Se eu tivesse que apontar o clássico mor da minha lista de mangás clássicos, Saint Seiya seria, sem dúvidas, o candidato número 1 ao título. Conheço muita gente que leu a obra, viu e reviu o anime, mesmo sem gostar da cultura japonesa, como eu e você. Os Cavaleiros do Zodíaco marcaram — e ainda marcam — gerações. Não apenas a infância, mas gerações inteiras. Eu até já perdi as contas de quantas adaptações Seiya, Shiryu, Shun, Hyoga e Ikki ganharam vida nas páginas de um mangá ou nas telas da TV/computador. Vamos relembrar o maior clássico de todos os tempos? Prepare-se para elevar o seu cosmo!
O que você precisa saber sobre os Cavaleiros do Zodíaco?

O mangá Saint Seiya foi escrito e ilustrado por Masami Kurumada, lançado pela editora Shueisha e publicado nas páginas da revista Weekly Shōnen Jump entre os anos de 1985 e 1990. No Japão, a obra ganhou 28 volumes, com uma média de 200 páginas para cada um. Originalmente, a série foi dividida em quatro sagas:
- Santuário;
- Blue Warriors;
- Poseidon;
- Hades.
Sem contar os outros mangás que vieram depois: Episode G, Next Dimension, The Lost Canvas e Saintia Sho. Desde o seu lançamento, a obra foi reimpressa diversas vezes. Aqui no Brasil, Saint Seiya recebeu o nome de Cavaleiros do Zodíaco e foi licenciado primeiro pela Conrad no ano 2000 e, posteriormente, pela editora JBC em 2012, seguindo o formato tankobon com 200 páginas cada. Uma edição de luxo (kanzeban), em comemoração aos 30 anos dos defensores de Atena, foi lançada em 2005, com 22 volumes e páginas coloridas.
Resumo
Com o Santuário da Deusa da Guerra, Atena, ameaçado por forças do mal, a terra também pode sucumbir a qualquer momento. E os únicos que podem salvá-la são os lendários Cavaleiros do Zodíaco. Depois de passar por treinamentos em diversas partes do mundo, cinco jovens corajosos são reunidos na Guerra Galáctica para vestir a armadura sagrada de suas constelações, defender o Santuário e restabelecer a paz. Mas esta é apenas parte da história…
Por que ler o mangá Saint Seiya?





“Saint Seiya! Pegasus, até vencer…” Foi só ler o nome do mangá em voz alta que veio a música toda de abertura do anime na minha cabeça. Aposto que também aconteceu com você que, assim como eu, acompanhou a série de Masami Kurumada em seus primórdios. Não há dúvidas de que Saint Seiya é um dos maiores clássicos dos clássicos. Isso porque até mesmo quem não conhece ou não gosta de mangás e animes, já ouviu falar nos Cavaleiros do Zodíaco e as batalhas no Santuário, acompanhou a saga para salvar Atena e se tornou fã da série.
O que não falta é adaptação em OVA (Original Video Animation), ONA (Original Net Animation), filmes e outras séries com diversas histórias extras. Quem foi criança ou adolescente nos anos 90, deve ter gastado as fitas de VHS de tanto assistir e repetir Saint Seiya, né? Sei bem como é, eu estava lá também. Assim que chegou ao Brasil, anime e mangá viraram febre e transformaram o trabalho de Masami Kurumada em uma verdadeira obra-prima.
Santuário


A trama principal, ambientada no Santuário, é baseada na saga dos cinco Cavaleiros de Bronze — Cavaleiro de Pégasus (Seiya), Cavaleiro de Dragão (Shiryu), Cavaleiro de Cisne (Hyoga), Cavaleiro de Andrômeda (Shun) e Cavaleiro de Fênix (Ikki) — que renascem para proteger a reencarnação da deusa Atena (Kido Saori). Para isso, eles devem passar pelas 12 casas do zodíaco, enquanto despertam o sétimo sentido. Afinal, os desafios que os aguardam estão longe de serem fáceis.
Seus inimigos são os temidos Cavaleiros de Ouro, que sob influência do Mestre do Santuário, tentam barrar o avanço dos Cavaleiros de Bronze pelas 12 casas do zodíaco. Para mim, essa é a parte mais clássica de todas e também a minha recomendação para começar a sua saga pelo universo de Saint Seiya, caso ainda não conheça. Depois vem Poseidon, Hades e outras adaptações paralelas, mas nenhuma supera a primeira.



