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ZB1 propõe jornada cinematográfica com álbum Cinema Paradise

Cena do MV de "GOOD SO BAD" do ZEROBASEONE com todos os membros dançando em um cenário com sketches de uma história em quadrinhos

ZEROBASEONE (제로베이스원), o ZB1, tem marcado passagem por aqui desde a sua estreia em julho do ano passado como um dos mais novos grupos de K-Pop temporários. Eles voltaram com o lançamento de Melting Point em novembro e entraram nos destaques de maio com o comeback mais recente até então, que trouxe You Had Me At Hello. Nesta segunda-feira, 26 de agosto, o grupo volta com o álbum Cinema Paradise. 

Composto por sete faixas, este EP não apenas refina a sonoridade dos meninos, mas também expande seus horizontes sonoros. Ao mesclar o som familiar com um toque experimental, eles propõem uma jornada cinematográfica pelo álbum. O dia foi marcado por boas surpresas, com destaque para Oh My Girl (오마이걸) e Jaehyun (재현) do NCT. Neste review, vou compartilhar o que achei do comeback do ZB1. Vem comigo?

Minhas impressões do álbum Cinema Paradise

Formado pelo programa Boys Planet, o ZB1 rapidamente conquistou um lugar no coração de quem gosta de K-pop com sua combinação de carisma, talento e uma discografia que evolui a cada lançamento. Cinema Paradise é o 4º miniálbum do ZEROBASEONE. A mais nova adição ao repertório vem como um convite para uma experiência sensorial através de músicas que parecem pequenas produções cinematográficas sonoras.

Como sucessora de “In Bloom”, “Crush” e “Feel the Pop”, a nova titletrack “GOOD SO BAD” parece marcar o início de uma nova era para Han Yu Jin, Kim Gyu Vin, Kim Ji Woong, Kim Tae Rae, Ricky, Park Gun Wook, Seok Matthew, Sung Han Bin e Zhang Hao. 

O tom sonhador predomina na tracklist, mas cada uma das sete faixas mergulha em gêneros e estilos diferentes. Enquanto “Insomnia” representa o característico DnB do grupo, “KILL THE ROMEO” incorpora um toque de Afro Beats a um som mais experimental. “Eternity” reflete um mix de pop com R&B, “Road Movie” adota uma vibe mais old school e “The Sea” propõe um remake a um som dos anos 90. A faixa-título, por sua vez, tem uma atmosfera etérea acompanhada por uma sensação de nostalgia e pitadas retrô.

Se cada faixa do álbum fosse um curta-metragem candidato ao Oscar, “Insomnia” levaria o maior número de estatuetas. Em seguida, seria “GOOD SO BAD”, com “KILL THE ROMEO” e “Eternity” sendo as surpresas da noite. Prepare a pipoca, apague as luzes e encontre um lugar confortável para sentar, pois vamos aos reviews de cada uma!

GOOD SO BAD

Sem tempo para os trailers, o álbum Cinema Paradise vai direto ao ponto e traz a titletrack “GOOD SO BAD” como abertura da tracklist. Antes mesmo de começar a tocar, a faixa-título já chama a atenção pelo nome que aparece nos créditos: KENZIE. Desde o início, a música constrói uma atmosfera etérea e sonhadora, que cresce em intensidade até o refrão. Sua estrutura é dinâmica e passa por diferentes fases de ritmo e melodia. 

Um dos pontos altos é a ponte — “Is all of this story just a dream of mine?” nas vozes de Kim Tae Rae, Seok Matthew e Zhang Hao. Mas o refrão não fica para trás. Inclusive, é ele que dá início à música, além de também fechá-la: “Making me feel good, wanting it more, you’re so bad / How could you let me change, it’s so good /  The whole universe is saying ‘Don’t let her go’ / All of you, can’t take my eyes off you, good so bad”.

O uso de abertura e fechamento similares talvez tenha tirado um pouquinho o brilho da faixa. Um elemento extra poderia ter dado o toque que faltava para fechar com um final épico. Deixando esse detalhe de lado, o tom sonhador do refrão passa uma sensação como se eu estivesse andando nas nuvens (ou pelo menos vendo elas do alto, na janela de um avião).

Como complemento visual para o que ouvimos, o MV vai além do seu papel ao apresentar um storytelling cativante. No vídeo, acompanhamos um lado fofo, divertido e romântico dos meninos, além da participação especial do ator Yoo Ji-Tae (Vigilante e Money Heist: Korea) como autor da história que transforma o grupo em seus personagens. A coreografia traz movimentos característicos de outras músicas do ZEROBASEONE, com elementos dinâmicos e muito carisma. 

