K-Drama

K-Dramas no #NoRadar: seleção de novembro

Em novembro, segui acompanhando os novos episódios de A Good Day to Be a dog e incluí mais quatro K-Dramas na minha playlist. Comecei o mês com Doona! que traz Bae Suzy como protagonista em um papel diferente do seu habitual. Também vi Would You Like a Cup of Coffee? em que cada episódio explora uma história diferente entre as pessoas que frequentam o aconchegante Edae Coffee.

Na seleção, entrou ainda Navillera, que me conquistou tanto com a história a ponto de ganhar um review próprio por aqui. E fechando, o clássico My Love From the Star saiu da minha lista de K-Dramas. 

Neste post, vou compartilhar como foi minha experiência com cada um, trazendo um breve resumo, motivo da escolha e os pontos bons (e outros nem tanto) nas obras selecionadas para novembro. Vem comigo?

Doona!

Quando fiquei sabendo sobre a participação da Bae Suzy em Doona! (이두나!) , já coloquei na minha lista de K-Dramas para acompanhar na próxima rodada, isto é, para entrar na seleção de novembro. A série coreana chegou à Netflix no dia 20 de outubro de 2023 com todos os nove episódios de uma vez só, assim como Celebrity, que foi um dos destaques do blog em julho, e também estreou de forma completa na plataforma de streaming. 

Além da Suzy (Dream High, While You Were Sleeping, Start-Up), o elenco traz outros rostinhos conhecidos. Entre os que reconheço, Park Se-Wan (I’m Not a Robot) e Kim Do-Wan (Start-Up). Um dos motivos para acompanhar Doona! foi a curiosidade de ver Suzy em um papel, digamos, peculiar e, de certa forma, intrigante. 

Se você reparar nas séries que vi com ela, seus personagens têm características similares, como a postura sonhadora e um perfil mais certinho. A protagonista Doona é o oposto. Ela tem uma personalidade complexa com um espírito livre que faz o que quer, mas também tem o lado sombrio do medo de ser esquecida e da solidão. Além disso, há várias cenas com cigarro para retratar uma imagem depreciativa e de autodestruição inconsciente.

Doona! também me intrigou por colocar Suzy no papel de uma idol. Quem acompanha a atriz há mais tempo, provavelmente a conheceu quando ela ainda estava no grupo Miss A. Então, a série traz um certo ar de nostalgia.

Vale a pena?

Doona! é baseado no webcomic “Lee Doo-Na”, de Min Song-Ah, que começou a ser publicado em 2019 e se estendeu até 2022. O K-Drama também marca o retorno do ator Yang Se-Jong após o alistamento militar, embora seja o primeiro trabalho que acompanho com ele no elenco. 

A protagonista Doona (Bae Suzy) vive um dilema entre voltar ao estrelato ou ficar no anonimato. Antes de chegar ao momento em que nos é apresentada — vivendo livremente e despreocupadamente em uma espécie de república — Doona era a principal vocalista do grupo de K-Pop Dream Sweet e também uma das integrantes mais populares. Um incidente a tira do palco. Para mim, isso não ficou tão claro nos flashbacks, mas eu vejo seu estado emocional, representado pelas cenas embaixo d’água, como o grande catalisador.

Lá, ela conhece Lee Won-Jun (Yang Se-Jong), um estudante comum que, aos poucos, começa a entender sua personalidade, a se aproximar e trazer conforto à sua vida vazia após deixar os holofotes para trás. O casal Park Se-Wan (Choi I-Ra) e Kim Do-Wan (Koo Jung-Hoon) dá o toque cômico, equilibrando o enredo multifacetado e cheio de nuances. No início, a Se-Wan incomoda, mas logo sua personagem fica divertida e surpreende pela diferença com a tímida Pi, que eu acompanhei recentemente em I’m Not a Robot.

Acredito que Doona! deve causar sentimentos opostos em quem acompanha. Ou você vai gostar ou você vai odiar. Seu roteiro é simples, realista e retrata bem os emaranhados de uma mente desamparada em busca de uma forma de libertação. A série tem um final em aberto, mas com espaço para múltiplas interpretações de acordo com seu olhar para os detalhes. Algumas questões ficam no ar, possivelmente de forma proposital, deixando as respostas para as percepções de cada um.

