Atenção passageiros! Em instantes, vamos começar o embarque por um extenso roteiro no tour pelos K-Dramas. Por isso, tenha em mãos um documento de identificação e seu cartão de embarque. A bordo do voo KD2404, preparamos uma programação especial cheia de novidades com estreias do mês e as impressões finais das séries coreanas que chegaram ao seu último episódio.
Devido a extensão do roteiro de todos os tours – K-Dramas, animes e lançamentos de K-Pop – conexões mais antigas ficaram de fora da rota mais uma vez. Prepare-se para explorar mais um review com recomendações para você. Embarca comigo?
Check In Hanyang
Entre os K-Dramas em andamento, Check In Hanyang (체크인 한양) é o primeiro a chegar no final após 16 episódios. A série da Channel A foi ao ar entre os dias 21 de dezembro de 2024 e 9 de fevereiro de 2025.
Check In Hanyang começa como uma mistura envolvente de romance e intriga histórica, mas sofre uma mudança brusca de tom nos episódios finais, resultando em um roteiro inconsistente. A trama segue quatro personagens: Hong Deok-Su/Hong Jae-On (Kim Ji-Eun), Lee Eun-Ho (Bae In-Hyuk), Cheon Jun-Hwa (Jung Gun-Joo) e Go Su-Ra (Jae Chan). Cada um tem suas próprias motivações e segredos, em meio a uma rede de antagonistas.
A mudança repentina no tom da história a partir do episódio 14 compromete a coesão narrativa. O K-Drama abandona sua identidade inicial e tenta se reinventar sem bases sólidas, trocando o tom leve e descontraído por um caminho obscuro sem todos os argumentos para justificá-lo.
Ji-Eun assume um papel desafiador ao interpretar uma mulher disfarçada de homem em busca de vingança. Embora a caracterização tenha sido bem-feita ao ocultar seus traços femininos, sua atuação não me convence completamente. A postura, a maneira de falar e o comportamento não transmitem credibilidade quando ela está na pele de Hong Deok-Su. Além disso, a falta de habilidades de luta e um plano consistente fazem com que sua jornada pareça pouco convincente para alguém que passou 12 anos planejando vingança.
Quem realmente se destaca é Seol Mae-Hwa, interpretada por Kim Min-Jung. Sua presença domina a tela, trazendo profundidade e carisma à personagem. A atuação segura e expressiva faz com que ela se sobressaia toda vez que entra em cena.
Apesar de todas as falhas, as interações e a amizade entre os quatro protagonistas proporcionam momentos divertidos, o que dá à série uma segunda chance.
Love Scout
Love Scout (나의 완벽한 비서) entrega tudo o que se espera de um romance maduro e bem desenvolvido. Exibido entre 3 de janeiro e 14 de fevereiro, o K-Drama já é um dos destaques de 2025. Com um roteiro simples, mas cativante, a série da SBS se diferencia ao inverter a típica dinâmica de poder em romances de escritório — além de trazer uma protagonista bem proativa. Kang Ji-Yun (Han Ji-min) é uma CEO confiante e determinada, enquanto Yoo Eun-Ho (Lee Jun-hyuk) brilha como seu atencioso secretário – além de ser um pai solo exemplar.
A química entre os dois cresce de forma natural, envolvente e no ritmo certo. Cada interação se torna especial. Enquanto Ji-Yun muitas vezes toma a iniciativa no romance, Eun-Ho equilibra a relação com seu jeito doce. Suas trocas de olhares, mensagens discretas e telefonemas longos criam uma relação genuína, repleta de momentos que aquecem o coração.
O brilho de Love Scout vai além dos protagonistas. Byeol (Ki So-Yu), a filha de Eun-Ho, enfatiza o valor da família e adiciona mais leveza à história — seja em suas interações doces com o pai ou nas divertidas conversas com Ji-Yun.
Além do romance, Love Scout aborda temas importantes como equilíbrio entre vida profissional e pessoal, os desafios na área de recrutamento e seleção, a criação solo dos filhos e o preconceito aos olhos de quem está de fora, entre outros. O ambiente de trabalho é bem construído, e os personagens secundários contribuem para o avanço da narrativa.
