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Show do Taemin no Brasil: um sonho, enfim, realizado

Show do Taemin no Brasil com a turnê Ephemeral Gaze. No palco, com o nome do tour no telão, Taemin interage com os fãs

1º de fevereiro de 2025: o dia em que um sonho se transformou em realidade. A contagem regressiva para mim começou em 2008, ano em que o SHINee (샤이니) fez seu debut. Desde então, tenho esperado pela chance de ver todos — e principalmente o idol que mais admiro entre os idols, Lee Taemin (이태민) — de perto. 

A primeira chance veio em 2014, mas eu estava fora do país. Em 2021, uma nova oportunidade. Dessa vez, pelo Beyond Live que marcou a reunião do grupo antes do alistamento do maknae. Online? Sim! Mas eu estava lá, virando a noite para acompanhar o show ao vivo durante a madrugada (horário brasileiro). Três anos depois, recebi a melhor notícia de todas: Taemin anunciou sua vinda para o Brasil com a turnê solo Ephemeral Gaze.

Hoje, estou aqui para compartilhar com você como foi um dos mais aguardados shows do ano (ou da vida, para outros fãs como eu). Vem comigo? 

Desembarque mais esperado: chegada do Taemin no Brasil

A vinda do Taemin para o Brasil quebrou um extenso intervalo de 11 anos desde a primeira apresentação do SHINee por aqui. O grupo também esteve em terras brasileiras em 2015. Já 2025 marca o primeiro show do Taemin como solista. Depois de passar pela Cidade do México, a turnê Ephemeral Gaze, enfim, fez sua passagem por aqui. Seu palco foi o Vibra São Paulo, com capacidade esgotada para 7 mil pessoas — um espaço pequeno demais para toda a sua grandeza como um dos maiores nomes do K-Pop.

A série de shows pelo mundo afora começou no dia 31 de agosto de 2024 em Seoul, na Coreia do Sul. Entre os países da América Latina, apenas três entraram na programação. Além do México, o tour incluiu o Brasil e o Chile. Apesar da agenda ocupada apenas no dia 1º de fevereiro, Taemin desembarcou no país em 30 de janeiro. 

Eu cheguei em São Paulo na mesma data, mas um pouco mais tarde. Ansiedade nas alturas por saber que ele já estava na cidade, que eu não poderia vê-lo desembarcar no aeroporto e que, faltava só um dia até o momento mais esperado do ano para mim…

Clima pré-show

Depois do coração quase explodir a cada dia mais perto do DIA-D e da curiosidade para saber o que o Taemin poderia estar fazendo em São Paulo antes do show — 1º de fevereiro chegou. A previsão do tempo para o fim de semana na cidade era o pior possível: temporal forte, riscos de alagamento e deslizamento, chuva sem fim e por aí vai. E choveu bastante na véspera, nas proximidades da Avenida Paulista, onde eu estava hospedada.

Mas sábado foi o dia do Taemin! Simplesmente não tinha como o céu ficar o tempo todo cinza na presença dele. Choveu? Sim! Enquanto eu estava na fila, uma chuvinha moderada caiu aos poucos antes de chegar a minha vez de entrar. Nada que uma capa de chuva não resolvesse. Nada que se comparasse ao volume de sexta. Inclusive, a maior parte da tarde foi marcada pela presença do sol — que até chegou a queimar um pouquinho.

Meu ingresso era VIP. Era o que eu queria? Pelo Taemin, obviamente não. Se eu tivesse tido a chance de escolher, teria ido com VVIP sem pensar duas vezes. No entanto, ver ele é mais importante do que o tipo de ingresso, não é mesmo? Antes que minhas chances se esgotassem, fui com o que o sistema me permitiu. Tive a impressão de que era o setor mais cheio da casa — tanto na hora da fila quanto lá dentro. Ver o show, gravar e aproveitar exigiu algum malabarismo.

Com o único privilégio de entrar 30 minutos antes, cheguei no Vibra São Paulo entre 12h e 13h e conheci pessoas incríveis — que fizeram o tempo voar e ajudaram a acalmar as batidas de um coraçãozinho ansioso para encontrar o maknae do SHINee.

Turnê mais memorável: show do Taemin no Vibra São Paulo

Mesmo com alguns atrasos da organização para acomodar o pessoal, Taemin é pontual. Quando o relógio marca 20h, ele já entra dominando o palco e transforma toda a experiência de acompanhar seu show ao vivo em uma imersão completa. 

