K-Drama

K-Dramas no #NoRadar: séries que acompanhei em julho

Enquanto acompanho as séries coreanas que começaram em junho, incluí alguns outros nomes para diminuir minha lista infinita de K-Dramas. Neste mês, além de finalizar See You in my 19th Life, vi meu primeiro web drama curtinho Kiss Goblin.

Aproveitando o tema, mergulhei em Goblin, um clássico que estava à minha espera há algum tempo já e finalmente consegui dar um check. Para encerrar os destaques de julho, também acompanhei Celebrity da Netflix. Vem comigo?

Celebrity

Terrivelmente escandaloso e brutalmente glamoroso. Com estreia na Netflix no dia 30 de junho, Celebrity (셀러브리티) já estava na minha lista para os últimos destaques. Quando vi que todos os 12 episódios foram disponibilizados de uma só vez, adiei e comecei a acompanhar agora em julho. Em poucas palavras, é um K-Drama sobre o lado negro da força do universo das celebridades do Instagram — os influencers. 

Para isso, Seo A-Ri (Park Gyu-Young) nos conta como foi sua trajetória da ascensão à fama até sua queda, revelando mentiras, facilitadores de outras influencers e um crime (até então oculto da sociedade). A história é mostrada em forma de flashbacks, entre idas e vindas no passado, enquanto alterna com trechos da transmissão de uma live no presente. Em alguns momentos, essa estrutura pode se tornar repetitiva.

Ainda sim, a cada episódio, tive muita vontade de maratonar para entender o mistério por trás da suposta morte da Seo A-Ri (Park Gyu-Young), enquanto ela relata o bônus e o ônus de viver como uma celebridade das mídias sociais. Mas precisei me contentar para ver aos poucos, sempre encaixando um episódio ou outro no meu tempo livre. 

Breve review

O roteiro é bem intrigante do início ao fim, despertando a curiosidade para saber o que acontece a seguir. No meio do caminho, Celebrity também nos leva a um conflito de emoções: empatia, repulsa, vontade de apoiar uns e denunciar outros, decepção pelo julgamento alheio e ânsia de causar uma boa impressão, fascínio e o sentimento de influenciar, bem como ser influenciado, além de questionamentos e reflexões.

Até que ponto as pessoas são capazes de chegar pela fama ou para encobrir acontecimentos que poderiam queimar a reputação de grandes nomes? Por que perder tempo desejando o fracasso dos outros ao invés de focar no sucesso que você já tem? 아이고, Gabin Society! Será que todos se corrompem pela vaidade e mantêm relacionamentos superficiais? 

No final, o mistério sobre a morte ou não da A-Ri é resolvido e a identidade da _bbbfamous é revelada, mas algumas pontas ficam soltas. Não vou entrar em detalhes para não deixar spoilers, mas senti falta de uma explicação ou outra para algumas situações. Pontos altos: atuação da Seo A-Ri (quase não reconheci de Romance is a Bonus Book), Kang Min-Hyuk (CNBLUE) como Han Jun Kyung ❤ e o cameo de Lee Junho (2PM) na cena final <3.

Kiss Goblin

Quando resolvi acompanhar três K-Dramas em tempo real — King the Land, See You in My 19th Life e Heartbeat — comecei a me perguntar se eu conseguiria ver mais alguma coisa em julho. Afinal, além das séries coreanas, também tem os animes, os lançamentos de K-Pop, mais toda a vida acontecendo fora do blog. Foi nesse momento de dúvidas que eu me deparei com um web drama curtinho: Kiss Goblin.

Kiss Goblin (키스요괴)​​ é uma série produzida para a web, que foi ao ar entre 28 de julho e 3 de setembro de 2020. K-Dramas tradicionais normalmente têm 16 episódios com uma média de 1 hora cada. No caso do web drama Kiss Goblin, são 12 episódios com pouco mais de 10 minutos de duração para cada um.

