Vamos começar o mês com a seleção de animes que acompanhei em setembro? Enquanto me preparava para o início da nova temporada, finalizei a maior parte das obras que comecei em julho. Agora, restam as que ainda estão em exibição, além das que deixei para ver em outro momento.
Neste post, vou compartilhar minhas impressões atualizadas dos animes que chegaram ao final, além de trazer dois da lista. O primeiro é o fantástico anime Kono Oto Tomare, que mergulha no universo da música enquanto explora o crescimento dos personagens enquanto lidam com as adversidades. O segundo é o clássico Ah! Megami-Sama, que, revi, mas, dessa vez, incluindo todos os especiais. Vem comigo?
Kono Oto Tomare
Kono Oto Tomare 「この音とまれ」 ganhou duas temporadas, com 13 episódios cada. O anime foi ao ar de 7 de abril a 30 de junho de 2019, enquanto a sequência chegou entre 6 de outubro e 29 de dezembro do mesmo ano. A animação é do Platinum Vision, estúdio responsável por animar Watashi no Oshi wa Akuyaku Reijou (chegando agora na nova temporada que começa em outubro <3).
Ver Kono Oto Tomare me fez lembrar de outros dois animes de música que têm um espaço especial nas minhas memórias, Mashiro no Oto e Shigatsu wa Kimi no Uso. Kono Oto Tomare foi uma das melhores surpresas na minha seleção de animes deste mês. Um diamante raro, escondido em meio a outras obras (sobre música ou não).
O primeiro motivo para acompanhar foi o tema, não apenas com foco na música, mas também no koto, instrumento de cordas tradicional no Japão. A animação é bonita e se destaca ainda mais em algumas cenas, como quando os personagens ficam vermelhos.
Ouvir as apresentações enquanto o clube evolui e ver o crescimento de cada membro é tão satisfatório. E o brilho dos holofotes não ilumina apenas um protagonista, mas o conjunto todo: Kudou Chika, Hozuki Satowa, Kurata Takezou, Adachi Saneyasu, Mizuhara Kouta, Sakai Michitaka e Kurusu Hiro, além do conselheiro Takinami Suzuka.
Destaques
Kudou Chika é um dos meus personagens preferidos em Kono Oto Tomare. Sua fama de delinquente devido a alguns mal-entendidos do passado esconde uma personalidade dócil e inocente, além de um amigo leal que presta atenção em todos à sua volta e é extremamente dedicado ao koto na hora de aprender uma nova música. Seus momentos românticos com Hozuki Satowa são tão fofos e ajudam a aliviar a tensão enquanto o clube se ajusta e cria laços em busca do seu próprio som.
O koto, aliás, vai muito além de representar a peça central do anime pelo gênero musical. É ele que estabelece uma sólida fundação para os membros, de forma individual e coletiva, enquanto eles lidam com suas próprias dificuldades e superam os obstáculos:
- Kudou e a falsa imagem de deliquente aos olhos dos outros;
- Hozuki e a tentativa de reconciliação com a mãe;
- Kurata e suas inseguranças como pessoa e presidente do clube;
- Adachi, Mizuhara e Sakai e o sentimento de frustração quando ficam fora do ritmo e não conseguem acompanhar os outros membros no início;
- Kurusu e suas segundas intenções com o clube.
Cada um começa a refletir sobre seus arrependimentos a partir dos laços que se formam dentro do clube, o contato com o koto, a interação com as escolas rivais e a participação em competições. Gradualmente, eles aprendem a seguir em frente. Enquanto a primeira temporada estabelece essa base, a sequência parece extrair o melhor do crescimento dos personagens para construir a trilha rumo ao topo.
Por fim, a trilha sonora de Kono Oto Tomare é um destaque à parte. Isso vale para tudo, tanto as músicas de fundo quanto as peças de koto apresentadas — principalmente “Tenkyuu” (天泣). Sem falar das openings “Tone” e “Harmony” (Shouta Aoi) e das endings “Speechless” e “Rainbow” (Yuma Uchida).
Ah! Megami-Sama

Faz tanto tempo que não me lembro ao certo quando vi Ah! Megami-Sama 「ああっ女神さまっ」 pela primeira vez. Belldandy foi um dos cosplays que mais gostei de fazer. Bons tempos! Na época, vi o anime, mas acabei não acompanhando os especiais, nem mesmo completei a segunda temporada. Meus dias eram ainda mais corridos do que hoje, com aulas à noite, trabalho o dia inteiro e toda a vida acontecendo paralelamente.
Desde então, tenho pensado em rever o anime do início ao fim, incluindo todas as adaptações. Finalmente, missão cumprida. Agora, estou aqui para registrar esse momento e também compartilhar o que achei com você.