Um dos pontos altos é a inclusão da mitologia grega no enredo e a representação das constelações por meio dos cavaleiros. Por isso, para atingir o ápice de seus poderes, eles precisam elevar o seu cosmo ao máximo. “Faça elevar o cosmo no seu coração…” E a música já dizia! O Cavaleiro de Pégaso, Seiya, é quem lidera os demais guerreiros no resgate a Atena e também um dos que mais apanha nas cenas de ação (e não são poucas), repletas de lutas memoráveis.
Blue Warriors
Blue Warriors — Guerreiros Azuis ou Guerreiros do Gelo — apresenta uma história bem curtinha e traz o Cavaleiro de Cisne (Hyoga) como protagonista. Não é propriamente um mangá à parte, já que faz parte da obra do Santuário. Toda a trama é contada no volume 13 (edição japonesa) ou 22 (edição brasileira licenciada pela Conrad). Alguns elementos foram incorporados à saga de Asgard, na adaptação para anime.
Poseidon

Depois de enfrentar os cavaleiros de ouro e o mestre do Santuário, um novo desafio surge diante de Seiya, Shun, Hyoga, Shiryu e Ikki. dessa vez, o vilão é ninguém mais, ninguém menos do que o deus do mar, Poseidon. No final da saga de Asgard, Atena é levada por uma onda gigantesca e se torna prisioneira de Poseidon, enquanto uma série de eventos catastróficos começa a abalar o mundo.
Hades

No mangá, a saga de Hades corresponde ao capítulo final das inúmeras batalhas, que começaram no Santuário de Atena e passaram pelo Inferno até chegar aos Campos Elíseos (conhecido como o mundo dos mortos, sob o domínio de Hades). Já no anime, a adaptação demorou a chegar, o que dá a entender que Hades traz uma história independente quando, na verdade, é uma continuação da era clássica de Cavaleiros do Zodíaco.
Outros mangás que transitam pelo universo de Saint Seiya
Além das quatro sagas da fase mais clássica, Saint Seiya ganhou histórias paralelas na forma de novos mangás. A primeira delas, Saint Seiya: Episode G, veio em 2002. Embora a publicação tenha vindo anos após a obra original, a trama acontece 13 alguns anos antes e traz o Cavaleiro de Ouro de Leão (Aioria) como protagonista. Enquanto ele tenta se livrar da imagem de irmão do traidor (mesmo tendo sido o contrário, já que o Cavaleiro de Ouro de Sagitário salva Atena quando bebê), os cavaleiros dourados enfrentam os Titãs.
Em 2006, foi a vez de Saint Seiya: Next Dimension, que traz a continuação da saga de Hades a partir de duas linhas do tempo. No futuro, Atena e seus cavaleiros tentam salvar Seiya de uma maldição lançada por Hades. Para isso, Saori, Shiryu, Shun, Ikki e Hyoga voltam ao passado, durante a Guerra Santa contra Hades, quando os cavaleiros de Áries e Libra ainda eram jovens. No mesmo ano, veio Saint Seiya: The Lost Canvas, que acompanha a mesma Guerra Santa sob outra perspectiva.
Saint Seiya: Saintia Shō
Por fim, em 2013, os cavaleiros ganharam um terceiro spin-off com Saint Seiya: Saintia Shō. O mangá também traz uma história paralela, com protagonismo femino, liderado pelas guerreiras conhecidas como Saintia — guarda pessoal de proteção à deusa Atena. Ao contrário das Amazonas, como Marin e Shaina, elas não usam máscaras.
A trama, que acompanha a protagonista Shō, começa antes da Guerra Galáctica e segue os arcos da era clássica. E não foi Masami Kurumada quem criou esta prequel. Ele encomendou o mangá com Chimaki Kuori.
Dica: se quiser ir além do mangá, o site IGN traz a cronologia completa da franquia, enquanto o Aficionados mostra por onde começar com o anime.
Se Fushigi Yuugi se sobressai pelo apelo emocional dos personagens e o tom trágico da história, Saint Seiya ganha destaque pelas cenas de luta em defesa da justiça. A trama traz diálogos profundos, além de destacar o valor da amizade e do trabalho em equipe e a evolução (após muito esforço, com lágrimas, suor e sangue) ao alcançar o sétimo sentido (cosmo). Mesmo sendo a saga mais antiga, as 12 casas no santuário, para mim, ainda representam a porção mais clássica de Cavaleiros do Zodíaco e um dos principais motivos para recomendar a leitura.
Se prefere shoujo, não deixe de ler o mangá de Sailor Moon! Assim como Saint Seiya, as heroínas da lua se apoiam na amizade para vencer as adversidades, enquanto protegem o mundo.