Com boas atuações, uma trilha sonora aconchegante e uma abordagem refrescante do gênero, Love Scout é um K-Drama imperdível. Se você procura um romance maduro, sem amarrar ou acelerar as coisas, esta série definitivamente merece um lugar na sua lista!
Motel California
Exibido entre 10 de janeiro e 15 de fevereiro pela MBC, Motel California (모텔 캘리포니아) apresenta um melodrama intenso e emocional ao acompanhar a trajetória de Ji Gang-Hee (Lee Se-Young) e o retorno à sua cidade natal — um lugar marcado por memórias dolorosas. Com o romance como pano de fundo, o K-Drama traz um retrato profundo de traumas, arrependimentos e do peso do passado sobre o presente.
Gang-Hee é uma personagem extremamente complexa. Seu comportamento muitas vezes é frustrante e tóxico, mas compreensível (de certa forma) diante do contexto de rejeição e culpa que ela carrega desde a infância. A atuação realista de Se Young faz com que a dor e os conflitos internos de Gang-Hee pareçam palpáveis. Mesmo não simpatizando com as atitudes da personagem, é impossível não se sensibilizar com a entrega da atriz.
A narrativa é lenta e se desenrola de forma repetitiva em um ciclo de afastamento e reaproximação, especialmente na dinâmica entre Gang-Hee e Chun Yeon-Soo (Na In-Woo). Conforme a história avança, a série revela camadas mais profundas dos personagens e das cicatrizes que moldam suas ações. Os flashbacks são bem utilizados, tornando os momentos de dor e redenção ainda mais impactantes.
Motel California não apresenta uma história fácil ou agradável de assistir. O K-Drama mergulha em uma jornada intensa, dolorosa, mas surpreendentemente humana.
When The Stars Gossip
Quando foi ao ar no dia 4 de janeiro, When the Stars Gossip (별들에게 물어봐) da tvN parecia promissor. A combinação de Lee Min-Ho e um enredo ambientado no espaço despertou minha curiosidade, mas o que encontrei no final, no dia 23 de fevereiro, depois de acompanhar 16 episódios, foi um K-Drama arrastado, confuso e com algumas decisões questionáveis no meio do percurso. Em poucas palavras, uma série perdida no espaço.
O roteiro tenta misturar ficção científica com romance, mas falha em tornar a história envolvente. A abordagem sobre temas como a fertilidade no espaço é confusa e, em muitos momentos, forçada. As explicações científicas são frágeis e pouco convincentes, tornando difícil se conectar com o universo da série.
Os diálogos facilmente dispersam a atenção e os personagens parecem superficiais. Além disso, os coadjuvantes são pouco desenvolvidos e, muitas vezes, apenas atrapalham o ritmo da narrativa. Talvez o único que merece destaque por deixar a ambientação um pouco mais realista com uma tripulação internacional é Santi. Enquanto falta química entre os protagonistas, sobram momentos que desafiam qualquer lógica, mesmo dentro da ficção.
A mensagem final que reflete como cada vida tem o seu valor é válida, mas o enredo não a transmite de forma natural. A conclusão, que poderia ter dado algum sentido à jornada dos personagens, apenas reforça a sensação de desperdício de potencial. Para mim, foi uma experiência frustrante.
Visualmente, a produção é bem-feita, além de contar com um bom elenco, mas isso por si só não compensa os problemas do roteiro. Entre todos os K-Dramas de Lee Min-Ho que acompanhei, esse foi, sem dúvida, o menos impactante.
Estreias de Fevereiro
Melo Movie
Melo Movie (멜로무비) é um rom-com de 10 episódios que combina amor, conforto, amizade, humor e uma série de coisas mais, além de uma homenagem ao cinema. A série da Netflix chegou de uma só vez no dia 14 de fevereiro.
Sob a direção de Oh Choong-Hwan (Castaway Diva, Hotel Del Luna) e o roteiro de Lee Na-Eun, acompanhamos os tropeços e os avanços de Ko Gyum (Choi Woo-Sik), Kim Mu-Bee (Park Bo-Young), Hong Si-Jun (Lee Jun-Young) e Son Ju-A (Jeon So-Nee).