Destaques
Quando vi pela primeira vez, achei a Belldandy o máximo, mas minha percepção mudou muito de lá para cá. Hoje eu precisei de paciência para lidar com a personalidade do Keiichi que, apesar de bondoso e inocente, é muito acomodado. A Belldandy faz praticamente tudo para ele — cama, comida e roupa lavada. E tudo o que o Keiichi faz é dizer “Belldandy!” pra cá e “Belldandy!” pra lá o tempo todo.
Sei que o menino tem um bom coração, mas um pouco de atitude não faz mal para ninguém, né? Isso sem falar nos diálogos: “Belldandy”, “Keiichi-san”, “Belldandy”, “Keiichi-san”. Deixando isso de lado, percebi que os episódios do clássico anime de 2005 praticamente se repetem, sem início, meio e fim — exceto pelo final com a transformação da Urd. Vê-los sem seguir uma ordem não deve afetar tanto a experiência.
Ah! Megami-Sama é bonitinho, é um clássico, mas requer paciência. Hoje não recomendo o anime, mas se você gosta da história e dos personagens, vale a pena acompanhar os OVAs de 1993 e o filme, além dos especiais Tatakau Tsubasa e Itsumo Futari De.
Sequência
A primeira temporada de Ah! Megami-Sama é a mais conhecida, mas não é a primeira adaptação. A vida de Belldandy na Terra com Urd, Skuld e Keiichi começa em 1993 com 5 OVAs. Em 1998, a série ganhou uma história paralela, Ah! Megami-Sama! Chicchaitte Koto wa Benri da ne, com 48 episódios curtinhos (cerca de quatro minutos cada) e independentes.
Dois anos depois, veio o filme Gekijōban Ah! Megami-Sama. A história também é independente, mas faz menção a alguns eventos do anime. Por falar nele, a primeira temporada (Ah! Megami-Sama!) foi lançada em 2005 com 24 episódios e mais dois especiais. No ano seguinte, chegou a segunda temporada (Aa! Megami-Sama! Sorezore no Tsubasa) com 22 episódios e dois especiais.
Em 2007, a série ganhou o especial Ah! Megami-Sama! Tatakau Tsubasa com dois episódios. Em comemoração aos seus 20 anos, o OVA Ah! Megami-Sama! Itsumo Futari De foi produzido, com três episódios lançados entre 2011 e 2013.
Bônus: finalizados da temporada
Yumemiru Danshi wa Genjitsushugisha

Quando comecei a acompanhar Yumemiru Danshi wa Genjitsushugisha 「夢見る男子は現実主義者」 em julho, não imaginava que a realidade seria tão diferente da expectativa. Quando falei sobre o anime aqui no blog pela primeira vez, entre as novidades da temporada, minhas esperanças já estavam baixas. Mesmo assim, resolvi dar uma chance, mas, ao chegar no último episódio, esse sentimento se confirmou.
Vale a pena ver Yumemiru Danshi wa Genjitsushugisha? Definitivamente, não! O roteiro é o maior ponto fraco do anime. Não faz qualquer sentido. Não conecta. Não engaja. E o pior de tudo, não desenvolve os personagens (com exceção da Ichinose, acho), enquanto apresenta personagens secundários que não acrescentam nada à trama. É como se cada episódio fosse criado por uma pessoa diferente. Se o anime fosse um texto, seriam apenas palavras soltas, sem significado.
Em poucas palavras, é rushado, com potencial desperdiçado e muita forçação de barra nos últimos episódios ao tentar unir personagens sem qualquer desenvolvimento prévio. Não fica natural, sabe? Toda história precisa de início, meio e fim. Pular etapas não faz bem para quem acompanha, pois não cria conexão.
A história beira a monotonia, com muitos diálogos aleatórios e pouca iniciativa. Sem falar na proposta do anime. Após as constantes rejeições, Sajo Wataru deveria seguir em frente, certo? Então, por que ele não desencana da Natsukawa Aika? Será que eu não entendi a sinopse? Diante disso, se houvesse uma competição entre os animes Yumemiru Danshi wa Genjitsushugisha e Isekai de Cheat Skill wo Te ni Shita Ore wa, não sei dizer qual é o pior.