Would You Like a Cup of Coffee?

Would You Like a Cup of Coffee? (커피 한잔 할까요?) é uma série coreana curtinha de apenas 12 episódios, com duração média de 30 minutos cada. A produção foi ao ar entre os dias 24 de outubro e 2 de dezembro de 2021. Sua inspiração vem do comic de Huh Young-Man, publicado entre os anos de 2015 e 2017. 

Tem um roteiro delicado e realista, compartilhando histórias das pessoas que passam pelo charmoso e imutável Edae Coffee — que resistiu ao tempo, às máquinas de café nas ruas, a franquias como Starbucks e aos cafés especiais. 

Entre uma xícara e outra de café, acompanhamos os primeiros passos de Kang Go-Bi (Ong Seong-Wu) como barista aos cuidados do simpático Park Seok (Park Ho-San), proprietário do Edae Coffee. Minha escolha foi impulsionada por dois motivos. Primeiro, o enredo parecia leve e quentinho como uma xícara de café. Segundo, não sei se você sabe, mas café é uma das minhas paixões e uma das melhores companhias para me inspirar a escrever.

Até hoje, eu pensava que sabia muito sobre café. Sempre tenho mais de um tipo em casa, além de vários métodos para fazer (prensa, moka, cápsulas, elétrica) e até um moedor manual. No entanto, Would You Like a Cup of Coffee? me mostrou que ainda tenho tanto a aprender sobre torra, tipos de grãos, sabores e combinações. E, assim como o café, as pessoas também têm muito a ensinar, não é mesmo Park Sung-Min (Lee Kyu-Hyung), Mr. Lee (Jung Suk-Yong) e Choi Heart (Song Jae-Ryong)?  

O desenvolvimento de Would You Like a Cup of Coffee? é gradual, assim como aquele momento do dia que reservamos para apreciar um cafezinho. Suave, tranquilo e sem pressa para esvaziar a xícara. É uma série para contemplar e relaxar.

“Don’t wait until you’re ready. Speaking from experience, you’re never going to be perfectly ready. Start now and get better over time”. Esta é apenas das incontáveis frases que me marcaram em Navillera (나빌레라). O K-Drama foi transmitido pela tvN entre os dias 22 de março e 27 de abril de 2021, totalizando 12 episódios. 

Na época, eu estava começando a passar por algumas mudanças, que se estenderam ao longo do ano. Por isso, não prestei tanta atenção, nem acompanhei outras séries e muito menos trouxe qualquer novo post para o blog. Recentemente, enquanto eu ouvia uma das minhas playlists para relaxar em dias de chuva, “My Day” começou a tocar. Quando reconheci a música, lembrei que o Taemin tinha gravado para a trilha sonora de Navillera. E foi assim que a série entrou na minha vida. ❤

Vale a pena?

Navillera é baseado em um webcomic escrito por Hun, ilustrado por Ji-Min e publicado entre os anos de 2016 e 2017. A história acompanha Sim Deok-Chul (Park In-Hwan) que, ao completar 70 anos, decide ir atrás do seu sonho de criança: aprender balé. Quando ele demonstra interesse pela dança, seu pai já se posiciona contra. E, com o passar dos anos, Deok-Chul se mantém afastado do que queria fazer para trabalhar e sustentar a família.

A aposentadoria, seguida pela perda de um amigo e algumas circunstâncias da vida (não vou falar para evitar spoiler), fazem o protagonista se lembrar do balé. Ao chegar no estúdio de dança, Deok-Chul conhece Lee Chae-Rok (Song Kang), um jovem bailarino talentoso que se prepara para estrear, porém tem dificuldade em dar o próximo passo por problemas pessoais (perda da mãe, prisão do pai e pendências com um amigo da época em que jogava futebol). 

Avant, EnArabesquePlié, entre um e outro movimento de balé, um se torna o apoio do outro com o mesmo objetivo: voar alto. Definitivamente, temos muitas lições a aprender com Navillera na busca pelos nossos sonhos. E cada personagem tem um papel significativo na evolução de cada um. No final, fica a pergunta: o que faz você feliz?

