K-Drama · Review

[Review] Twenty Five Twenty One é sobre achar apoio no outro

Cena de Twenty Five Twenty One na praia com o grupo de amigos sentados na areia

Desde que os K-Dramas voltaram a fazer parte da minha vida, a lista de assistidos aumentou de forma considerável. Mas eu posso contar nos dedos quais deixaram sua marca, seja pela mensagem transmitida, história, trilha sonora, desenvolvimento dos personagens ou escolha do elenco. Entre eles, Twenty Five Twenty One ganhou um lugar especial nessa seleção, com um check em todos os quesitos acima, como um dos melhores e mais marcantes. 

Essa série coreana foi indicação de uma amiga quando eu estava acompanhando Business Proposal (também recomendado por ela). As duas foram grandes divisores de águas para mim. Ao mesmo tempo em que eu queria ver tudo, eu não queria que terminasse. Por isso, fiquei em um dilema constante de alegria e sofrimento enquanto assistia. Vou contar mais durante o post. Vem comigo?

Ficha técnica

Série: Twenty Five Twenty One (스물다섯 스물하나)

Gênero: Drama, Romance, Amizade

Número de Episódios: 16

Estreia: 12 de fevereiro de 2022

Direção: Jung Ji-Hyun

Roteiro: Kwon Do-Eun

Elenco principal: Kim Tae-Ri (Na Hee-Do), Nam Joo-Hyuk (Baek Yi-Jin), Bona (Ko Yu-Rim), Choi Hyun-Wook (Moon Ji-Woong), Kim Hye-Eun (Yang Chan-Mi) e a lista completa


Mais do que uma história de amor, Twenty Five Twenty One embarca em uma jornada de sonhos, frustrações e descobertas, de jovens em transição para a vida adulta. Daí nasce uma amizade genuína entre Na Hee-Do (Kim Tae-Ri) e Baek Yi-Jin (Nam Joo-Hyuk). Hee-Do faz parte do clube de esgrima da sua escola e é admiradora da esgrimista e medalhista de ouro Ko Yu-Rim (Bona). Baek Yi-Jin vem de uma família rica, que vai à falência, forçando seu amadurecimento mais rápido para lidar com as mudanças drásticas — deixando um estilo de vida confortável por uma batalha diária pela sobrevivência.

Review de Twenty Five Twenty One

Imagem de Twenty Five Twenty One com Na Hee-Do e Baek Yi-Jin em uma locadora de livros, mangás e DVDs

“Not living your dream does not mean you’ve failed life. Living your dream does not mean you’ve succeeded either”. Parece simples, talvez não tão otimista, mas esta frase diz tanto com poucas palavras e pode servir de conforto dependendo do contexto. Twenty Five Twenty One (스물다섯 스물하나) retrata os sonhos no auge da juventude e mostra como eles podem mudar diante da circunstâncias que experimentamos. O K-Drama da tvN foi ao ar entre os dias 12 de fevereiro e 3 de abril de 2022, com 16 episódios. 

Depois da recomendação de uma amiga, procurei a sinopse e vi o nome do Nam Joo-Hyuk no elenco. Pronto! Toda a motivação que eu precisava estava ali. Também achei interessante a ambientação entre o final dos anos 90 e início dos anos 2000, o que parece ser uma tendência entre as séries coreanas e filmes, como A Time Called You e 20th Century Girl.

Twenty Five Twenty One não é aquele romance típico dos K-Dramas. Sua narrativa é simples, mas profunda e segue duas linhas do tempo: o presente da Na Hee-Do adulta mãe da Kim Min-chae (Choi Myung-bin) e o passado da Na Hee-Do adolescente iniciando sua trilha como esgrimista profissional. 

Crescer, sonhar e se frustrar

“Sometimes, we think too much of what we we lost and not of what we gained”. Toda a história de Twenty Five Twenty One é apresentada sob a perspectiva das memórias do diário de Na Hee-Do, acompanhada por uma série de flashbacks da sua juventude. Ao lado da sua filha Min-chae (Choi Myung-bin) no tempo atual, voltamos ao passado e acompanhamos a Na Hee-Do de 18 anos. 

Apesar de ser um prodígio na esgrima, seu sonho de se tornar uma atleta profissional é ameaçado pela crise econômica na Coreia do Sul. Ela faz parte do clube de esgrima da escola, que encerra as atividades. Para manter seu sonho, Na Hee-Do tenta entrar na mesma escola da medalhista olímpica Ko Yu-Rim e passa por uma série de testes até convencer a treinadora Yang Chan-Mi (Kim Hye-Eun) a aceitá-la na equipe. 

Enquanto isso, ela conhece Baek Yi-Jin, ex-aluno com um futuro promissor até ver a crise separar sua família e suprimir seus sonhos. Ele precisa desistir da faculdade e trabalhar para pagar as dívidas dos pais, enquanto tenta se sustentar, se encontrar novamente e dar a volta por cima para reunir a família novamente. 

Diante das sucessivas frustrações que abalam suas vidas, Na Hee-Do e Baek Yi-Jin encontram esperança e apoio mútuo em uma amizade genuína e pura nos altos e baixos, nos sucessos e nos fracassos, em todos os momentos. Pelo menos enquanto estão juntos, não há espaço para a tristeza, nem para desistir.