Watashi no Shiawase na Kekkon

Nem toda a temporada está perdida, já que Watashi no Shiawase na Kekkon 「わたしの幸せな結婚」 causou o efeito oposto em mim. Nos destaques de julho, comentei que o anime foi amor à primeira vista. E esse sentimento floresceu até o último episódio, assim como o relacionamento entre Miyo e seu 旦那様, Kudou Kiyoka (não canso de ver os dois juntos). とても 可愛い ❤
Em um primeiro momento, a história de Watashi no Shiawase na Kekkon pode até parecer um remake da Cinderela, com a madrasta malvada, a irmã que se acha superior e o príncipe. No entanto, fazer essa comparação seria uma forma muito minimalista de descrever o anime, já que o roteiro mergulha em camadas mais profundas.
Destaques
A história acompanha a trajetória de autodescoberta da Miyo após passar anos exposta a traumas com os maus-tratos da família. Ao conhecer Kudou Kiyoka, ela recebe o que não teve desde a morte de sua mãe: amor, carinho, cuidado, respeito e uma vida digna.
Em alguns momentos, a personalidade da Miyo pode frustrar. Dá vontade de entrar no anime e dizer que está tudo bem, que ela não precisa ter as mesmas preocupações de antes e que o Kudou realmente gosta dela. Pelo menos, ela ganha um bom desenvolvimento, além de mais confiança para compartilhar seus sentimentos. E ele também se abre mais com ela ao seu lado. Miyo e Kudou conseguem extrair o melhor de cada um.
A trilha sonora também se destaca. E não é para menos, já que a composição passou pelas mãos de Evan Call — que também trabalhou na trilha de Violet Evergarden. A opening “Anata no Soba ni” (Riria) é tão suave quanto a personalidade da protagonista, mas a ending “Vita Philosophica” (Kashitarou Itou) soa ainda mais especial. Acho que porque o timbre me lembra um pouco de “Konayuki” (Remioren) do J-Drama 1 Litre of Tears 「1リットルの涙」. *aliás, realmente chorei 1 litro de lágrimas depois de ver* *-*
Além do roteiro bem construído em sua maior parte, a animação de Watashi no Shiawase na Kekkon se sobressai em cada detalhe — seja nas cenas de ação, nos aspectos supernaturais ou nos momentos mais fofinhos (poderia ter um pouco mais deles). Achei o final simbólico, mas não vou dizer mais nada para não trazer spoiler.
Sequência
Watashi no Shiawase na Kekkon vai ganhar 2ª temporada, ainda sem data de estreia, além de um OVA (previsto para março de 2024). O anime também teve uma adaptação para live action neste ano. Vale a pena ver agora? Mesmo com os novos episódios a caminho, pode acompanhar sem o risco de se frustrar, como foi com Sugar Apple Fairy Tail para mim (quee terminou a primeira temporada com um final bem aberto).
Higeki no Genkyou to naru Saikyou Gedou Last Boss Joou wa Min no tame ni Tsukushimasu

Higeki no Genkyou to naru Saikyou Gedou Last Boss Joou wa Min no Tame ni Tsukushimasu 「悲劇の元凶となる最強外道ラスボス女王は民の為に尽くします」 se consolidou como um dos meus favoritos da temporada. Claro que muito disso vem da influência de Catarina, Aileen e Liselotte, que colocaram isekais inspirados em otome games entre os queridinhos da minha lista de animes. Agora, Pride Royal Ivy também faz parte do grupo.
Ainda não há confirmação sobre uma segunda temporada, mas espaço para mais episódios não falta e tudo indica (assim espero) que é só uma questão de tempo. Afinal, sinto que esses 12 episódios construíram a base para o plot principal que está por vir.
Será que Pride realmente se tornará a grande vilã do jogo ou será que ela conseguirá muda seu destino até o fim? Quem eram aquelas pessoas nos balões durante o resgate das crianças nas minas? E a cena pós-créditos com um spoiler, salto no tempo, sinal de fumaça, qualquer pista? Ficou faltando…
O último episódio foi divertido, fofinho, cheio de elogios e rostinhos vermelhos, mas não teve cara de final. E passou tão rápido, assim como todos os episódios do anime. A sensação que fica é que todos os acontecimentos até então foram preparativos.
Destaques
Diferente de outros animes do mesmo gênero, Higeki no Genkyou deixa as cenas de ação e o universo de fantasia um pouco de lado para se concentrar no desenvolvimento dos personagens e no relacionamento de Pride com as pessoas ao seu redor.
Tivemos episódios inteiros dedicados a um ou outro personagem — Stale, Arthur, Gilbert, Val — apresentando sua história e motivações. Todos, de alguma forma, estão lidando com traumas ou algum conflito, que são superadas com a ajuda de Pride. Não tem harém, nem fanservice, apenas a sugestão de romance no ar, mas não é o foco.
