
Além de circunstâncias atípicas, o mês de maio exigiu muito dos meus estudos com uma sequência de projetos práticos. Ainda não consegui retomar o ritmo por aqui como eu gostaria, mas ao menos dois grupos conquistaram seu espaço na minha inesperada agenda. O primeiro deles foi o Stray Kids (스트레이 키즈) com o single “Lose my Breath” de uma collab com o Charlie Puth. Quem acompanha é o ATEEZ (에이티즈), que acaba de lançar o álbum Golden Hour: Part.1 nesta sexta-feira, 31 de maio.
ATEEZ faz parte da minha tríade no K-Pop dos grupos com as melhores performances no palco, que inclui também SKZ e TXT (투모로우바이투게더). Não é por acaso que sempre vemos o nome de um ou de outro em festivais como o Coachella ou o Lollapalooza.
Neste post, vou compartilhar minhas impressões sobre o comeback de Hongjoong, Jongho, Mingi, San, Seonghwa, Wooyoung, Yeosang e Yunho. Vem comigo?
Minhas impressões do álbum Golden Hour: Part.1





Quem me acompanha no blog já sabe que o ATEEZ sempre tem lugar reservado nas minhas playlists — desde o debut em 24 de outubro de 2018 pela KQ Entertainment. Entre titletracks explosivas, b-sides marcantes, faixas divertidas e baladas mais intimistas, o grupo é de casa. Os meninos também já tiveram passagem pelo blog nos destaques de junho com o EP THE WORLD EP.2: OUTLAW, há quase um ano, e entre os lançamentos de dezembro com o álbum THE WORLD EP.FIN: WILL.
No finalzinho de fevereiro, veio um pequeno EP com dois singles em japonês: “NOT OKAY” e “Days”, incluindo versões instrumentais para cada um. Golden Hour: Part.1 é o 10º miniálbum do ATEEZ e o primeiro comeback coreano dos meninos em 2024. A tracklist é composta por seis faixas: “Golden Hour”, “Blind”, “WORK”, “Empty Box”, “Shaboom” e “Siren”.
O EP mescla bem a energia entre músicas mais agitadas, característica sonora presente em muitos dos álbuns do ATEEZ, e composições mais tranquilas. Se você gosta quando o K-Pop incorpora um toque latino, Golden Hour: Part.1 tem tudo para chamar sua atenção.
Entre o agito e a calmaria, minhas principais recomendações trazem uma representante de cada lado. Com uma vibe mais intensa, mas sem ser tão explosiva, a titletrack “WORK” se destaca. E o equilíbrio vem com a b-side “Empty Box” e sua melodia suave, cheia de encanto. É a minha preferida no álbum.
Golden Hour
“Everyone has their own special time in life…” é um dos trechos que chamou minha atenção na faixa de abertura do álbum. Com menos de dois minutos de duração, “Golden Hour” mantém a mesma estrutura THE WORLD EP.FIN: WILL ao trazer uma intro em inglês e em forma de narrativa.
Este é um recurso característico nos álbuns do ENHYPEN e está cada vez mais presente na música de outros boy groups e girl groups. Sendo assim, “Golden Hour” funciona como um interlude para introduzir o álbum Golden Hour: Part.1.
Blind
A experiência sonora começa mesmo com “Blind”, trazendo aquele som já característico, explosivo e divertido do ATEEZ. Não tem como negar que é uma música deles. Quando ouvi pela primeira vez, senti como se fosse um mix entre “Crazy Form” e “ARRIBA”.
“Blind” é cheia de energia como a titletrack do último álbum, só que um pouco mais contida, e resgata o estilo de “ARRIBA” com um toque latino, acompanhado por um instrumental mexicano/espanhol. Com todo o potencial de performance do grupo, já imagino a música ao vivo em uma turnê, principalmente depois de acompanhar “ARRIBA” no Coachella. Deve ser um show à parte para os olhos!