KILL THE ROMEO

O próximo filme em cartaz, ou melhor, a música que vem a seguir já mergulha em um script totalmente novo em relação à faixa-título. “KILL THE ROMEO” tem uma estrutura bem diferente e experimental para os meus ouvidos. Começa animada e meio que se desconstrói no refrão, com uma mudança de cadência, uma mistura de ritmos e um toque de Afro Beats. 

Apesar de não ser muito fã desse tipo de abordagem que muda no meio da música, a b-side me surpreendeu positivamente. É divertida! E me fez gostar dela mais do que eu imaginava. Ouvir pela primeira vez proporciona uma experiência inesperada pela mudança, que melhora com o retorno do som melódico na segunda parte. Fiquei curiosa para ouvir em uma apresentação ao vivo. Sonhar pode, né? Vai que se realiza. ˆˆ

The Sea – ZB1 Remake

“The Sea (바다) – ZB1 Remake” é uma reinterpretação suave e agradável do single “The Sea” do grupo Up, um lançamento de 1997. É uma pausa no álbum, com uma melodia tranquila e relaxante para lembrar o clima do verão e o som de gaivotas no fundo nos transportando para a praia ou para a beira da piscina. A faixa também serve para suavizar a energia e a intensidade que “GOOD SO BAD” e “KILL THE ROMEO” trouxeram no início da sessão. 

Insomnia

Chegamos em “Insomnia”, o clímax do álbum Cinema Paradise. Desde o primeiro acorde, a música cativa com sua melodia envolvente e sonhadora, que traz de volta o DnB. Seus versos fluem suavemente para um pré-refrão que prepara o terreno para um refrão arrebatador. O uso de elementos old school na produção adiciona um charme nostálgico. Para mim, é a faixa que mais representa a identidade e a sonoridade do ZEROBASEONE. Apesar de “GOOD SO BAD” adotar um tom diferente, ela também tem fit com os meninos, o que mostra o quão versátil e habilidoso o grupo pode ser mesmo saindo da sua zona de conforto. 

“Insomnia” parece feita sob medida para o grupo, aproveitando ao máximo suas habilidades vocais e emotivas. Além de ser a minha favorita, é a maior recomendação do álbum, pois acredito que ela entrará em replay por aqui por um bom tempo. E por aí?

Road Movie

“Road Movie” continua a expandir o horizonte do álbum com uma abordagem mais experimental. A música mistura diferentes estilos gêneros ao transitar entre um instrumental melódico para um hip-hop em um piscar de olhos. Linhas vocais e de rap também se alternam como uma montanha-russa, entre os momentos mais intensos e as pausas até as próximas descidas. O vai e volta segue do início ao fim da música sem se intimidar. 

Apesar da mudança, as transições são suaves e fluem naturalmente entre um som e outro. Entre as sete faixas da tracklist, é a mais experimental para mim. Neste momento, chegar a uma opinião sobre ela é um desafio. Preciso de tempo e mais play para saber como me sinto. Pode ser que surpreenda ou não. Será que teremos um plot twist? xD

Eternity

Depois da reviravolta inesperada no roteiro musical, “Eternity” vem para mostrar que estamos quase chegando nos créditos finais. É a música mais calma do álbum Cinema Paradise. A melodia simples, um mix de R&B e pop, e o tom emotivo fariam dela a escolha perfeita para fechar os shows do ZEROBASEONE em uma turnê. Consigo imaginar todo mundo cantando junto naquela despedida tão inesquecível, cheia de memórias e com uma conexão especial entre o grupo e os fãs que se preparam por tanto tempo para estar lá. 

Pensar no final de um show me fez lembrar de quando vi o BTS e o TWICE aqui no Brasil, além do meu querido SHINee. É realmente como diz a letra no pré-refrão de “Eternity”: “Everywhere we go / It’s full of flowers that we made bloom / Whatever we do / These memories will not be erased now”. Assim como esses momentos, queria que o tempo da música durasse um pouco mais.

YURA YURA

O álbum fecha com a versão coreana de “YURA YURA”, uma música que traz um toque final mais vibrante e enérgico, afastando as lágrimas e o sentimento de saudade que “Eternity” desperta. A faixa faz parte do EP de debut do ZB1 para o mercado japonês, lançado em 20 de março deste ano. Apesar de seguir o caminho oposto do que normalmente ouvimos, com baladas fechando o álbum, “YURA YURA” encerra mais um ciclo com a energia característica do ZEROBASEONE.

Assim como o nome que brinca com o conceito de cinema, o álbum Cinema Paradise proporciona uma experiência auditiva que nos leva em uma jornada por diferentes gêneros e uma nova era para o ZB1, com direito a plot twist. Cada faixa é como um curta-metragem, contribuindo para a narrativa do EP ao mesmo tempo em que mostra a evolução artística do ZEROBASEONE e a maturidade do grupo a cada novo lançamento. 

Como recomendação adicional, deixo o álbum Fantasy do SF9 pela experiência agradável que entrega com sua seleção musical.

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