Desde o primeiro momento em que ele pisa no palco, tirar os olhos de Taemin se torna uma missão impossível. Tem algo que prende a atenção — não sei se é o visual sensual e ao mesmo tempo angelical, uma voz familiar que acompanho desde 2008, a intensidade de cada coreografia, os passos precisos e sincronizados ou o conjunto de tudo. O que eu sei é que é uma sensação magnética, quase uma hipnose. 

Ele não precisa de uma grande produção, recursos visuais modernos ou inúmeros dançarinos à sua volta para entregar um espetáculo. Sua presença no palco basta. Não é por acaso que ele se tornou uma referência e uma fonte de inspiração para as novas gerações, além de ser o idol que eu mais admiro no K-Pop

Taemin abre o repertório da noite com “Deja Vu”. A música tem um ar de mistério, que combina bem com a abertura de um tour. Ela prepara o clima para a sequência com a provocadora “Guilty”, que dá nome ao seu primeiro álbum pós-alistamento militar e mostra o marcante movimento na hora do refrão. Os lightsticks do SHINee se misturam aos do Taemin em resposta à ousada e criativa coreografia.

O tom muda para uma vibe mais artística com a entrada de “Advice”. Este foi o último lançamento antes de se alistar e entrar naquele hiato obrigatório na Coreia do Sul de quase dois anos.

Depois do impacto inicial, vem a calmaria

Após uma abertura cheia de impacto e uma sequência de coreografias intensas, Taemin faz uma breve pausa para se apresentar e conversar com os fãs. Depois do descanso e da primeira interação, vem a versão coreana de Sayonara Hitori (さよならひとり) acompanhada por passos que parecem mesclar o encontro do balé com a dança contemporânea.

Quando Lee Taemin está no palco, a volta da intensidade é só uma questão de tempo. O show voltou a pegar fogo com a performance de “IDEA”, embalada pelas vozes animadas de todos que acompanham essa noite tão inesquecível.

A empolgação continua no mesmo nível do impacto visual que Taemin traz ao emendar “Heaven”, com direito à fumaça no chão — transformando o palco como se fosse o próprio céu. 

A ambientação abre espaço para uma nova sequência de músicas mais lentas. Enquanto o palco ganha um cenário aconchegante com poltrona, abajur e a projeção de uma janela em um dia de chuva, Taemin muda o visual para combinar com o novo mood prestes a tomar conta. É a vez de “I’m Crying” (versão coreana), “Clockwork” e “Not Over You” brilharem com a voz dele. 

Quem canta, também faz a capella ao vivo

Mais um espaço para interação, dessa vez com direito de canto a capella de um trechinho de “Soldier” a pedido dos fãs. 

O tom emotivo volta a tomar conta quando Taemin fala sobre o significado por trás da música “The Unknown Sea”. A letra ganha vida através da metáfora de uma borboleta em busca de novos horizontes, em direção ao desconhecido e na esperança de um novo amanhã — apesar de não saber o que o futuro reserva. 

Alguém conseguiu segurar as lágrimas nesse momento? Até mesmo o Taemin parece estar com os olhos molhados pela mensagem que a música carrega. Ele também pediu a interação do público com as luzes dos celulares para acompanhar. É difícil não se emocionar! Eu tentei gravar um fragmento disso, mas com o espaço apertado e superlotado ficou apenas um pedacinho de recordação — para mim e para você que estiver aqui agora vivenciando um pouco da minha experiência no show do Taemin no Brasil.

O clima mais intimista e emocionante se mantém com a chegada de “Blue”, uma das minhas favoritas do álbum Guilty. É só um trechinho em vídeo, mas repara no sorriso dele. Tem como não se derreter? Se na tela já abala o coração, tente imaginar pessoalmente. 

Vamos deixar as emoções de lado? Agora é hip hop!

Chegamos na metade do show do Taemin. Enquanto prepara mais uma troca de roupa, ele passa os holofotes para a equipe de dançarinas que acompanha a turnê Ephemeral Gaze. Cada uma tem seu momento solo para brilhar com coreografias que parecem improvisadas. Se não forem, as meninas mandam bem.

Após conter as lágrimas e conhecer um pouco mais da equipe, é hora de levar uma injeção de ânimo carregada de hip hop com uma dupla mais atual na discografia dele. Primeiro, “G.O.A.T” do álbum ETERNAL, seguida pela descolada “The Rizzness”, que está na mesma discografia de “Blue”. “G.O.A.T” é acompanhada por um jogo de luzes vermelhas, que combinam com o novo visual do Taemin. Já “The Rizzness” muda o tom para verde e traz uma projeção de imagens que me lembram de Matrix, programação, bug e tecnologia.

