Animes

Animes no #NoRadar: seleção de novembro

Para começar o mês, vamos com mais uma seleção de animes? Enquanto sigo acompanhando as produções da temporada de outubro, encaixei quatro obras na playlist. Uma delas é deste ano e entrou no catálogo da Netflix. Duas estavam na minha lista desde 2017, incluindo uma prequel. E a última é mais antiga, ainda com aqueles traços característicos das animações dos anos 2000.

Neste post, vou compartilhar minhas impressões sobre os animes Blue Period, Net-juu no Susume, Fuuka e Yoake Mae Yori Ruriiro na. Vem comigo?

Blue Period

Após acompanhar o anime Arte, fiquei com vontade de seguir no universo artístico. Por isso, Blue Period 「ブルーピリオド」 foi uma das minhas primeiras escolhas para a seleção de novembro. O anime foi ar entre os dias 2 de outubro e 18 de dezembro de 2021, com 12 episódios, e adaptação do estúdio Seven Arcs. É o mesmo, inclusive, que animou Arte, embora pareçam trabalhos bem diferentes.

Enquanto a animação de Arte é leve e fluída, em Blue Period parece um pouco distorcida. Sem falar nos diálogos superficiais em algumas cenas. Porém, vamos deixar isso de lado e focar na mensagem que o anime passa, já que é o seu ponto forte e também o motivo que me fez acompanhar até o fim. 

Blue Period nos mostra a transformação de Yaguchi Yatora — de delinquente estudioso à aspirante das artes. Sua jornada começa quando ele descobre sua vocação. Ao ver um quadro da Mori 先輩, o protagonista encontra a inspiração que faltava para definir seu futuro profissional. A partir daí, mergulhamos no universo das artes, enquanto aprendemos um pouco mais sobre os desafios por trás dos pincéis.

A principal mensagem do anime está na transição entre sair do estágio de se sentir perdido para o de saber o que se quer fazer, mesmo com insegurança e hesitação. A forma como Blue Period apresenta a relação professor e aluno — com Ooba 先生 e Saeki 先生 — é inspiradora, instigando Yatora a sair de sua zona de conforto e a se desafiar a partir de uma combinação entre esforço e estratégia, além de boas orientações. 

No final, essa postura não apenas inspira o protagonista a encontrar seu caminho, mas também impacta todos à sua volta de forma positiva. Com várias frases que levam à reflexão, Blue Period é um trampolim para os sonhos.

Net-juu no Susume

Para acompanhar Blue Period, queria algo com uma vibe similar a Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru e o universo dos games. Foi assim que encontrei Net-juu no Susume 「ネト充のススメ」  — que mergulha no mundo do MMORPG, misturando a vida real com a virtual. 

O anime foi lançado em 10 de outubro de 2017 e se estendeu até 12 de dezembro, com apenas 10 episódios e mais um especial no mesmo ano. A animação é do estúdio Signal.MD (conheço apenas Cyborg 009 e o filme Fate/Grand Order com o Bedivere). Por se inspirar em personagens que jogam MMORPG, eu não precisei de mais motivos para dar um check em Net-juu no Susume e incluí-lo nos destaques deste mês.

Infeliz com sua trilha profissional, a protagonista Morioka Moriko pede demissão e encontra um recomeço para sua vida ao dedicar 100% do seu tempo a um jogo online. Ela não usa o game como forma de escapar da realidade, mas sim para rejeitá-la. Porém, o mundo ao seu redor começa a mudar devido a uma série de coincidências, que gradualmente conecta suas vidas real e virtual.

No início, Net-juu no Susume é morno e quase sem encantos. Conforme o anime avança, o plot fica interessante e você até começa a querer mais episódios. Por ser gamer, não em tempo integral como a Morioka-san, eu me identifiquei com vários momentos. Bateu até uma nostalgia, já que faz bastante tempo desde que joguei um MMORPG. 

Além disso, a abordagem segue o caminho inverso em relação às assimilações que normalmente vemos quando um roteiro fala sobre games. Em Net-juu no Susume, vemos a protagonista sair de sua concha e se tornar uma pessoa mais social e ativa na sociedade após as amizades que faz dentro do jogo. Recomendo se você gosta do tema!