À medida que suas vidas se entrelaçam, o K-Drama revela uma história sobre sonhos, feridas do passado e o impacto do cinema em suas vidas. Tudo é apresentado a partir de uma narrativa envolvente e bem estruturada.
A narração de Park Bo-Young — que já chamou minha atenção em Light Shop — adiciona um toque intimista à trama. Além disso, cada episódio recebe um nome significativo e a ilustração de um momento marcante no final, fortalecendo a conexão entre a história e os sentimentos dos personagens e dando um toque artístico que ressalta a sensibilidade da produção.
A cinematografia é impecável, com escolhas de cenário que provocam nostalgia e um sentimento melancólico. A trilha sonora, delicada e cuidadosamente selecionada, complementa as cenas. O último episódio é um verdadeiro clímax emocional, especialmente o desfecho entre os irmãos, uma das relações mais marcantes da série. O desenvolvimento dos personagens é gradual, permitindo que a gente compreenda suas dores e evoluções ao longo do tempo.
Melo Movie é uma obra que reflete sobre as conexões humanas e o papel do cinema na construção de memórias. Para quem aprecia histórias com ritmo mais contemplativo e narrativas profundas, esta série é um deleite imperdível.
Newtopia
Do melodrama ao caos, Newtopia (뉴토피아) é a próxima parada do tour. Com 8 episódios, o K-Drama da Coupang Play estreou no dia 7 de fevereiro. Quando um vírus misterioso transforma Seul em um pesadelo infestado de zumbis, o soldado Lee Jae-Yoon (Park Jeong-Min) e sua namorada Kang Young-Joo (Kim Ji-Soo) tentam se reencontrar. Em meio ao desespero, amor e sobrevivência se tornam a única esperança em uma cidade à beira do colapso.
Levar os zumbis para as telas é sempre uma boa premissa. Pelo menos, é o que eu achava até começar a acompanhar Newtopia. Além do tema, fiquei curiosa mais uma vez para ver a participação da Jisoo — depois de sua atuação em Snowdrop.
Deixando de lado o tom evidente de comédia forçada que a série quer passar, a atitude de alguns personagens diante do cenário apocalíptico não se justifica. Em outras obras com zumbis, civis como eu e você, sempre confiam nos seus instintos de sobrevivência e logo aprendem a se virar em um mundo envolvido pelo caos. Então, como pode o mesmo não se aplicar aos soldados?
Em Newtopia, os soldados ignoram qualquer senso de sobrevivência e se entregam com desespero à comédia. Se eu fosse homem e estivesse cumprindo o serviço militar obrigatório na Coreia do Sul, sentiria vergonha da forma como os soldados são retratados.
Faltam poucos episódios e, apesar das falhas até agora, vou acompanhar até o fim. No entanto, até o momento, não vejo potencial para recomendar.
The Witch
Depois de passar pelo universo de zumbis, a programação muda um pouco o tom para acompanhar o mistério de The Witch (마녀) — que estreou no dia 15 de fevereiro. O K-Drama do Channel A é uma adaptação do web comic “Manyeo” e terá 10 episódios.
Em The Witch, mistério e romance se entrelaçam quando Lee Dong-Jin (Jin Young), um gênio da estatística, resolve retomar um quebra-cabeça que o intrigou no passado. Ele, assim como muitos outros meninos, foram atraídos por Park Mi-Jeong (Roh Jeong-Eui). Aparentemente, todos que se confessaram ou se envolveram com ela de algum forma passaram por estranhos acidentes — incluindo a morte de dois deles.
Essa série de infortúnios fez com que todas as pessoas ao redor de Mi-Jeong acreditassem que ela era, na verdade, uma bruxa. Determinado a provar que sua “maldição” não passa de coincidência, ele mergulha em um enigma perigoso, onde lógica e destino se enfrentam. Mas até onde a ciência pode desafiar o inexplicável? Será que a vida de Mi-Jeong é amaldiçoada?
The Witch estava em stand-by, mas entrou no roteiro de viagem depois que algumas pessoas me falaram sobre a série. Assim como o Dong-Jin, fiquei curiosa para descobrir qual é o mistério por trás de todos os acidentes. Qual será o resultado final de todos os estudos e entrevistas que ele vem fazendo no decorrer dos episódios?
