K-Pop · Música

Com 3 titletracks, B-sides brilham no álbum I’ve Mine do IVE

Sexta-feira 13 é dia de azar? Não! É dia de mais um lançamento no K-Pop. Além do álbum The Name Chapter: FREEFALL do TXT, o grupo IVE (아이브) também fez seu comeback com o álbum I’ve Mine. A tracklist traz seis faixas, incluindo os pré-releases “Either Way” e “Off the Record”, além de “Baddie” (todas titletracks). 

Apesar de três faixas-título, são as B-sides que se sobressaem — uma delas com potencial muito maior para assumir o posto. Neste post, vou compartilhar o que achei após ouvir todas as músicas. Vem comigo?

Minhas impressões do álbum I’ve Mine

IVE é um dos girls groups mais novos que vem chamando a minha atenção gradualmente — com “LOVE DIVE”, “After LIKE” e, recentemente, “I AM” (favorita até agora). O grupo fez seu debut em 1º de dezembro de 2021, com o single álbum Eleven, que logo rendeu a primeira vitória em um dos programas de música coreanos.

Formado pela Starship Entertainment, o grupo conta com Gaeul, Leeseo, Liz, Reii, Wonyoung e Yujin em seu line-up. A agência já foi a casa de Sistar (até o disband em 2017) e hoje representa grupos como Monsta X (costuma ter presença marcada na minha playlist) e Cravity (que esteve nos lançamentos de setembro aqui no blog pelo álbum SUN SEEKER). 

O nome IVE é uma abreviação de “I have” e, na maior parte das letras de suas músicas, incentiva o amor próprio (assim como ouvimos em boa parte da discografia do BTS). Antes de estrear com o IVE, Wonyoung e Yujin faziam parte do IZ*ONE, um dos grupos de K-Pop temporários mais populares. 

O álbum I’ve Mine não tem apenas uma titletrack, metade dele é composto por faixas-título — “Either Way”, “Off the Record” e “Baddie” — mas nenhuma delas chega ao nível hino pop de “I AM”. Após ouvir toda a tracklist, foram as B-sides que chamaram a minha atenção, especialmente “Holy Moly”, que teria sido a escolha mais acertada para representar IVE como a titletrack do disco.

Off the Record

“Off the Record” foi a segunda titletrack revelada do álbum I’ve Mine. A música veio no dia 6 de outubro, acompanhada por um MV, e uma vibe bem retrô — tanto na sonoridade como no conceito visual — e uma composição agridoce. Sua melodia se apoia no city pop, um gênero bem popular no Japão entre os anos 70 e 80, também chamado de “new music”. Esse tipo de som pode mesclar diversos gêneros, como jazz, blues, disco, AOR ou synthwave. O álbum LILAC da IU é um exemplo. 

A batida rítmica ganha o acompanhamento de uma linha vocal suave e delicada, com um toque de rádio. É fácil imaginar a música como trilha sonora na cena de um filme musical. No entanto, diferente de “LILAC” que entrou quase que imediatamente na minha playlist de K-Pop, “Off the Record” passa batido, deixando uma leve sensação de monotonia.

Baddie

Depois de “I AM”, estabeleci parâmetros altos para os comebacks de IVE. Por isso, esperava que o grupo voltasse com uma titletrack ao menos tão confiante quanto. “Off the Record” e “Either Way” não cumpriram o papel. Porém, desde que vi o nome “Baddie”, senti que também não faria jus. Dito e feito! Após ouvir a música pela primeira vez, acompanhada pelo MV, percebi que eu tinha razão.

“Baddie”, definitivamente, não é um som para mim. Nem tenho certeza se é um som para IVE, já que me soa muito mais como algo que STAYC, aespa ou (G)I-DLE trariam à tona (cada grupo à sua maneira). O conceito visual todo colorido e com um apelo teen tem muito mais a ver com as últimas músicas do STAYC do que com IVE. 