WORK
Às vezes eu espero toda a tracklist ser liberada para evitar spoilers. Foi assim que fiz com o comeback do ATEEZ. Antes mesmo de saber que “WORK” era a titletrack do álbum, ela já se destacou para mim. A música tem um instrumental envolvente com base no reggaeton — mais uma vez acompanhado pelo toque latino, que vem aparecendo bastante no som do grupo, e a adição do hip-hop como um dos principais elementos para guiar o ritmo.
“WORK” se distingue de outras titletracks do ATEEZ pelo uso de trocas rítmicas eficazes e uma redução na dependência de efeitos vocais incisivos, comuns nas produções da KQ Entertainment. A abordagem divertida e a energia característica do ATEEZ continua, mas o som é mais contido em relação aos lançamentos anteriores.
O refrão é cativante e fácil de memorizar. Gosto da forma como ele é dividido, ganhando maior profundidade vocal na segunda parte. Assim como “Blind”, deve soar bem em performances ao vivo, além de ser uma agradável adesão para aquela playlist mais animada para dar um up no mood. “WORK” explora uma nova direção musical, mostrando a versatilidade dos meninos, ao mesmo tempo em que mantém sua essência vibrante e energética.
A titletrack vem com um MV divertido, complementando a atmosfera jovial de “WORK”, enquanto oferece uma experiência sonora e visual agradável. Se quiser ver a coreografia, recomendo sintonizar nos programas coreanos. Apesar da novidade ainda estar fresquinha, os meninos já passaram pelo Music Bank.
Empty Box
Se “WORK” se destaca pelo lado enérgico, a próxima faixa segue o caminho oposto, mas deixa um impacto tão grande quanto (ou talvez até maior). “Empty Box” é a minha favorita desde a primeira vez que ouvi. Fiquei ainda mais feliz depois de ver a apresentação dela, também no Music Bank.
Entre as seis músicas da tracklist, é a mais calma, mais sentimental e mais intimista. E ainda tem um lindo instrumental que combina com o tipo de música que gosto de ouvir em dias de chuva ou quando quero relaxar. Sua melodia desperta uma sensação de conforto, como se fosse um abraço para aquecer o coração em dias bons e animar em dias não tão bons.
O segundo verso de “Empty Box” é um dos meus trechos preferidos, embora o primeiro verso continue ressoando com a frase “It’s time to move one”. Por falar na letra, não posso deixar de compartilhar o final: “If you’re feeling the same way / I wish you better than, oh, our time together / Leave everything behind / Hope you come across something more than better”.
Shaboom
Após passar por uma experiência mais emotiva, “Shaboom” nos leva de volta ao ritmo latino, estilo reggae. A música começa de uma forma inusitada, com uma batida na porta e uma frase de impacto: “I don’t care about what you think / Cause I just want some more”. É engraçado ouvir pela primeira vez. A vibe combina com o clima de praia à noite, cadeiras ao redor de uma fogueira e uma roda de amigos aproveitando o tempo livre.
Siren
Para fechar o álbum Golden Hour: Part.1, “Siren” resgata a mesma energia contagiante da faixa “Blind”. É divertida e encerra a experiência sonora no melhor estilo ATEEZ. Gosto especialmente do pré-refrão, com destaque para o finalzinho quase falado, abrindo caminho para o refrão. A melodia mais baixa coloca todo o foco na linha vocal e volta a ganhar força quando o refrão entra em cena.
O álbum Golden Hour: Part.1 tem de tudo um pouco. Enquanto preserva o lado divertido e cheio de energia do ATEEZ, traz um toque de versatilidade através de novas abordagens. O grande destaque é o ritmo latino predominante na maior parte da tracklist. A escolha evidencia ainda mais o charme dos meninos, além de contribuir para que eles construam sua própria identidade sonora, diferenciando seu som entre os boy groups ativos no K-Pop. Mesmo com toda a influência do toque latino, a melhor b-side do EP, representada pela sentimental “Empty Box”, não é ofuscada.
Se você sentiu falta daquele lado mais dramático e intenso do ATEEZ nesse comeback, recomendo ouvir o álbum 樂-STAR do Stray Kids, que tem uma vibe similar.