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Animes no #NoRadar: seleção de agosto

Início de mês é o momento de compartilhar mais uma seleção de animes, K-Dramas e K-pop da minha extensa lista de obras para acompanhar e lançamentos que não param de chegar. No primeiro post da série, trago um breve review dos animes que saíram da coluna “para assistir” e chegaram, enfim, ao “finalizado”. Em agosto, segui vendo as novidades da temporada de verão no Japão — dos destaques de julho — e inclui alguns nomes da minha  infinita #mustwatch.

Neste post, vou falar da confusa saga de Harukanaru Toki no Naka De e do histórico Kochouki: Wakaki Nobunaga, além dos achados Koi wa Ameagari no You ni e Doukyonin wa Hiza, Tokidoki, Atama no Ue.

Vem comigo conferir a seleção de animes de agosto?

Koi wa Ameagari no You ni

Koi wa Ameagari no You ni 「恋は雨上がりのように」 foi ao ar de 12 de janeiro a 30 de março de 2018, com 12 episódios e animação do Wit Studio. Entre os animes que acompanhei do mesmo estúdio: Owari no Seraph e Mahoutsukai no Yome, além do filme Bubble. 

Koi wa Ameagari no You ni estava na minha lista e, enquanto eu pesquisava as possibilidades, resolvi dar uma chance. O primeiro motivo foi a protagonista Tachibana Akira, que me lembrou da Hayasaka Yukari, a Caroline de Paradise Kiss. Já o segundo foi a animação, simples e detalhada, bonita de acompanhar.

Depois da chuva

“Não vou esquecer. Mesmo quando o tempo passar. Não importa onde eu esteja. Vou me lembrar da pessoa que me ensinou sobre o meu futuro. Toda vez que eu ver o céu depois da chuva”. | 忘れない。ときがすぎでも。どこにいっても。明日教えくれた人をと思います。雨上がりの空を見るたびに* ごめん se me equivoquei com alguma palavra ˆ-ˆ” *

Mais do que um anime sobre um romance com diferença de idade, Koi wa Ameagari no You ni é sobre as promessas que fazemos e, às vezes, esquecemos. Seja por uma lesão e o receio de voltar a correr, como é o caso da Akira, ou simplesmente por mudanças na vida que acabam mudando o rumo das coisas de formas inesperadas. Talvez não exista algo como perder o timing para realizar um sonho. Talvez adiar seja a melhor palavra, já que, enquanto estivermos neste mundo, sempre é possível correr atrás do que queremos, não é?

Além de sonhos, Koi wa Ameagari no You ni também retrata os sentimentos em suas mais diversas formas. A amizade entre Akira e Haruka. O elo imutável entre o gerente Masami Kondo e o escritor Chihiro (apesar dos dez anos longe, bastou um encontro para retomar a amizade como se estivessem sempre perto um do outro). A admiração de Akira pelo 店長.

As cenas têm uma fotografia linda, com um visual que foca no detalhe das coisas — as gotas de chuva no guarda-chuva, o vermelho no rosto envergonhado, o brilho no olhar, o chaveiro na bolsa representando amor ou amizade. Além disso, a trilha sonora é gostosa de ouvir tanto como pano de fundo do anime como na abertura (“Nostalgic Rainfall” – CHiCO com HoneyWorks) e, principalmente, no encerramento (“Ref:rain” – Aimer).

Doukyonin wa Hiza, Tokidoki, Atama no Ue

Doukyonin wa Hiza, Tokidoki, Atama no Ue 「同居人はひざ、時々、頭のうえ」 foi ao ar entre 9 de janeiro e 27 de março de 2019, com 12 episódios. A animação é do estúdio Zero-G, mesmo de Koori Zokusei Danshi to Cool na Douryou Joshi, que acompanhei em junho.

Não sou grande fã de gatos, talvez por ter passado a maior parte da minha vida cercada por cachorros. Mas vê-los dá uma sensação de conforto. E foi bem isso que senti, o coração quentinho ao ver Doukyonin wa Hiza, Tokidoki, Atama no Ue, um dos animes mais 可愛い que eu já vi. Que coisa mais fofa! ❤

Não lembro quando, nem como entrou na minha lista, mas enquanto eu buscava opções para acompanhar o nome chamou minha atenção. É um slice of life tão levinho com um elenco delicado de personagens, uma animação bonita e uma história criativa para assistir e se apaixonar sem arrependimentos. 