Sem falar no gênero trap e a linha de rap pesada, tem algo nessa combinação que não se encaixa com a minha visão do grupo pelo menos. Mais uma vez, aespa ou (G)I-DLE poderiam entregar uma sonoridade melhor. Até Blackpink poderia trazer mais peso. Enfim, apenas especulações da minha parte. Sei que as meninas demonstraram o desejo de compartilhar outros estilos musicais, mas “Baddie” parece passar um pouco do limite.

BIG Naughty participou da letra: “Baddie, baddie, baddie / Move out of the way, if you block me / I’ll fly up so catch me if you can”. A última parte imediatamente me leva a “Catch Me If You Can”, uma das melhores músicas de Girls’ Generation (adoro a coreografia, apesar de ser um pouco difícil pelos movimentos rápidos).

Either Way

Antes da chegada do álbum I’ve Mine, “Either Way” foi o primeiro pré-release, a primeira amostra do que IVE estava preparando. A faixa — parte do trio de titletracks — foi liberada no dia 25 de setembro e contou com a participação da cantora e compositora Sunwoo Jung-A para escrever a letra. A música reflete sobre os olhares de julgamento, isto é, como nossa imagem é percebida, e seus efeitos.

Comparado a sons anteriores do grupo, “Either Way” me passa uma impressão bem experimental e tem um andamento mais lento do que estamos acostumados a ouvir com IVE. isso comprova a versatilidade de Gaeul, Leeseo, Liz, Reii, Wonyoung e Yujin. 

Novamente, o arranjo instrumental e o conceito visual mergulham em uma estética mais retrô, com foco nos vocais das meninas. A música não chamou tanto a minha atenção na primeira vez que ouvi. Aos poucos, foi crescendo em mim e passou a ficar um pouco mais interessante. “Either Way” não é marcante como “I AM”. Eu diria até que é bem modesta, mas ganhou uma chance. 

Holy Moly

“Holy Moly” é a música com maior potencial para uma titletrack com a cara do IVE, que vem de uma sequência de faixas-título poderosa. “LOVE DIVE”, “After LIKE” e “I AM” soam como verdadeiros hinos do pop e, da forma como eu vejo, acabaram transformando esse tipo de som na identidade do grupo. 

A B-side (ainda não acredito nisso) tem uma melodia cativante, uma harmonia vocal poderosa e um refrão cheio de personalidade. “Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh, holy moly” é a minha parte preferida, aliás. A melodia soa especial, com um toque meio egípcio no arranjo instrumental. Todos os elementos para uma titletrack ao melhor estilo IVE estão aqui. Então, se você gosta do som característico do grupo, pode dar o play.

OTT

“OTT” é uma música agradável, com uma vibe similar a “Holy Moly”, mas um pouco mais convencional. Isso significa que é uma faixa sem elementos tão marcantes e com uma sonoridade mais genérica. No entanto, diante das titletracks do álbum I’ve Mine, a B-side se sai melhor que as músicas “principais”. No fundo, ela me lembra um pouco o TWICE, mas com uma vibe totalmente diferente. A letra de “OTT” é da Wonyoung.

Payback

“Payback” é a faixa que fecha o álbum I’ve Mine, com um instrumental pop mais otimista. Se eu fosse listar as músicas em um ranking, “Payback” viria depois de “Holy Moly”, seguida por “Either Way”, “OTT”, “Off the Record” e, por último, “Baddie”. BIG Naughty aparece mais uma vez nos créditos, como um dos escritores. 

Minha parte favorita de “Payback” começa logo depois do segundo verso — do pré-refrão à ponte — com destaque para o pós-refrão. Adoro como a melodia soa aqui.

Se eu tivesse que definir o álbum I’ve Mine com uma palavra, ‘bad’ seria uma forte candidata — não fosse pelas B-sides. “Off the Record”, “Either Way” e “Baddie” não fazem jus ao posto de titletrack, mas graças a “Holy Moly” nem tudo está perdido. É uma pena que o grupo optou por renunciar o poder de poderosos refrões e o característico hino pop que colocou IVE no meu radar de K-Pop. Ainda bem que temos o Lado B.

Por falar em girl groups, (G)I-DLE fez seu comeback também neste mês com o álbum Heat, o primeiro em inglês das meninas. Já conferiu?

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