Fuuka

Ainda impactada por Kono Oto Tomare e Ao No Orchestra, incluí mais um anime com foco na música. Dessa vez, acompanhei Fuuka 「風夏」 — que foi ao ar entre 6 de janeiro e 24 de março de 2017, mesmo ano de Net-juu no Susume. Baseado no mangá de Kōji Seo, Fuuka é uma prequel do anime Suzuka 「涼風」 de 2005. A adaptação ficou por conta do estúdio Diomedéa (Seijo no Maryoku wa Bannou desu) e ganhou 12 episódios.

Não! Eu não vi o anime anterior (ainda). Então, por que comecei pela sequência? Porque eu já tinha visto dois episódios há algum tempo, mas deixei em stand-by. Na época, confesso que não me atentei a esse detalhe. Acontece, né? Ainda mais com nomes diferentes. Recentemente, resolvi retomar o anime, mesmo sabendo que é uma prequel. Prometo voltar aqui no blog em outro momento para falar sobre Suzuka.

Ver Fuuka é como dar uma volta de 180º, talvez até 360º. Começa com um clichê bobo, evolui para um triângulo amoroso cheio de fanservice desnecessário (não sou muito fã disso, ごめん), passa por uma série de mal-entendidos e termina de um jeito duvidoso. 

Os pontos positivos incluem os momentos da banda — que se formou aparentemente sem qualquer embasamento em talento ou conhecimento musical. Com os ensaios e um pouco do background de cada um dos integrantes, percebemos que todos, exceto pelo Haruna Yuu, sabiam o que estavam fazendo. Eu acho que isso poderia ter sido melhor explorado no roteiro para não parecer tão aleatório.

Entre os pontos negativos, o desenvolvimento dos relacionamentos é forçado, como que para encaixar dentro dos 12 episódios. Sem contar que, quando pensei que as coisas iriam fluir, o rumo da história muda drasticamente. Se eu assistiria de novo? Provavelmente, não. Nem mesmo quando Suzuka entrar na minha lista.

Yoake Mae Yori Ruriiro na

Cena do anime Yoake Mae Yori Ruriiro na com Tatsuya e Feena de mãos dadas e sentados no banco de um parque

Para fechar os destaques de animes de novembro, busquei uma obra mais antiga com os traços característicos dos anos 90 (como Sailor Moon). Yoake Mae Yori Ruriiro na 「夜明け前より瑠璃色な -Crescent Love-」 foi lançado entre 5 de outubro e 21 de dezembro de 2006, com 12 episódios. Adaptado a partir de um visual novel, a animação ficou por conta do estúdio Daume (não conheço os trabalhos anteriores, por isso vou deixar sem referência). 

Yoake Mae Yori Ruriiro na veio como uma opção mais levinha, com uma pitada de comédia romântica e um toque de conto de fadas. Sabe aquele roteiro que você só acompanha enquanto relaxa? Essa foi a intenção quando decidi rever o anime após tantos anos. E o plot é bem simples. A princesa da Lua Feena Fam Earthlight e o estudante da Terra Asagiri Tatsuya se reencontram, se apaixonam e precisam superar a barreira diplomática que divide os dois mundos para ficarem juntos.

Não há nada de novo ou fora do comum, mas o final é satisfatório. Algumas cenas parecem fillers e a animação, às vezes, aparece distorcida. Há também momentos em que a comédia força um pouco a barra, com Jin sendo arremessado pelo vidro várias vezes no mesmo episódio. Além de momentos em que o slice of life vira drama. Sem falar nas referências a Indiana Jones e aliens.

Seria legal ver mais sobre como a Terra chegou até a Lua e conseguiu transformá-la em um ambiente habitável. Porém, o foco é no romance dos dois protagonistas, nas adversidades que enfrentam para tornar o amor possível e na tentativa de cultivar laços de paz entre a Lua e a Terra. Se você procura uma história tranquila e com um pouco de intensidade, Yoake Mae Yori Ruriiro na pode ser uma boa forma de passar o tempo.

* * *

Aqui encerro mais uma seleção de animes com as obras que acompanhei no mês de novembro. Se eu fosse destacar um entre os quatro, primeiro seria Blue Period pela mensagem que ele trás. Embora a animação seja um pouco distorcida em alguns momentos, a reflexão sobre encontrar nossa vocação e o apoio dos professores podem ser inspiradores. Em seguida, eu destacaria Net-juu no Susume pela narrativa inversa, mostrando que os games também podem ajudar a melhorar a vida social.

Recentemente, fiz um review do filme Fruits Basket: Prelude e deixo aqui como recomendação de leitura para você. 😉

Deixe um comentário