My Love From the Star

Se você quiser criar uma lista de K-Dramas clássicos e atemporais para acompanhar, My Love From the Star (별에서 온 그대) entra na seleção — ao lado de Goblin, Descendants of the Sun e My Mister (apenas citando alguns). Uma das séries coreanas mais populares durante sua transmissão, My Love From the Star foi ao ar pela SBS entre 18 de dezembro de 2013 e 27 de fevereiro de 2014, com 21 episódios e um epílogo extra. 

Enquanto vejo novas produções, também tenho como meta riscar K-Dramas mais antigos da minha lista, incluindo alguns clássicos. Portanto, esse é um dos motivos para a escolha de My Love From the Star, mas não é o único.

Outra razão é o Kim Soo-Hyun, que se tornou um dos meus atores preferidos depois de Dream High — além de The Producers (com a IU) e os cameos em Hotel Del Luna (cadê a sequência com ele? *-*) e Crash Landing on You. E também pela Yoo In-Na, que deixou meus dias mais divertidos com sua personagem em Goblin. 

My Love From the Star retrata uma história de amor que transcende o espaço, já que Do Min-Joon (Kim Soo-Hyun) vem de outro planeta. Faltando três meses para retornar ao seu lugar de origem, após passar 400 anos na Terra, ele se apaixona por Cheon Song-Yi (Gianna Jun). E aí vem o dilema, o que fazer? Se for embora, precisa se separar dela. Se ficar, corre o risco de desaparecer, já que seu tempo na Terra estava com os dias contados desde a sua chegada.

Em alguns momentos, confesso que torci pelo Lee Hee-Kyung (Park Hae-Jin), um dos maiores exemplos de persistência e determinação que já vi. Em outros, só pensei que a Song-Yi deveria ficar sozinha ou tentar ser mais humilde com as pessoas ao seu redor. 

Vale a pena?

Apesar do drama, My Love From the Star explora alguns lances engraçados, como os flashbacks do Min-Joon falando sobre o amor e suas reações químicas e emocionais. Ciúmes, raiva, atitudes irracionais, essas são algumas posturas que ele diz não entender entre os humanos, enquanto garante que jamais adotaria qualquer uma delas. Por 300 anos e 9 meses, Min-Joon mantém sua palavra. No entanto, depois que Song-Yi entra na sua vida, todos os comportamentos imaturos que ele não teria, aparecem.

Mas nem só de amor vive My Love From the Star, já que boa parte da série também mergulha em um universo mais sombrio com o personagem Lee Jae-Kyung (Shin Sung-Rok), o legítimo lobo em pele de cordeiro. Apesar do Min-Joon ser o protagonista com super poderes — parar o tempo, força sobrenatural, visão e audição apuradas — Jae-Kyung estava sempre um passo à frente em suas tramas. Isso pode incomodar um pouco. 

Além dos 21 episódios, a série tem um epílogo curtinho (cerca de dois minutos) com uma cena extra para quem não achou o final tão satisfatório. Eu tenho minhas ressalvas em relação às duas possibilidades apresentadas — a que foi oficialmente transmitida e a que veio como alternativa. Penso que um terceiro desfecho seria o mais condizente com toda a narrativa, mas não vou entrar em detalhes para evitar spoilers.

Entre os pontos altos de My Love From the Star, os efeitos slow motion, a cena do Min-Joon parando o carro na beira do penhasco e uma conversa no episódio 14 ou 15, não tenho certeza. Nela, Song-Yi fala sobre o tempo limitado que temos por aqui e a proporção dele que usamos para fazer o que queremos/gostamos. Não é um K-Drama inesquecível de acompanhar, mas foi uma boa companhia durante seus 21 episódios (que poderiam ser 16).

* * *

O que achou da minha seleção de K-Dramas de novembro? Preciso confessar para você que acompanhar todos eles foi um desafio, além de algumas horas madrugada adentro entre ver um episódio e escrever para o blog. Apesar da jornada ter sido intensa, olhando para trás sinto uma sensação de satisfação por conseguir concluir o que me propus a ver. Espero que uma ou mais obras da lista seja uma boa companhia para você também. E deixo Navillera como minha principal recomendação.

Já que você chegou até aqui, aproveite para conferir os K-Dramas que foram destaque por aqui na minha última seleção.

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