Para viver, tem que saber escalar

“I can’t do it right now, but I’m going to make it someday”. Com os sonhos, vêm as frustrações e até mesmo a vontade de desistir às vezes. Tudo é parte de um amadurecimento que não acontece de forma linear e consistente, mas em etapas. 

O tema vem à tona em algumas cenas. Uma das minhas preferidas é quando Na Hee-Do e sua filha conversam no quintal da casa da avó. Na Hee-Do lembra dos ensinamentos do pai ao dizer que a vida não segue uma linha reta. Ela é feita de blocos de falhas que nos ajudam a alcançar o que queremos. Para isso, precisamos saber escalar, sem pressa, no nosso próprio ritmo. Pode não ser hoje, mas quem sabe amanhã ou depois? Se não desistir e continuar tentando, uma hora esse dia chega.

Comecei a ver Twenty Five Twenty One pelo Nam Joo-Hyuk e quem mais chamou minha atenção foi a Na Hee-Do da Kim Tae-Ri. A atriz tinha 32 anos na época e fez o papel de uma colegial com maestria ao incorporar uma personalidade extrovertida, leve, inspiradora e cheia de paixão pela esgrima — criando uma personagem inesquecível para quem acompanha a série. 

Não sou muito fã da atuação do Nam Joo-Hyuk em Start-Up (prefiro seu personagem em Moon Lovers: Scarlet Heart Ryeo), mas o Baek Yi-Jin também vem para ficar na memória. Para passar pelo que ele passou (a ponto de negar seu direito de ser feliz), é preciso ter muita resiliência e demonstrar o sentimento em cada gesto ou olhar. Sem falar em suas reações de choque ao cobrir a boca (exageradas, mas engraçadas).

Ainda bem que seu encontro com Na Hee-Do representa uma luz aos dois para seguir em frente, além de um conforto para escalar as barreiras pelo caminho em tempos tão difíceis.

Laços com a cor do arco-íris

A amizade pura e singela que surge entre Na Hee-Do e Baek Yi-Jin cria raízes. Ko Yu-Rim, Moon Ji-Woong (Choi Hyun-Wook) e Ji Seung-Wan (Lee Joo-Myoung) completam essa árvore em crescimento. 

Apesar de inspirar a esgrimista, Ko Yu-Rim a vê como rival no início. E é divertido acompanhar a forma como essa rivalidade se transforma em uma amizade cheia de cumplicidade. Moon Ji-Woong é apaixonado por Ko Yu-Rim ❤ e não esconde o que sente com seu jeito descolado, mesmo que ela não o leve a sério no começo. Ji Seung-Wan é a presidente da classe, estudiosa e muito engraçada.

Quando a dupla Na Hee-Do e Baek Yi-Jin se une, temos diálogos envolventes sobre sonhos, metas e frustrações. Já quando os cinco entram em cena, é diversão certa com momentos descontraídos, retratando o lado colorido das memórias da juventude e o apoio recíproco entre eles como amigos e parceiros.

Em uma das cenas em que Na Hee-Do tenta definir seu relacionamento com Baek Yi-Jin, ela escolhe a palavra arco-íris. E o primeiro amor pode ser bem assim mesmo, bonito, cheio de esperança e, mesmo quando não dá certo, está tudo bem. Pode se tornar uma memória agradável de lembrar.

Impressões finais de Twenty Five Twenty One

“I don’t believe something stays the same forever. Because believing in something like that sets expectations on how things should turn out”. Mais uma frase interessante do K-Drama Twenty Five Twenty One. Pessoas, sentimentos e os laços que se formam a partir da conexão entre os dois podem levar a caminhos diferentes com a passagem do tempo. Às vezes, deixar ir é a melhor escolha.

Quem viu o final da série coreana, vai entender o significado, mas se você ainda não assistiu, não vou deixar spoiler. Vou deixar apenas minha recomendação para incluir Twenty Five Twenty One na sua lista. Na época, eu não queria chegar ao último episódio. Foi um apego maior do que eu esperava. E estar aqui escrevendo sobre ela já me deixa com vontade de ver mais uma vez. *-*

Hoje eu lembro com carinho das lições que ficaram sobre sonhos, frustrações e amadurecimento; sobre viver a juventude (e a vida) ao máximo para criar memórias; sobre aceitar as mudanças e que nem todas as pessoas estarão por perto para sempre. Cada uma tem um propósito na nossa vida. Você também acredita nisso? 

Além da história e dos ensinamentos que vêm com ela, a trilha sonora é um destaque à parte. “Your Existence” (Wonstein) me marcou profundamente pela melodia e letra, assim como “Starlight” (Taeil), “Very, Slowly” (BIBI) e “스물다섯 스물하나” (Jaurim). Os instrumentais também são lindos. E tem ainda a faixa “With” gravada com as vozes do elenco.

***

Twenty Five Twenty One é dos K-Dramas mais marcantes que já assisti, em todos os sentidos. É emocionante, doloroso, encantador, divertido e, acima de tudo, realista ao retratar a busca de jovens por seus sonhos em tempos tão incertos. Faz rir, chorar e suspirar. Traz conforto e facilmente provoca conexão com a narrativa e o sentimento dos personagens. Cheguei ao último episódio, mas levarei comigo as memórias de tudo que acompanhei. Altamente recomendo para você. ˆ-ˆv

Se quiser adicionar mais uma produção que deixa marcas na sua lista, não deixe de conferir o review sobre Navillera.

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