Além disso, Pride não é apenas um rostinho bonito, nem a mocinha indefesa que precisa de proteção. Ela está ciente sobre o que pode fazer se seguir os passos da vilã do jogo e se preocupa genuinamente com seu reino. Pride não quer apenas mudar seu destino, mas também sistemas e tradições que levam a esse caminho destrutivo. É uma protagonista forte, inteligente, com emoções e sem clichês.
Sugar Apple Fairy Tail [Parte 2]

Ainda me lembro do sentimento de frustração quando cheguei ao último episódio da primeira temporada de Sugar Apple Fairy Tail 「シュガーアップル・フェアリーテイル」. Aquele final foi amargo para quem não tinha visto que os próximos episódios levariam algum tempo para chegar. Ao menos, a espera não foi tão longa. E aqui estou para compartilhar a continuação, que retomou o plot no dia 7 de julho e encerrou no dia 22 de setembro, com 12 episódios.
Na parte 2, a história segue de onde parou, trazendo um pouco de alívio para os nossos corações. A sequência, porém, traz uma carga emocional mais densa. Se a primeira parte foi mais fofinha, apesar dos obstáculos pelo caminho, a segunda parte é mais sombria com a chegada da fada vermelha como antagonista a história. E também é mais densa por nos revelar um pouco mais sobre o mundo das fadas e a origem de Shall.
A fada vermelha, aliás, traz uma forte sensação de perigo e intimidação, além de proporcionar cenas de ação bem animadas (mesmo que ocasionais). Anne e Shall se tornam mais próximos, fortalecendo o vínculo entre eles e suas convicções. Se antes acompanhamos a jornada de Anne em seus primeiros passos como artesã do açúcar, agora é o momento de ver a evolução dos personagens e como eles se entendem.
Sugar Apple Fairy Tail volta com um ar mais maduro, bom desenvolvimento dos personagens, um pouco mais de ação e momentos de tensão, além de alguns avanços para o romance. O visual do J.C.Staff também não deixa a desejar. O final é fofo, bem fechado, mas com espaço para uma continuação.
Shiro Seijo to Kuro Bokushi

Deixando de lado a premissa do romance entre santa e padre e qualquer outro viés religioso, Shiro Seijo to Kuro Bokushi (白聖女と黒牧師) entrega exatamente o que se espera. Sem mais, nem menos. É um slice of life fofinho e levinho, perfeito para deixar o coração quentinho. Mas também é um pouco monótono para quem busca uma história melhor elaborada, com desenvolvimento dos personagens ou avanços significativos no romance.
É um anime esteticamente agradável de acompanhar — do design dos personagens aos cenários. Simples, mas vibrante. Sem falar na trilha sonora aconchegante, que combina com o clima. Se você ignorar “Lawren” pra lá, “Lawren” pra cá, “Lawren” o tempo todo, a cada frase, Cecilia é uma gracinha.
Destaques
Quando a Seijo-Sama fica vermelha, sente ciúmes, assume a postura de santa (com direito à aura divina) para apoiar a comunidade ou quando se rende à preguiça (sempre que não há ninguém por perto além do Lawrence). Os momentos Cecilia são um plus para o anime e realçam o verdadeiro sentido do gênero slife of life. Acompanhar o dia a dia dos dois nos faz sentir como se estivéssemos lá.
Abel manteve seu posto como melhor personagem, ao lado de Haselita, que se une ao grupo mais tarde. A dupla foi responsável por deixar os episódios mais leves e divertidos, trazendo uma dinâmica para o romance óbvio para todos, menos para o Lawrence.
Vale a pena ver Shiro Seijo to Kuro Bokushi? Como passatempo e sem maiores expectativas, é um bom anime, com um final relaxante e agradável. Entre outras obras adaptadas pelo estúdio Doga Kobo, prefiro Kawaii Dake ja Nai Shikimori-san e Oshi no Ko. Se você gosta de uma comédia romântica fofa, mas totalmente previsível e um pouco pacata às vezes, Santa Cecília e o Padre Lawrence cumprem o papel.
* * *
Neste mês, consegui finalizar vários animes entre as novidades da última temporada, o recente Kono Oto Tomare e o clássico Ah! Megami-Sama. Como a percepção muda, né? Percebi isso após ver Belldandy e companhia novamente depois de tanto tempo. Quando vi pela primeira vez me encantei e, agora, tive que me esforçar um pouco para concluir a saga. Minhas maiores recomendações de setembro são Kono Oto Tomare, Watashi no Shiawase na Kekkon e Higeki no Genkyou to naru Saikyou Gedou Last Boss Joou wa Min no tame ni Tsukushimasu.
Qual anime mais chamou sua atenção na última temporada? Conte para mim o que acompanhou e, se quiser, deixe recomendações. 😉