K-Pop · Música

Aespa entra em clima “Savage” com primeiro álbum do grupo desde o debut

Álbum "Savage" do girl group aespa no k-pop

Em novembro de 2020, quase um ano atrás, aespa fez o seu debut com a proposta de revolucionar o k-pop, incorporando novas integrantes ao grupo por meio do uso de AI. Mesmo com a tecnologia de Inteligência Artificial, os avatares de Karina, Winter, Ningning e Giselle ainda aparecem sem destaque, em teasers e um ou outro take no MV de “Savage” — titletrack que dá nome ao primeiro miniálbum das meninas.

Neste post, eu vou mostrar um pouco dos bastidores, além da trilha dos teasers até o lançamento do álbum nesta terça-feira, 5. Também voi compartilhar as minhas primeiras impressões sobre o disco. Então, boa leitura! 

Aespa faz comeback com visual ainda mais futurista

Depois do debut com “Black Mamba”, aespa lançou dois singles — “Forever” e “Next Level”. Enquanto o primeiro é um remake da balada originalmente cantada por Yoo Young-jin, o segundo faz parte do soundtrack do longa Velozes e Furiosos (com nova roupagem, letras em coreano e boas performances nos catálogos musicais).

Desde então, quase um ano se passou e finalmente temos a chance de acompanhar o comeback com o primeiro miniálbum do grupo.

“Savage” foi anunciado em setembro deste ano, incluindo a faixa-tíludo que dá nome ao álbum e mais cinco músicas: “aenergy”, “I’ll Make You Cry”, “YEPPI YEPPI”, “ICONIC” e “Lucid Dream”.

O primeiro teaser revelou o nome do disco, além de uma estética futurística, toda trabalhada na arte dos efeitos visuais. 

Até o final do mês, uma série de fotos individuais e do grupo trouxeram um pouco do conceito do que esperar para o álbum “Savage”. Depois foi a vez de pequenos teasers em vídeo com Karina, Ningning, Winter e Giselle, cheios de efeitos visuais, seguindo uma estética que mescla tecnologia e futuro. Veio também a tracklist, fotos das integrantes reais com seus avatares e o último teaser em vídeo com spoilers.

Bastidores 

"I think [people] are listening to our music or watching our performances because they’re curious about metaverse and avatars, which haven’t been around before..." 

No dia do lançamento, as meninas participaram de uma coletiva de imprensa e falaram um pouco mais sobre o primeiro álbum do aespa. “Savage” já tinha passado a marca de 400 mil vendas no período de pré-venda. Para Winter, o interesse das pessoas vem principalmente da curiosidade pelo universo de KWANGYA e a mistura do mundo real com o virtual, com integrantes reais e avatares.

"We tried to show our worldview and SMCU (SM Culture Universe) in a variety of ways by using things like animation, avatar, and motion graphics. In order to express the unique worldview more intensely, we applied the metaverse genre. By using CGs (computer graphics) and equipment, it allows viewers to immerse themselves [into the story] more".

Giselle lembra que “Savage” mantém a história que começou com “Black Mamba” e a luta contra o vilão que quer destruir o universo de KWANGYA, além da conexão das meninas com seus avatares. Karina conta que todo o trabalho em torno da música ganha destaque com recursos de animação, motion graphics e CG. A ideia é enfatizar a sensação de mergulhar na história que o aespa quer contar.

Aniversário de debut 

Em novembro, o grupo celebra um ano desde o debut oficial. Karina, Winter, Ningning e Giselle aproveitaram a coletiva para falar da sensação de pisar no palco pela primeira vez e também sobre o que querem alcançar juntas. Para Ningning, nem parece que faz quase um ano desde que “Black Mamba” foi lançada. Além disso, estar diante das câmeras causava um sentimento de estranhamento, algo que se tornou natural com o passar do tempo.

Com uma bagagem um pouco maior, o grupo quer disseminar o universo de KWANGYA pelo mundo e mostrar diferentes estilos de músicas. Em troca, as meninas esperam corresponder e ouvir do público: “It’s what I expected from aespa”.

Impressões sobre o 1º álbum do aespa: “Savage” 

Ningning, Karina, Winter e Giselle em divulgação do álbum "Savage" do girl group aespa no k-pop

Quando aespa fez sua estreia como grupo, eu fiquei ansiosa e criei altas expectativas. Afinal, um grupo com integrantes reais e virtuais parecia promissor. “Black Mamba” não me conquistou de primeira. Depois veio “Forever” e “Next Level”. A balada não me surpreendeu tanto, até por ser um remake. Já “Next Level” dividiu a minha opinião. Gostei bastante da potência do novo arranjo musical, mas a quebra no meio da música (dando a sensação de suas músicas diferentes em uma) deixou o tom experimental demais para o meu gosto.

Ao ouvir “Savage” pela primeira vez, resolvi escrever este review. Embora o som ainda tenha traços experimentais, a melodia me atraiu mais do que os trabalhos anteriores. É diferente, mas ao mesmo tempo me lembra um pouco “Pretty Savage” do Blackpink, que eu gosto bastante (até mais do que “Lovesick Girls”). 

