The Witch (마녀) chegou ao final neste domingo, 16 de março, com a resolução do enigma que acompanhou o K-Drama em seus 10 episódios. Baseada no webcomic Manyeo de Kang Pool, a série coreana da Channel A combina romance e mistério de um jeito único — que vai além da lógica e explora até a última variável.
Antes de incluir a obra no tour pelos K-Dramas de fevereiro, The Witch ficou em stand-by e entrou no roteiro de viagem de última hora após ouvir comentários sobre a série. Também fiquei curiosa para descobrir como o mistério por trás da existência de uma suposta bruxa seria conduzido. Vem comigo?
Ficha técnica de The Witch
Série: The Witch (마녀)
Gênero: Mistério e Romance
Número de Episódios: 10
Estreia: 15 de fevereiro de 2025
Direção: Kim Tae-Gyoon
Roteiro: Kang Pool (webcomic Manyeo e também Jomyeonggage que inspirou Light Shop)
Elenco principal: Jin Young (Lee Dong-Jin), Roh Jeong-Eui (Park Mi-Jeong), Lim Jae-Hyuk (Kim Joong-Hyuk), Jang Hee-Ryung (Heo Eun-Sil) e a lista completa
Em The Witch, mistério e romance se entrelaçam quando Lee Dong-Jin (Jin Young), um especialista em data mining, resolve retomar um quebra-cabeça que o intrigou no passado. Ele, assim como muitos outros meninos, foram atraídos por Park Mi-Jeong (Roh Jeong-Eui). Ela parece ter um destino bem incomum: todos os homens que se apaixonam por ela acabam feridos ou mortos.
Determinado a provar que sua “maldição” não passa de coincidência, Dong-Jin mergulha em um enigma perigoso e coloca sua própria vida em risco. Usando sua habilidade analítica, ele investiga os eventos ao redor dela, mas acaba descobrindo segredos que vão além da lógica.
Até onde a ciência pode desafiar o inexplicável? Será que a vida de Mi-Jeong é realmente amaldiçoada?
Review de The Witch
Um dos grandes diferenciais do K-Drama está na forma como a narrativa aborda o tema. Será que as tragédias ao redor de Mi-Jeong são apenas um acaso estatístico, ou existe algo além da compreensão racional? Enquanto ele se arrisca cada vez mais para desvendar o mistério, o roteiro nos leva a questionar junto com Dong-Jin se ela é realmente uma bruxa.
Esse envolvimento emocional do protagonista não é apenas investigativo, mas também uma forma silenciosa de amor. Afinal, ele quer entender o mundo dela para libertá-la do medo e da culpa, além de dar a ela a chance de viver uma vida um pouco mais próxima do normal (sem ter que abdicar da sua liberdade ou da convivência com os outros).
⬆️ Altos
A história tem um início um pouco mais lento, com os dois primeiros episódios resgatando a perspectiva de cada personagem. No primeiro, vemos os acontecimentos pelo olhar de Dong-Jin. No segundo, é o ponto de vista da Mi-Jeong que nos conduz pela trama. A partir da metade, começamos a entender as possíveis variáveis.
Para os mais resilientes, a narrativa cresce a cada episódio, até chegar em um plot twist surpreendente no episódio 9, que redefine tudo o que acreditávamos saber sobre a história. Levou algum tempo para eu entender a lógica, mas quando ela ficou clara as peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar.
A trilha sonora também acerta no ponto, com instrumentais cuidadosamente selecionados para reforçar a atmosfera melancólica e misteriosa de cada cena. Além disso, a escolha de Hallstatt como cenário do episódio final adiciona um toque cinematográfico à produção. A paisagem do lago cercado por montanhas me lembrou do encontro da Se-Ri com Ri Jeong-Hyeok em Crash Landing on You.
⬇️ Baixos
Apesar de despertar a curiosidade, The Witch deixa algumas pontas soltas pelo caminho. A quantidade de declarações de amor que a Mi-Jeong recebe, está longe de ser normal. Por que será que ela era tão popular? Alguma explicação lógica ou algo além do que a ciência pode provar? Por que Dong-Jin se desculpa com Mi-Jeong pelo atraso? E a cena do caminhão? O que acontece depois?
Perguntas à parte, já que falamos de romance, o relacionamento de Dong-Jin e Mi-Jeong carece de momentos para consolidar a conexão entre os dois. O sentimento dele fica claro desde o início, representado pela sua determinação com a pesquisa para provar que ela não é uma bruxa, mas e como a Mi-Jeong realmente se sente? Ela não nos deixa pistas suficientes em suas interações limitadas pelas circunstâncias que a cercam.
Uma hipótese é pensar que, algumas vezes, o interesse pode vir pelo esforço que outra pessoa faz para provar o quanto ama você. A resposta pode não ser o amor imediato, mas uma pequena brecha no coração para, quem sabe, um sentimento mais profundo no futuro.
O casal secundário, formado pelo detetive Kim Joong-Hyuk (Lim Jae-Hyuk) e pela PD Heo Eun-Sil (Jang Hee-Ryung) também poderia ter tido uma atenção um pouco maior. Quando os dois se conheceram, eu sabia que teria algo a mais entre eles. Não porque o roteiro me mostrou, mas simplesmente pela dinâmica das séries coreanas.
Impressões finais de The Witch
Entre as mensagens que The Witch pode ter tentado passar, cheguei a uma hipótese. É interessante pensar que existem diferentes pessoas no mundo e, dentro do seu universo, o K-Drama mostrou duas existências com suas próprias leis. E assim como qualquer adversidade ou circunstância, sempre tem um jeito de se adaptar para conviver com elas em harmonia e minimizar os impactos.
>>> Alerta de spoiler
Seguir as pistas que Dong-Jin deixa para nos levar à resolução do mistério nos coloca no mesmo papel que o detetive Joong-Hyuk. Depois de tanta coleta de material, entrevistas e análises de estatísticas baseadas nos acontecimentos ao redor dela, descobrimos com ele a última variável que faltava. O resultado? Mi-Jeong é realmente uma bruxa, mas ela não é a única.
Embora provocador e cheio de camadas interpretativas, o final de The Witch poderia ter desenvolvido melhor os sentimentos de Mi-Jeong por Dong-Jin. Seu amor por ele parece surgir de forma repentina — mesmo depois que aprendemos o quanto seus sentimentos podem influenciar as variáveis e provocar consequências fatais.
The Witch é um K-Drama que prende aos poucos. Apesar de pequenas falhas no desenvolvimento emocional dos personagens e um ou outro detalhe, o roteiro conduz bem a tensão entre o inexplicável e o racional. Para quem gosta de histórias que desafiam a lógica, despertam a curiosidade e ainda trazem um plot twist inesperado, pode ser uma escolha interessante.
Você também acompanhou a série? Me conte nos comentários o que achou. 🙂
Hasta La Tour 