
No último post de viagem para Campos do Jordão, eu compartilhei dicas para visitar o Amantikir e os seus lindos jardins. No mesmo dia do roteiro, é possível encaixar mais alguns passeios. Um deles é um complexo formado por diversas quedas d’água artificiais no meio da natureza, que recebeu o nome de Ducha de Prata. Fica a pouco mais de 20 minutos do parque e a 5 minutos da Vila Capivari (de carro).
No caminho até lá, você pode fazer um desvio para conhecer o Mosteiro São João e o Palácio Boa Vista. As duas atrações ficam no caminho entre o Amantikir e a cachoeira Ducha de Prata. É uma boa forma de otimizar o seu tempo em Campos. Então, vamos para a próxima parada da viagem? Coloque o cinto e vem comigo!
Ducha de Prata: um lugar para explorar pequenas trilhas e tirar fotos

Após passar uma manhã pelos jardins do Amantikir, aproveite o restante do dia para explorar a Ducha de Prata. Em meio à natureza da Serra da Mantiqueira — com muitas árvores e aquele clima fresquinho da paisagem verde — a cachoeira é composta por diversas quedas d’água que foram construídas de forma artificial.
Entre passarelas, pontes e pequenas trilhas em meio às pedras, você pode tirar fotos dos mais diferentes ângulos enquanto aproveita o passeio — e o visual. O som predominante é o do movimento das águas e também dos pássaros cantando. Parece um refúgio no meio da natureza exuberante de Campos do Jordão.
Na entrada da Ducha de Prata, tem várias lojinhas de souvenir, artesanato, produtos locais, chocolates e malhas com preços mais acessíveis, além de lanchonetes. Foi onde eu comprei a minha lembrancinha da cidade mais alta do Brasil.
Aliás, se no Amantikir o ingresso é pago, na Ducha de Prata a entrada é gratuita. Então, você pode compensar as finanças da viagem ao equilibrar os dois passeios no mesmo dia.
Por que a cachoeira é artificial?




De acordo com o que contam por aí, o que hoje conhecemos como um complexo turístico aberto ao público foi construído nos anos 80. Com o boom de turistas em Campos do Jordão na época — em especial da elite paulistana durante o verão — as quedas d’água artificiais serviam de balneário para os hóspedes da antiga Pensão Inglesa.
Com águas da bacia hidrográfica do Ribeirão das Perdizes, o complexo ganhou passarelas que passam por toda a área verde ao redor e também sobre as quedas d’água. Dessa forma, pequenas trilhas se formaram pela Ducha de Prata, onde os turistas podem vê-la de diferentes ângulos e registrar cada momento com belas fotos. Alguns, inclusive, fazem atividades como tirolesa e arvorismo, bem perto das copas das araucárias.
A Ducha de Prata é mantida por uma cooperativa de lojistas e artesãos, que zelam pela sustentabilidade da cachoeira. Quando os visitantes fazem compras em uma das lojas participantes, também ajudam a fomentar o comércio local.
Como chegar até a Ducha de Prata?

Você pode chegar até ela de carro ou com o Trenzinho da Montanha, que sai da Vila Capivari. Para quem escolhe a primeira opção, tem a liberdade de ficar o tempo que quiser. Já quem vai pelo passeio, ganha cerca de 15 minutos para conhecer a Ducha de Prata. Parece pouco? Eu achei na época, mas deu tempo de fazer tudo: tirar fotos de vários ângulos, percorrer as trilhas, apreciar a natureza e ainda comprar souvenir.
Tudo vai depender do tempo que você tem no seu roteiro de viagem. Se estiver corrido e quiser tentar algo diferente, pode fazer o passeio de trem. Escolhi a segunda opção para conhecer os bairros de Campos do Jordão e ouvir curiosidades do guia. Para a Ducha de Prata, valeu a pena, mas não faria de novo. Se eu fosse voltar lá, iria de carro.
Outros lugares para incluir no roteiro
Seguindo a sugestão de roteiro que compartilhei aqui, sobra espaço para incluir mais alguns passeios no mesmo dia. Mas você também pode distribuí-los em outras datas, dependendo da extensão da sua viagem para Campos do Jordão.
O Mosteiro São João e o Palácio Boa Vista ficam no caminho entre o Amantikir e a Ducha de Prata. É preciso fazer um pequeno desvio no cruzamento do Mercado Municipal para conhecer os dois, que ficam no mesmo trajeto (Avenida Adhemar Pereira de Barros). O mosteiro vem primeiro e, depois de uma subida, a residência oficial do governador.
Cantos gregorianos no Mosteiro São João