Em resumo, a trama segue o desejo do goblin Ban Sook (Bae In Hyuk) de se tornar humano. Para isso, ele precisa beijar dez humanos. Cada beijo representa uma emoção diferente (vazio, tristeza, alegria, compaixão, amor…) que o goblin precisa aprender a fim de realizar seu desejo. No meio de sua missão, ele conhece Yeon Ah (Jeon Hae Won) e, aos poucos, os dois se apaixonam.

Breve review

Kiss Goblin tem uma história fofinha, mas um pouco lenta (principalmente no início) até começar a engajar, o que não é muito bom. Afinal, os episódios são tão curtos. Embora a atuação seja bem razoável (o suficiente para entreter), algumas cenas ora deixam a desejar, ora parecem fora de contexto. Ao menos, mesmo que rápido, conseguimos ver o desenvolvimento dos protagonistas. Destaque para o quase robótico Ban Sook que muda no decorrer de cada episódio, conforme aprende mais sobre os sentimentos humanos.

No geral, Kiss Goblin é um web drama fofinho para passar o tempo se você busca por algo rápido (como foi o meu caso) e por uma história de amor sem maiores complicações. Embora o plot seja previsível, é agradável de assistir, principalmente da metade em diante (quando eu realmente me envolvi mais). 

O final traz aconchego, ainda mais com a mãozinha extra da Rainha Goblin, e uma pitada de tristeza (quem ver, entenderá), deixando apenas algumas pontas soltas, como um aprofundamento sobre sua relação com o Exorcista.

Goblin

Por algum motivo, ando curiosa para saber mais sobre goblins e como esses seres estão inseridos na cultura coreana. Por isso, aproveitei meu interesse e o embalo de Kiss Goblin para enfim riscar um clássico da minha lista de K-Dramas: Goblin (쓸쓸하고 찬란하神-도깨비). 

Quem gosta de acompanhar séries coreanas, certamente já ouviu falar de tristes histórias de amor marcadas por longas esperas e encontros tão curtos. De um lado, temos o goblin Kim Shin (Gong Yoo) e a noiva do goblin Ji Eun-Tak (Kim Go-Eun). Do outro, um dos casais mais carismáticos que eu já vi com o ceifador de almas sem nome (Lee Dong-Wook) e a misteriosa Sunny (Yoo In-Na). 

Com 16 episódios, o K-Drama foi ao ar pela tvN entre 2 de dezembro de 2016 e 21 de janeiro de 2017. Goblin tem um roteiro bem traiçoeiro, que coloca um sorriso no seu rosto, enquanto renova suas esperanças perdidas. Logo em seguida, leva às lágrimas e parte seu coração sem dó nem piedade ou qualquer aviso prévio. É de rir, chorar, passar raiva, vibrar com os momentos de fofura, torcer pelo romance, rir novamente e chorar litros, principalmente na reta final. Um abalo completo dos sentimentos. 

Apesar do tom trágico, Goblin também tem seus momentos divertidos com Yoo Deok-Hwa (Yook Sung-Jae), Joong-Heon, Sunny (<3) e o ceifador mais fofo que há (<3). Sem falar dos fantasmas, que acabam cumprindo um papel importante no decorrer da série (exceto por um deles que só atrapalha). A forma como a morte é retratada — tanto na sala com o chá do esquecimento e o ceifador guiando as almas quanto na escolha da Eun-Tak em prol de um propósito maior — aborda o tema com muita sensibilidade.

Destaques

Tem muitos pontos altos que fazem a série valer o seu tempo, apesar da montanha-russa de emoções e da sensação de sofrimento constante. A maior angústia a cada episódio: será que é agora que essa espada sai? Alguém para isso, por favor! *respira antes de continuar*

Ah! Tem tantas coisas em Goblin: 

  • Mensagens que fazem refletir, como a representação da vida em quatro ciclos: 1ª vida para plantar, 2ª vida para regar, 3ª vida para colher e 4ª vida para usufruir da colheita;
  • Personagens, suas interações e a forma como suas vidas se conectam;
  • Amizades inusitadas (도깨비 e 저승사자 <3) e o desenvolvimento dos romances;
  • Trilha sonora lindíssima, incluindo menções especiais a BTS e EXO na cena em que Park Joong-Heon (Kim Byung-Chul) dança; 
  • Frases marcantes como “algumas pessoas brilham mais tarde na vida” e “que nosso próximo encontro seja longo e a espera seja curta”.

