Em meio à Serra da Mantiqueira, Campos do Jordão é um dos destinos mais famosos quando as temperaturas baixam por aqui. Além daquele friozinho gostoso e o clima aconchegante de montanha, a cidade mais alta do Brasil — a 1.628 metros de altitude — tem um charme único. Não é à toa que também é conhecida como a Suíça brasileira.
Seja pela arquitetura alpina tipicamente europeia, a paisagem verde das araucárias e das árvores de plátanos ou o colorido das hortênsias, o destino no interior de São Paulo é cheio de encantos. Campos reúne as belezas naturais de Gramado (serra gaúcha) e aquele estilo de vida paulistano — agitado, prático e com toda a comodidade para receber turistas (o ano todo) e atender moradores.
A cidade estava na minha lista de viagens há muito tempo e, enfim, consegui tirá-la do papel. Preparei roteiros de 1, 2 e 3 dias com base nos lugares que visitei. Quer saber o que fazer em Campos do Jordão? Última chamada para o embarque! Vem!
Onde fica Campos do Jordão?
Assim como Águas da Prata, Campos do Jordão também fica no interior de São Paulo, a cerca de 173 quilômetros da capital paulista (o que dá pouco mais de 2 horas de viagem). Fica a pouco mais de 4 horas de Poços de Caldas (MG) e a cerca de 3 horas de Monte Verde (MG), dependendo do trajeto o tempo pode aumentar um pouco pelas curvas.
A 1.628 metros de altitude, é considerada a cidade mais alta do Brasil. De acordo com dados do IBGE, Campos tem 52.405 habitantes (censo 2020). O acesso pode ser feito tanto pela SP-050 como pela SP-123 (Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro).
A primeira rodovia é uma subida cheia de curvas e bem cansativa, enquanto a segunda é mais plana, tranquila e leva até o pórtico da cidade. Conheci os dois caminhos, já que cheguei pela SP-050 e voltei para Santa Catarina pela SP-123.
Quando visitar Campos do Jordão?
Assim como em outras regiões serranas — Monte Verde, Gramado e Canela, São Joaquim — o ápice do turismo em Campos do Jordão é quando as temperaturas baixam. No inverno, os termômetros podem chegar na casa dos 5ºC, transformando o clima na mesma vibe que você encontra nas cidades europeias. Em épocas normais, junho e julho são os meses mais movimentados, mas o destino pode (e deve) ser visitado o ano todo.
Eu estive em Campos no início do ano, mês de janeiro, em pleno verão. As temperaturas são mais amenas — em torno de 24ºC — e chove muito. Tive que levar a sombrinha da pousada de um lado para o outro, mas não deixei de aproveitar nada. A chuva deu até um charme extra para a cidade. Tinha bastante gente pela época (baixa temporada e pandemia), diferente de Monte Verde, onde o turismo pareceu bem mais tímido dadas as circunstâncias.
O que fazer em Campos do Jordão?
A cidade mais alta do Brasil não é tão grande, mas os passeios em Campos do Jordão podem ser relativamente afastados. Você chega em alguns lugares a pé, dependendo de onde for a sua hospedagem, enquanto outras atrações turísticas precisam de carro.
Inicialmente, reservei duas noites e depois resolvi esticar mais uma diária para aproveitar o clima aconchegante da região serrana paulista. Um dia é pouco para conhecer tudo. Dois dias bem planejados podem dar conta do recado. Já três dias a uma semana é suficiente para explorar a cidade de ponta a ponta. Se tiver tempo, fique o máximo que puder. O meu roteiro de viagem ficou assim:
- 1 dia: Vila Capivari e Morro do Elefante;
- 2 dias: Parque Amantikir, Ducha de Prata, Mosteiro São João e Palácio da Boa Vista;
- 3 dias: Pico do Itapeva e Fábrica de Chocolates Araucária.
Se quiser saber o que fazer em Campos do Jordão, continue a bordo para conhecer mais sobre os pontos turísticos que eu destaquei nas sugestões de roteiros para 1, 2 e 3 dias (ou mais).
Caminhe pelas ruas da badalada Vila Capivari
Um dos passeios mais gostosos e icônicos da Suíça brasileira é bater perna no famoso centrinho turístico da Vila Capivari. Cercada por fachadas tipicamente europeias e belas árvores de plátanos, a região concentra lojas (chocolates, malhas e artigos de inverno), restaurantes, bares e cafés. Vale a pena visitar de dia e à noite.
Durante o dia, os olhos voltam toda a atenção para as lojas e a decoração natalina — que ainda enfeitava a cidade em janeiro. À noite, os holofotes passam pela disputa por uma mesa em um dos bares e restaurantes badalados da área. É de lá que saem os passeios de trenzinho, o teleférico para o Morro do Elefante e o clássico bondinho.