O Mosteiro São João é um lugar de paz para descansar, apreciar a arquitetura, tirar fotos ou até mesmo meditar. A tranquilidade é tanta que a mente se sente imediatamente acolhida pelo silêncio. A comunidade monástica fica em meio a um bosque recluso, cercado por araucárias, um jardim bem-cuidado, canteiros floridos, uma gruta e um pequeno chafariz.
É lá que vivem as monjas beneditinas, que fazem parte da mais antiga ordem religiosa — Ordem de São Bento — do ocidente. Se estiver por lá por volta das 17h45, faça uma pausa na Capela de São João Batista para ouvir um recital de cantos gregorianos apresentado pelas irmãs beneditinas. São orações cantadas quase que de forma artística.
Também há uma lojinha com trabalhos artesanais e artigos religiosos, além de pães, bolos, biscoitos e geleias, entre outros quitutes produzidos pelas monjas.
Obras de arte e vista do Palácio da Boa Vista

Ao sair, siga na mesma rua em direção à subida para chegar ao Palácio Boa Vista — residência oficial do governador de São Paulo. Antes da pandemia, o local era aberto ao público para visitas guiadas e gratuitas. Hoje, inclusive na época da minha viagem (em janeiro), o palácio está permanentemente fechado. De qualquer forma, indico a subida para tirar uma foto da fachada, mesmo que de longe, e do visual ao redor.
O Palácio da Boa Vista foi construído entre os anos de 1938 e 1964 — ano em que foi inaugurado pelo então governador Adhemar Barros. Sua arquitetura lembra os prédios históricos europeus, seja de palácios ou de museus. Já as torres remetem ao período medieval. A imponente construção fica em uma área de quase 3 mil m², rodeada por jardins e uma vista de tirar o fôlego.
Seus 105 aposentos, divididos em 35 ambientes, abrigam mais de 1,8 mil obras de arte, incluindo obras de Tarsila do Amaral, tapeçarias, prataria, entre outros itens valiosos de grande valor histórico e artístico. Na década de 70, o Palácio da Boa Vista foi aberto à visitação.
Cachoeira Véu da Noiva e Corredeiras do Fojo





Para fechar, resolvi incluir mais duas paradas, mas não sei bem se ambas podem ser chamadas assim. Você já vai entender o porquê! Vamos começar pela Cachoeira Véu da Noiva. Antes de visitar, encontrei poucas informações, mas arrisquei. Quase não há referências sobre ela na web. Em Poços de Caldas, tem uma atração turística com o mesmo nome. Por isso, quis conhecer.
Fica a cerca de 6 minutos de carro da Vila Capivari. Pela proximidade, parecia valer a pena ir até ela. A Cachoeira Véu da Noiva de Campos do Jordão tem um acesso bem ruim, em estrada de terra, utilizada para passeios a cavalo. Em dias de chuva, é bem lamacento. Além disso, a estrutura turística se resume a uma pequena lojinha e a um restaurante.
Nada de estacionamento ou qualquer tipo de investimento para atrair turistas. É bem rústico! Eu fui mais pela curiosidade e por uma referência da minha cidade natal. Está pensando em incluir no seu roteiro? Não recomendo, mas deixo a decisão para você.
Pequeno córrego


Além dela, enquanto passeava de carro pelas ruas de Campos do Jordão vi placas indicando o caminho até as Corredeiras do Fojo. já que eu estava por ali, por que não? A “atração” fica escondida após a entrada em um condomínio e passa, mais uma vez, por uma estrada de terra. Ao lado da placa com o seu nome, há uma escada que leva até um pequeno córrego.
É bem pequena, bonitinha, mas não sei se podemos dizer que é uma “atração”. Não vale se deslocar até ela, a não ser que esteja no seu caminho, assim como aconteceu comigo.
Dessa vez, todas as sugestões para o seu roteiro de viagem em Campos do Jordão incluem passeios rápidos. O que mais toma o tempo é o deslocamento entre elas. Tanto a Ducha de Prata como o Mosteiro São João podem ser paradas obrigatórias. Eu incluiria o Palácio da Boa Vista se estivesse aberto, mas fica a dica para curtir o visual e ver a imponente fachada de perto. Se quiser um pouco de aventura, pode tentar as duas últimas opções da lista, mas já aviso para não criar expectativas.
Gostou das sugestões? Se quiser mais dicas de passeios pela Serra da Mantiqueira, não deixe de visitar Águas da Prata, no interior de São Paulo também!