Novas percepções

A história de Doukyonin wa Hiza, Tokidoki, Atama no Ue nos mostra os inusitados laços de amizade que se formam entre o autor de romances Mikazuki Subaru e a gatinha Haru, sua mais nova colega de quarto. Cada episódio se divide em dois momentos, primeiro vemos as coisas através da perspectiva de Subaru e depois é a vez do ponto de vista da Haru. Essa estrutura narrativa única nos ajuda a visualizar melhor as personalidades de cada um.

Apesar de viver como se estivesse em uma ilha, refugiado em casa na maior parte do tempo, Subaru vê sua vida mudar depois de conhecer a gatinha. Sem falar na sorte (ou privilégio) de contar com pessoas como o amigo de infância Yasaka Hiroto e seu editor Kawase Atsushi. “Desde que me liguei a você naquele dia meu mundo cresceu cada vez mais”. Aos poucos, ele começa a perceber as coisas à sua volta e a se envolver mais com as pessoas, enquanto relembra situações que vivenciou com a família e tenta corrigir seus erros.

Achei tão fofa a ideia do jardim com sementes e mudas de flores de cada viagem dos pais do Subaru e o cachorro タロウ, da vizinha, que sempre quer brincar com a Haru. O roteiro dosa bem entre situações tristes envolvendo as famílias de Subaru e Haru e pinceladas cômicas, como cada um vê o outro e como tudo envolve comida aos olhos da gatinha. Convivo com um cachorro que só pensa nisso. xD

Kochouki: Wakaki Nobunaga

Kochouki: Wakaki Nobunaga 「胡蝶綺 〜若き信長〜」 foi ao ar entre 8 de julho e 23 de setembro de 2019. A animação com 12 episódios é do Studio Deen — nome por trás de uma série de títulos que já acompanhei como Fate/Stay Night, Vampire Knight, Full Moon wo Sagashite, Hiiro no Kakera e muitos outros, inclusive Hakuoki (que terminei no mês passado). 

Após mergulhar na história do Shinsengumi, ao menos parte dela, com Hakuoki, fiquei com vontade de acompanhar mais um anime histórico. E foi aí que Kochouki: Wakaki Nobunaga chamou a atenção entre os nomes da minha lista. 

A única referência que eu tinha até então era do game FGO. Com Kochouki: Wakaki Nobunaga, conheci outro aspecto da história, que, no anime, começa quando Oda Nobunaga ainda está dando seus primeiros passos na trilha que o levaria a unificar o Japão durante o período Sengoku. 

A metade inicial do anime é interessante de acompanhar, vendo o crescimento de Nobunaga, seu estilo único e a lealdade das pessoas à sua volta — principalmente nas figuras de Ikeda Tsuneoki e Kichou. Já a segunda metade começa a ficar tensa, o que é natural com a ocorrência de guerras, mas também se torna um pouco desconfortável com tantas manipulações e traições (dentro e fora do clã). Confesso que me forcei a ver os últimos episódios. Esse sentimento melhorou um pouco quando um certo personagem saiu de cena.

A animação é linda e a trilha sonora se encaixa bem às cenas, com destaque especial para a opening (“Shissou” – Rib). 

Harukanaru Toki no Naka De

Harukanaru Toki no Naka de

Muitas pessoas, inclusive eu, tendem a ficar confusas quano começam a acompanhar Harukanaru Toki no Naka De. Isso acontece pois entre anime, OVAs e filme, nem tudo está diretamente conectado. Eu só consegui entender melhor o flluxo das coisas depois de pesquisar, ler e ver todas as adaptações animadas.

A versão mais conhecida (talvez) é o anime de Harukanaru Toki no Naka De, que foi ao ar entre 6 de outubro de 2004 e 30 de março de 2005, com 26 episódios. A animação é do Yumeta Company, estúdio que também adaptou Kiniro no Corda, Neo Angelique Abyss e o remake Tokyo Mew Mew New. O roteiro é similar a obras como Fushigi Yuugi, InuYasha e tantas outras envolvendo viagem no tempo, algum período histórico do Japão, mitologia japonesa (Suzaku, Seiryu, Genbu e Byakko, incluindo Ryūjin, Hakuryū e Kokuryū) e um harém cheio de personagens bonitos. 