My Dearest Nemesis
Para equilibrar os gêneros, My Dearest Nemesis (그놈은 흑염룡) entrou na programação como representante do estilo rom-com, um dos meus favoritos. O K-Drama da tvN estreou no dia 17 de fevereiro. A adaptação é do web comic “Geunomeun Heukyeomryong” e terá 12 episódios.
My Dearest Nemesis é uma comédia romântica guiada por uma peça que o destino parece pregar entre Ban Joo-Yeon (Choi Hyun-Wook) e Baek Soo-Jung (Mun Ka-Young). Os dois se conhecem através de um jogo online, como Black Dragon e Strawberry, e ficam próximos. Ao marcar um encontro na vida real, Joo-Yeon se declara para Soo-Jung. O problema é que ele tem apenas 15 anos, só que no jogo ele mente sobre a sua idade e diz ser mais velho do que realmente é.
Com o passar dos anos, o destino une os dois novamente. Soo-Jung é uma executiva implacável, mas sua vida vira de cabeça para baixo quando seu novo chefe é ninguém menos que Joo-Yeon. Esse reencontro promete reviver ressentimentos, segredos e, quem sabe, um amor que estava fadado a florescer.
O início do K-Drama incorpora na tela elementos dos jogos online. Como fã de Love 020, eu estava ansiosa pela oportunidade de acompanhar uma história similar em alguns aspectos. Além disso, Hyun-Wook chamou minha atenção em Twenty-Five Twenty-One e, desde True Beauty, a Mun Ka-Young sempre me dá motivos para ver seus trabalhos, exceto por The Interest of Love (série que quero apagar da memória).
Até agora, My Dearest Nemesis está seguindo um caminho um pouco diferente do que eu imaginava. Mesmo assim, ver os dois dividindo a tela ainda pode trazer uma dinâmica interessante. É o que veremos nos próximos capítulos…
Buried Hearts
Em um primeiro momento, Buried Hearts (보물섬) não chamou minha atenção a ponto de entrar no tour. O que mudou? Minha curiosidade para ver o Park Hyung-Sik em um papel mais sombrio — diferente de todos os personagens que acompanhei até hoje (Doctor Slump e Strong Girl Bong-Soon). O novo K-Drama da SBS começou a ser exibido no dia 21 de fevereiro e é um dos poucos, entre os lançamentos, a retomar o padrão de 16 episódios.
Em Buried Hearts, poder, ambição e traição colidem em um jogo mortal de interesses. Seo Dong-Joo (Park Hyung-Sik) é a mente por trás do império Daesan e o braço direito do CEO, mas sua verdadeira meta é tomar tudo para si. Ele tem uma memória extremamente potente, capaz de decorar complexos códigos com 16 dígitos.
Com sua vida em risco, ele trabalha com uma hacker para gerenciar um fundo político ilícito de 2 trilhões de won da conta de Yeom Jang-Sun (Heo Jun-Ho), um titã das sombras que controla tudo pelos bastidores. Dong-Joo troca a senha de acesso ao banco e mantém os números guardados apenas na sua cabeça. Sem saber disso, Jang-Sun arma para colocar um fim na vida de Dong-Joo. E o caos financeiro se instaura, já que o único capaz de movimentar o dinheiro é Dong-Joo.
Buried Hearts já começa fazendo jus ao seu nome, enterrando nossos corações com o final do primeiro episódio: a triste revelação sobre Yeo Eun-Nam (Hong Hwa-Yeon). A sensação de incômodo e desconforto seguem com o decorrer da história, que parece não dar trégua para o Dong-Joo. *-* Preciso acompanhar até o fim, na esperança de que seu sofrimento e a vida sem a Eun-Nam sejam apenas passageiros.
* * *
Em instantes, estaremos pousando. O que achou desse voo? Espero que, diante de tantos lançamentos, você tenha encontrado algum para incluir na sua maratona de K-Dramas. Por enquanto, deixo Melo Movie e Love Scout como minhas maiores recomendações. The Witch e Buried Hearts são interessantes, mas depende do seu perfil. O primeiro é movido pelo mistério sobre uma suposta maldição, enquanto o segundo é um teste para o coração com as constantes ameaças a Dong-Joo.
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