“Savage” 

“Savage” é um pop trap — uma mistura de pop com batidas de hip hop e a produção de música eletrônica. E tem ainda efeitos que lembram games. O som mescla o rap (um pouco mais voltado para o cantar falado, popular no k-pop) de Karina e Giselle com os vocais intensos de Winter e Ningning. Já falei aqui o quanto eu gosto da voz da Ningning, né? A composição é de Kirsten Collins, Hautboi Rich, Jia Lih e Yoo Young Jin, que também escreveu a letra.

"See? I'm a little savage
I block your regenerative power
I distract you, I leave you out
Don't forget, this is KWANGYA
I control your time and space
Make it, break it"

A letra, aliás, é uma sequência da história que começou a ser contada em “Black Mamba”. Se no debut de aespa, a música nos apresentou o vilão Black Mamba e o universo de KWANGYA, “Savage” se aprofunda na batalha contra o mal. As meninas contam com a ajuda do sistema “naevis” para se conectarem aos seus avatares. 

O som experimental presente na maior parte das músicas do grupo, incluindo boa parte da tracklist (que eu vou trazer mais à frente), mostra um toque de ousadia da SM Entertainment. Além de aproveitar o uso da tecnologia e movimentos de câmera, a postura pode ser uma manobra para tentar replicar o sucesso de Blackpink. Sem contar que “Savage” lembra muito a sonoridade do grupo da YG, não apenas “Pretty Savage”, mas também “How You Like That”, “Crazy Over You”, entre outras. E “Mafia in the Morning” do Itzy.

MV de “Savage”

Como não poderia deixar de ser, o MV de “Savage” vem para encher os olhos, usando e abusando de recursos visuais, looks poderosos e uma coreografia, no mínimo, interessante. Eu, particularmente, gosto mais da dança aqui do que em “Black Mamba”. De olho na facilidade e no sucesso dos passos em “Next Level”, aespa tentou usar a mesma lógica em “Savage”, com movimentos simples e relativamente fáceis de copiar.

A estética visual segue o que vimos em clipes anteriores e também lembra muito o cenário de um jogo, o que combina com os efeitos sonoros inseridos na melodia. Enquanto dançam, Ningning, Winter, Karina e Giselle trocam olhares intensos com a câmera, como se ela fosse o vilão Black Mamba.

Performance de “Savage”

Além do MV, aespa compartilhou um vídeo em seu canal oficial no YouTube com a coreografia completa. Com o nome de Camerawork for Creators, elas dançam ao som de “Savage” enquanto a câmera acompanha cada movimento com um ângulo único. Vale a pena conferir. 

Outras músicas da tracklist 

Girl group aespa, Karina, Giselle, Winter e Ningning com seus avatares em cena do MV de "Savage" do  no k-pop

Nem “Forever, nem “Next Level” entram no álbum do aespa. “Além da titletrack “Savage”, o disco inclui cinco músicas inéditas. Todas têm uma sonoridade bem similar, formando uma unidade consistente. “aenergy”, “I’ll Make you Cry” e “ICONIC” chamaram a minha atenção. 

"We're the aespa"

O primeiro destaque traz o nome delas no meio da letra (e o papel de cada uma dentro do universo de KWANGYA) e tem uma batida cativante, com o poderoso vocal da Winter no fundo. Com uma vibe sonora similar, o segundo destaque passou pelas mãos de Kenzie — mesmo nome por trás de “Bad Love”, que dá nome ao mais recente álbum de Key (SHINee) — além de Kirsten Collins, Hautboi Rich, Brandon Green e Timothy Bos Bullock. Já “ICONIC” tem um início que não me agrada muito, mas a música cresce, ganha força e me conquista. 

“YEPPI YEPPI” segue um arranjo um pouco diferente das três que eu destaquei. Tem uma vibe mais astral, puxando mais para o lado do k-pop chiclete. E para fechar o álbum, “Lucid Dream” é um R&B mais suave. Embora não esteja entre as minhas músicas preferidas, é uma boa escolha para encerrar o disco.

Enfim, aespa lançou o seu primeiro álbum e, por ser o primeiro do grupo, gostei do que ouvi. “Savage”, assim como as outras faixas, podem não agradar no play, mas elas têm potencial de crescer no replay e entrar na sua playlist. Foi assim comigo! A primeira vez que ouvi “Savage”, a música chamou a minha atenção. Então, coloquei no replay, incluindo o restante da tracklist, e comecei a gostar. O visual é um espetáculo à parte, bem como os efeitos e looks. E o disco está indo bem nas paradas musicais de acordo com o site da SM, alcançando o topo em 17 países (inclusive o Brasil). Agora só falta ver uma interação maior com as integrantes virtuais nos programas coreanos. Afinal, é um dos maiores diferenciais do aespa. 

Já ouviu o primeiro álbum do aespa? Se ainda não teve a chance ou quer ouvir de novo, ouça todas as músicas no Spotify!

Deixe um comentário