Motomiya Akane, a protagonista do anime, não é aquela mocinha indefesa que precisa de proteção o tempo todo (como a Chizuru de Hakuoki), mas também não é totalmente independente a ponto de assumir a rédea das coisas (como Aileen de Akuyaku Reijou Nanode Last Boss Wo Katte Mimashita ou Raeliana de Kanojo ga Koushaku-tei ni Itta Riyuu).

Final em aberto? Há algumas teorias sobre o último episódio do anime, mas a que eu acho que mais se encaixa é similar ao que acontece em Amnesia. Por ser inspirado em um otome game, existe mais de uma rota à espera de Akane. Cabe a mim e a você escolher qual ela deve seguir… 

Eu particularmente, gosto do Yasuaki e, em seguida, Yorihisa (apesar do discurso exagerado de “dou minha vida por você”), mas gostaria de ver a Akane com o Tenma. xD

Breve resumo da franquia

Harukanaru Toki no Naka De não traz nada de novo para o gênero. Aliás, eu diria até que o roteiro é bem genérico e força um pouco a barra quando mais de um personagem demonstra interesse pela Ryūjin no Miko (mesmo que a inspiração venha de um otome game). 

Além do anime com 26 episódios, há uma série de OVAs, especiais e um filme. É uma franquia que merece um post só para ela, mas vou resumir aqui um pouco do que você encontrará. Seguindo o anime, tem Harukanaru Toki no Naka De: Hachiyou Shou Specials (2005), uma série curtinha de oito episódios com pouco mais de 3 minutos cada, mostrando possíveis finais para Akane e seu interesse amoroso. 

Tem também os OVAs Harukanaru Toki no Naka De: Ajisai Yumegatari (2002) — uma versão alternativa bem confusa — e Harukanaru Toki no Naka De: Hachiyou Shou (2005) — histórias independentes com um tom mais divertido. Para fechar, o filme Harukanaru Toki no Naka De: Maihitoyo com um novo personagem.

Harukanaru Toki no Naka de 2 e 3

Agora vamos aos especiais no mesmo universo, mas com outras protagonistas. Harukanaru Toki no Naka De 2: Shiroki Ryuu no Miko (2003) é um OVA que se passa 100 anos após os acontecimentos de Harukanaru Toki no Naka De. Quem assume o papel principal de salvar Kyou é Takakura Karin. Assim como Akane, ela é convocada como a Ryūjin no Miko.

Por fim, temos Harukanaru Toki no Naka De 3, que se passa 100 anos após os acontecimentos de Harukanaru Toki no Naka De 2 e ganhou adaptação na forma de dois OVAs — Kurenai no Tsuki (2007) e Owarinaki Unmei (2010) — e um especial — Onsen Chibi (2008) —. A protagonista é a Hakuryū no Miko, Kasuga Nozomi. Essa terceira parte é a minha preferida pelo plot e pelos personagens.

Recomendo? Tenho minhas dúvidas. Harukanaru Toki no Naka De e Harukanaru Toki no Naka De 2 não são tão apelativas. Se quiser assistir, vá em frente, mas acredito que há outras obras similares mais atraentes para acompanhar. Fushigi Yuugi é uma delas, apesar da Miaka cansar um pouco, chamando pelo nome do Tamahome pra lá e pra cá. Harukanaru Toki no Naka De 3 é a melhor na minha opinião, mas apenas um trecho da história ganhou adaptação, o que pode frustrar.

* * *

Neste mês, consegui riscar alguns animes da minha lista enquanto acompanho as novidades que chegam no Japão. Apesar do mix de sentimentos em relação a Harukanaru Toki no Naka De, sinto um alívio por ter entendido a sequência dos acontecimentos e, enfim, cheguei ao último episódio do anime e todos os extras. Minhas maiores recomendações de agosto são Doukyonin wa Hiza, Tokidoki, Atama no Ue e Koi wa Ameagari no You ni pela animação, perspectiva e mensagem que trazem em suas narrativas. ˆˆ

Aproveito para deixar como recomendação o review do mangá de Fushigi Yuugi, que começa levinho até mergulhar em camadas mais profundas.

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