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[Review] Douse, Koishite Shimaunda: melancólico, mas convidativo

Imagem do anime Douse, Koishite Shimaunda com Airu, Shuugo, Mizuho, Kizuki e Shin sorrindo para uma foto

Douse, Koishite Shimaunda. 「​​どうせ、恋してしまうんだ。」 compartilha uma certa similaridade artística com Honey Lemon Soda e também chegou até mim pelos vídeos recomendados do YouTube. E, antes da estreia no dia 9 de janeiro, já estava cotado para entrar na programação. 

O anime é baseado no mangá de Mitsui Haruka, com animação do estúdio Typhoon Graphics (Kanojo ga Koushaku-tei ni Itta Riyuu e Madougushi Dahliya wa Utsumukanai). Em 12 episódios, as memórias da juventude de um grupo de cinco amigos se intercalam com flashbacks do futuro. Vem comigo?

Ficha técnica de Douse, Koishite Shimaunda

Anime: Douse, Koishite Shimaunda

Gênero: Drama e Romance 

Número de Episódios: 12

Estreia: 10 de janeiro de 2025

Estúdio: Typhoon Graphics

Adaptação: mangá de Mitsui Haruka


Nishino Mizuho é uma aspirante a mangaká que cresceu ao lado de seus quatro melhores amigos de infância: Kizuki, Shuugo, Shin e Airu. Quando completa 17 anos, ela sente que sua juventude está longe de ser como nos filmes: a data passa despercebida (pelo menos até ser surpreendida com uma festa surpresa), seu senpai não retribui seus sentimentos quando ela se declara e os eventos escolares são cancelados pela pandemia. Para completar, Kizuki, confessa que quer mais do que uma simples amizade. Em meio a laços de longa data e sentimentos inesperados, Mizuho precisa lidar com suas próprias emoções e encontrar uma forma de preservar a amizade do grupo.

Review de Douse, Koishite Shimaunda

Com a segunda temporada já confirmada (ainda bem), o anime chegou ao final deixando para trás uma série de expectativas. Só eu sei o quanto me segurei para não ir atrás de spoiler sobre um certo alguém. Quando eu pensei que finalmente teria as respostas que eu procurava, o episódio termina com um “to be continued Season 2”.

Uma narrativa envolvente, nostálgica e misteriosa

Douse, Koishite Shimaunda adota uma abordagem que intercala passado e futuro, criando um clima de nostalgia e mistério em torno do destino dos personagens. Mizuho aparece desde o início, já que é ela que narra a história enquanto relembra momentos marcantes de quando era mais jovem. O mesmo não acontece com seus amigos de infância, que surgem gradualmente conforme a narrativa avança, mas um deles é mantido longe dos nossos olhos e cercado por um clima de mistério.

A história se passa no ano de 2030, com uma Mizuho adulta relembrando os melhores anos da sua adolescência. Essa estrutura narrativa gera uma curiosidade constante: com quem ela terminou? O que aconteceu com suas amizades? Por que Kizuki, que se declara logo no início, não aparece no futuro assim que o anime começa?

Em paralelo, no formato de longos flashbacks, Douse, Koishite Shimaunda nos transporta para o ano de 2020 — inserindo o contexto da pandemia como um fator que impacta as dinâmicas entre os personagens. Isso adiciona uma camada extra de realismo, afastando-se um pouco dos clichês comuns do gênero shoujo. A ausência de eventos escolares tradicionais – como festivais e viagens — cria um ambiente mais intimista, focado na interação entre Mizuho e seus amigos de infância.

Personagens complexos e um visual chamativo

Os cinco protagonistas são carismáticos e bem desenvolvidos. No universo de Douse, Koishite Shimaunda, cada um representa um arquétipo clássico, mas com características que os tornam mais humanos. Kizuki é o amigo apaixonado, sincero e talentoso, Shuugo é o cara popular despreocupado, Shin é o intelectual reservado que foca apenas nos estudos e Airu é o artista sensível sempre antenado na moda. Já Mizuho é uma protagonista fácil de se identificar ao vê-la lidando com a pressão das expectativas e o medo de mudar suas relações de longa data.

A estética visual é um destaque à parte. A animação captura bem a atmosfera veranil dos dias de juventude, com cores suaves e traços delicados. Até mesmo os pequenos detalhes brilham, como a cena do reflexo da água no vestiário da escola durante o primeiro episódio — que ainda se mantém viva na minha cabeça de tão marcante e bem-feita.

Apenas os protagonistas e um ou outro personagem que interage com eles recebem detalhes em seus rostos e expressões faciais. Se você reparar, alunos comuns que não contribuem para o desenvolvimento da história são representados por meio de silhuetas, sem qualquer traço característico que os separe uns dos outros. Eles quase se mesclam com os cenários como se fossem uma coisa só.

A trilha sonora complementa bem a atmosfera romântica e melancólica do anime. O tema de abertura “Make It Count” (INI) transmite um sentimento de esperança, enquanto a trilha instrumental, composta principalmente pelo piano, ressalta os momentos mais emotivos. O mesmo vale para o encerramento com “Negaigoto” (Marcy), que muda a vibe para um tom cheio de emoção.

Impressões finais de Douse, Koishite Shimaunda

O diferencial de Douse, Koishite Shimaunda está na estrutura narrativa que brinca com idas e voltas entre passado e futuro e na forma como trata o impacto da pandemia na vida de quem vivenciou isso em seus tempos de escola. 

Se você gosta de um toque de melancolia e amadurecimento, além de um visual esteticamente convidativo e uma trilha sonora imersiva, é uma obra que vale a pena conferir. Com um final que deixa muitas perguntas no ar e a promessa de uma segunda temporada, é difícil segurar a ansiedade pelo que vem a seguir.

O clima de romance no ar pede uma recomendação no mesmo nível. E quem se encaixa melhor do que Kimi ni Todoke, um dos animes mais fofinhos que há. ˆ-ˆ v

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