas teve mais impacto que o final.
A ambientação também contribui para o charme do anime. Os momentos cotidianos, as pequenas trapalhadas de Sophia tentando lidar com sua força, o ex-soldado cabeleireiro que dá conselhos enquanto faz penteados — tudo isso cria um clima leve e aconchegante. Gorilla no Kami kara Kago sareta Reijou wa Ouritsu Kishidan de Kawaigarareru é o tipo de anime ideal para relaxar e aproveitar os momentos de doçura entre Sophia e Louis-先輩 (e seus sentimentos inabaláveis diante de qualquer circunstância).
A escolha da trilha sonora é simples e minimalista. A abertura com “Illuminate (イルミネイト)” de Shuugo Nakamura transmite a leveza da história, enquanto o encerramento “Serendipity (セレンディピティ)” de Megumi Ogata traz um pouco mais de peso para fechar cada episódio. É a minha preferida, aliás.
Impressões finais de Gorilla no Kami
Em seus episódios finais, o ritmo do anime se apressa um pouco para resolver o conflito com Leohart. A trama poderia ter sido mais bem explorada ou até deixada de lado para focar no que o anime faz de melhor: seu romance e suas interações cotidianas. Alguns diálogos parecem superficiais, especialmente quando a história tenta criar tensão mais séria. A impressão que passa é que as conversas estão ali apenas para preencher a cena.
>>> Alerta de spoiler!
A confissão de Louis e Sophia no episódio 6 é um bom exemplo disso. Foi fofinha e sincera dos dois lados, mas falta aquela carga emocional para nos envolver e nos fazer ficar na torcida pelo casal, sabe? A cena parecia reciclar toda vez que mudava o ângulo de um para o outro. E isso tira um pouco do impacto visual. Ao menos, no episódio 10 tivemos o primeiro encontro deles, com direito a “desfile” da Sophia. ˆˆ
Gorilla no Kami kara Kago sareta Reijou wa Ouritsu Kishidan de Kawaigarareru cumpre bem o que se propõe: é um slice of life com comédia, um romântica que avança bastante, toques de fantasia e uma protagonista feminina que equilibra força e doçura como poucas. O harém reverso implícito é rapidamente descartado em favor do casal principal, as rivais femininas evoluem (sim, elas pedem desculpas!), e os personagens masculinos fogem dos clichês possessivos. Em vez de triângulos amorosos forçados, temos um romance leve, divertido e com um casal adorável.
De certa forma, Sophia me lembra um pouco a Mia de Watashi no Shiawase na Kekkon sempre que pensa demais nas coisas. ˆ-ˆv