Boa parte de Goblin foi marcada por encontros curtos e esperas longas, mostrando também que às vezes precisamos deixar ir. Bom seria, como disse a Sunny, que os encontros fossem longos e a espera não levasse tanto tempo. 

Maratonar ou ver aos poucos? Posso rir ou vou ter motivos para chorar em seguida? Posso relaxar agora ou algo mais vai acontecer? Entre tantos dilemas, cheguei ao último episódio com vontade de ver mais, ao mesmo tempo que queria terminar de uma vez. Acho que esse mix de emoções é o que o K-Drama provoca. Talvez, por isso, Goblin seja tão memorável e se tornou um clássico entre os dorameiros de plantão.

Bônus: See You in My 19th Life

See You in my 19th Life (이번 생도 잘 부탁해), baseado no webtoon de Lee Hye, chegou ao seu último episódio no dia 23 de julho. O relacionamento entre Ban Ji-Eum (Shin Hye-Sun) e Mun Seo-Ha (Ahn Bo-Hyun) se desenvolve bem, sem aquele ciclo tóxico que costuma atrapalhar o casal principal. A personalidade da Ji-Eum é tão divertida por sua coragem, ousadia e experiências de todas as vidas anteriores, que deixa a série mais leve. E também é legal acompanhar o crescimento do Seo-Ha com a influência de Ji-Eum na sua vida.

No entanto, meu casal preferido não é o formado pelos protagonistas, mas pela dupla Yoon Cho-Won (Ha Yoon-kyung) e Ha Do-Yoon (Ahn Dong-Goo). É uma pena a forma como o relacionamento deles é retratado no final. Além de acelerado, achei algumas cenas bem superficiais, soltas ou fora de contexto. 

Essa também é a minha impressão de See You in my 19th Life após 12 episódios. A série começa leve, despertando a curiosidade sobre temas como vidas passadas e reencarnação, além da forma como as pessoas lidam com traumas, perdas e a decisão de seguir em frente. No meio do caminho, começa a ficar misteriosa com a aparição de Kang Min-Gi (Lee Chae-Min) e sua relação com a 1ª vida da Ji-Eum. Na reta final, é tanta tensão que a série perde um pouco a leveza com a inclusão de novos elementos.

Acompanhar ou não?

Vale a pena acompanhar See You in my 19th Life? Ji-Eum é divertida com seu jeito direto, tanto quando adulta como quando ainda criança (interpretada por Park So-Yi). Kim Ae-Gyeong (Cha Chung-Hwa) também, sempre lembro dela quando ouço 삼촌! No final, fica o sentimento de uma lacuna que faltou ser preenchida. Talvez se tivesse os tradicionais 16 episódios, isso seria resolvido, mas, mesmo assim, recomendo.

* * *

Chegamos ao fim dos destaques de K-Dramas de julho. Finalmente, consegui tirar Goblin da minha lista (e agora me pergunto por que demorei tanto ˆˆ’) e ainda conheci meu primeiro web drama. Foi uma experiência diferente. Vamos ver se encaixo mais algum nos próximos meses. Tanto Celebrity como See You in my 19th Life valeram acompanhar, mas deixaram um vazio no final. O que será que faltou? Enquanto tento encontrar a resposta, deixo Goblin como minha maior recomendação do mês.

E se você gosta de músicas coreanas, além das séries, dá uma olhada nos lançamentos de K-Pop de julho para adicionar a sua playlist.

Deixe um comentário