E o clima continua mudando…vamos voltar para o último álbum com a titletrack “Sexy In The Air”. Quando acompanhei a apresentação dessa música nos programas coreanos, percebi que o fanchant é bem contido. Não preciso nem dizer que por aqui foi o efeito contrário, né? Todo mundo cantando a plenos pulmões.

Chega a vez dos clássicos atemporais

Com a ajuda de sua equipe, Taemin faz uma breve mudança de visual, no palco mesmo, e já começa a instigar o público sobre a próxima faixa do setlist. Ele também conta que a sequência do show contém as músicas que mais o representam.

Uma delas é um dos momentos mais esperados da noite para mim, afinal um dos seus maiores clássicos está prestes a conquistar os holofotes com um jogo de luzes e silhuetas. Com vocês, “Move”. Se prepare para já emendar o hit com “Want”, que vem logo em seguida. 

É pouco? O bombardeio de clássicos não para por aí. A próxima a entrar no palco com Taemin é “Criminal” com sua icônica coreografia de mãos atadas e todo mundo cantando junto na hora do refrão. 

Recuperou o fôlego? Sem tempo a perder, a nova música já começa a tocar. É a vez de “Horizon” entrar na seleção em modo discoteca com as luzes e a animação dos fãs. Eu tive que gravar na íntegra também, já que para mim é a verdadeira titletrack de ETERNAL.

Ao final de “Horizon” , Taemin deixa o palco por um instante e volta em seguida com o último look do show: a clássica camiseta estilo baseball que eu tanto queria e ainda não consegui. A música que abre a sequência final do show em São Paulo com o tour Ephemeral Gaze é “Danger”. Repara bem nele nesse trecho “뻠뻠 뻠뻠뻠뻠뻠”. Não é fofinho o jeito que ele dança? E ainda tem alguns momentos de fanservice. >.<’’

Em troca, Taemin convida o público a começar a próxima música do setlist: “Crush”. E, nos embalos de um sábado à noite, ele assume o microfone para cantar e dançar com todos. 

It’s SHINee time! Memórias pra guardar

Depois do clima divertido de “Crush”, a vibe do show fica nostálgica. O pessoal da frente na pista começa a puxar “Replay” do SHINee. Visivelmente emocionado e com os olhos molhados, Taemin responde cantando um trechinho da música de estreia do grupo a capella. 

“태민이는 매일 우리를 치유해주는 꿈”

Aos gritos de “SHINee, SHINee, SHINee…”, ele emenda mais um pedido dos fãs que vem com uma homenagem — uma faixa distribuída na fila e depois um vídeo gravado pelos fãs e a promessa para que ele volte ao Brasil (quem sabe até trazendo o SHINee também). Saindo do repertório programado mais uma vez, Taemin canta “Pansy”.

Um show inesquecível: Taemin, o palco é seu

Acredita que já se passaram quase 2h30? Não parece, né? A energia do Taemin continua nas alturas, e a minha vontade de vê-lo no palco está no mesmo patamar. Se tudo chega ao fim em algum momento, o que eu mais quero evitar — depois de toda a contagem regressiva pela vinda dele, o anúncio do show no Brasil, a angústia para conseguir o ingresso, a longa espera na fila, a torcida para que a chuva desse uma trégua e todas as expectativas — está a ponto de se tornar inevitável. Quando ele começar a cantar “Say Less”, não tem mais volta.

Ainda visualmente emocionado, Taemin parece cantar com um certo receio. Afinal, é a música de despedida. E quem quer que ele vá embora? Para reforçar esse sentimento, “Say Less” é uma das minhas b-sides preferidas na carreira solo do Taemin. O impacto de acompanhá-lo ao vivo veio em dobro. Passou para 3x com a chuva de papel picado, 4x com os beijinhos e sinais de coração para quem estava lá, 5x com o “obrigado” em português. E ultrapassou a contagem para um volume imensurável com o “Eu voltarei de novo, ok?”, seguido por “amo vocês”.

A noite do primeiro show do Taemin no Brasil chegou ao fim, mas ficou a promessa de um retorno em breve. Além de um sonho, enfim, realizado, o dia 1º de fevereiro de 2025 foi uma verdadeira celebração do K-Pop, simbolizando a união de Shawols de todos os cantos do país e elevando ainda mais o brilho dele: Lee Taemin. 고마워! 또 만나요! Essas palavras ficaram gravadas, hein? 빨리 돌아와 주세요, 태민씨!

O tour pelo Vibra São Paulo encerrou, mas você pode levar o Taemin para uma turnê no Spotify. Ouça a playlist completa do show!

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