Experimente pratos veganos no Restaurante Alquimia
Para os vegetarianos (como eu) e veganos, a pedida é passar pelo Hotel Serra da Estrela na Vila Capivari. Para os hóspedes, a acomodação oferece um café da manhã vegano. Já para quem vem de fora, tem o Restaurante Alquimia com um cardápio inteiramente vegano para almoço e jantar. Em outro post, vou contar como foi a minha experiência.
Aprecie a incrível vista do Morro do Elefante
Além da charmosa Vila Capivari, vale a pena subir até o Morro do Elefante para ter uma vista panorâmica de Campos do Jordão. Há três formas de chegar ao topo: a pé (se estiver em um hotel próximo), de carro ou pelo teleférico.
O mirante fica a uma altura de 1.800 metros, de onde é possível ver a Vila Capivari, o lago com pedalinhos, várias casas no estilo europeu e muitas araucárias. O visual me lembrou o mini mundo de Gramado, tudo fofinho com aquela arquitetura típica que faz bem aos olhos. Se tiver um tempinho extra, passe pelo Parque dos Elefantes.
Visite os encantadores jardins do Amantikir
Se a arquitetura de Campos já encanta, imagine um lugar cheio de paisagismo inspirado em composições japonesas, francesas, inglesas, alemãs, entre outras. Essa é a proposta do Amantikir. Além de um labirinto natural e mirantes, o parque tem 28 jardins com 700 espécies de flores e plantas de várias partes do mundo. Reserve ao menos uma manhã para ele!
Explore os caminhos da Ducha de Prata
Após uma manhã dedicada aos jardins, aproveite a tarde para explorar as trilhas em meio à natureza da Ducha de Prata. Ela é composta por diversas quedas d’água artificiais, que rendem belas fotos de diferentes ângulos. Você pode chegar até ela de carro ou com o trenzinho que sai da Vila Capivari. Ao seu redor, há lojinhas de artesanatos e algumas lanchonetes.
Ouça cantos gregorianos no Mosteiro São João
Estique o passeio até o Mosteiro São João, um lugar de paz para descansar, apreciar a arquitetura e tirar fotos. Se estiver por lá por volta das 17h45, faça uma pausa para ouvir um recital de cantos gregorianos apresentado pelas irmãs beneditinas. Ao sair, siga na mesma rua em direção à subida para chegar ao Palácio Boa Vista — residência oficial do governador.
Alcance as nuvens com o Pico do Itapeva
Com mais tempo, pegue a rodovia em direção a Pindamonhangaba. No meio do caminho, você pode entrar no Parque do Pico do Itapeva (atração paga), onde há um enorme deque de madeira e uma vista privilegiada da Serra da Mantiqueira, além de um campo de lavandas.
Mais à frente, há um lugar na estrada mesmo cheio de barraquinhas e carros estacionados. De lá, é possível observar um visual de tirar o fôlego, como se você estivesse ao alcance das nuvens. Diz a lenda que em dias claros dá para ver até a Basílica de Aparecida, além de outras cidades paulistas do Vale do Paraíba. E o melhor de tudo, é de graça!
Faça uma parada na fábrica de chocolates Araucária
Para quem chega pela Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, a fábrica de chocolates Araucária fica bem perto do pórtico de entrada da cidade. Além de compras e degustação de chocolates, você pode visitar um pequeno museu no andar de cima da loja. De todos os chocolates que eu provei, foi um dos meus preferidos. Se estiver por perto ou tiver um tempinho extra, conheça!
Por tempo, escolha ou perfil, eu deixei algumas atrações turísticas de fora do roteiro de viagem para Campos do Jordão. Entre elas, o Museu Felícia Leirner, o Horto Florestal, o Tarundu para quem gosta de aventuras e a Fazendinha Toriba (indicada para passeios em família com crianças). Sem contar as trilhas, já que exigem tempo e boas condições climáticas.
Campos do Jordão é um daqueles destinos que te deixa com vontade de voltar. Seja pelo charme da arquitetura típica, o visual das araucárias, plátanos e hortênsias ou os diversos passeios disponíveis, motivos não faltam para incluir a cidade no roteiro de viagem. Em pleno verão, dá para se deliciar com um fondue de chocolate, usar cachecol e curtir o clima de serra. Além disso, a cidade tem uma ampla rede hoteleira, com opções para todos os gostos e bolsos. Assim, fica difícil resistir, né?
Se estiver pelos arredores da Serra da Mantiqueira, aproveite para esticar até o pequeno distrito de Monte Verde. É no interior de Minas Gerais, mas bem pertinho! E fique de olho nos próximos posts de viagem. Vou compartilhar em detalhes cada passeio!
Hasta La Tour 