
Águas da Prata é a última cidade de São Paulo antes de chegar em Minas Gerais. Com 8.221 habitantes (IBGE 2020), é um lugar que me lembra a infância com o seu bosque fresquinho, cheio de verde por todos os lados, jeitinho de interior, clima aconchegante e fontes de água mineral. O destino é pequeno em tamanho, mas grande quando olhamos para toda a natureza à sua volta.
Aos pés da Serra da Mantiqueira, Águas da Prata tem cachoeiras, trilhas ecológicas e mirantes com vista da paisagem verde. Se estiver passando pela área ou quiser um lugar para relaxar no fim de semana, vale uma parada. Eu costumava visitar a cidade quando pequena e mais recentemente — por sorte ou acaso — tive a chance de voltar. Mas o que fazer em Águas da Prata? Vem comigo que eu conto!
Como é a cidade de Águas da Prata?

Águas da Prata é uma cidade no interior de São Paulo — na divisa com Minas Gerais — a mais ou menos 35 km de Poços de Caldas (MG) e a 153 km de Campinas (SP). Por estar nos pés da Serra da Mantiqueira, o verde toma conta, passando uma sensação de ar fresquinho e puro. O clima tem aquele aconchego do interior, com um ambiente familiar e hospitaleiro. Não demora muito e alguém já puxa conversa com você.
Ao passar pelo pórtico, você verá o título “Rainha das Águas” ao lado do nome da cidade. Isso porque Águas da Prata tem 10 fontes de águas radioativas com propriedades medicinais — sendo a mais famosa a Fonte Vilela no Bosque — e 58 cachoeiras. A presença de alta concentração de minérios na água contribuiu para o nome Águas da Prata.
Para quem quer relaxar enquanto viaja, seja de passagem ou para um fim de semana, o destino também é considerado uma estância hidromineral. Além disso, a cidade está na rota do Caminho da Fé. Em um percurso de 500 km, ela passa por 24 cidades em São Paulo e Minas Gerais, com monumentos históricos e igrejas, até chegar em Aparecida (SP).
O que fazer em Águas da Prata?
Na minha infância, durante o tempo que morei em Poços, eu costumava passar o fim de semana com a família em Águas do Prata ou fazer um bate e volta. Afinal, as duas cidades são muito próximas — uma média de 30 min a 40 min na estrada. Naquela época e na última passagem por lá, eu visitei o mesmo lugar: o Bosque, que também leva o nome de Parque Estadual Águas da Prata. Por isso, ele será o primeiro da lista. Depois, vou compartilhar mais algumas paradas para quem gosta de curtir a natureza e o visual.
Bosque e a Fonte Vilela

Quando estiver em Águas da Prata, siga em frente até avistar uma área verde com quiosques rústicos. Você chegou ao Bosque! O caminho é bem intuitivo e, como a cidade é pequena, não tem como se perder. Na visita mais recente (final de 2020), eu fui completamente guiada pelas memórias da infância, já que eu não me lembrava o nome daquele espaço cheio de natureza que eu tanto gostava de frequentar quando criança.









Em um primeiro olhar, o espaço para se resumir ao aglomerado de barraquinhas com água de coco, pastel, bolo de milho, pamonha e outros lanches, além de lojas de artesanato. Porém, ao redor se esconde uma área verde de quase 50 hectares, o que seria equivalente a uns 50 campos de futebol. Bastante, né? Não é por acaso que o Bosque também é chamado de Parque Estadual Águas da Prata.








Se der sorte, você pode ver macaquinhos-prego pulando de galho em galho. Mesmo se eles não aparecerem, aproveite para tomar água direto da fonte na Fonte Vilela ou sentar em um dos banquinhos espalhados pelo parque para se refrescar com o ar da natureza.
Ao passar pelos quiosques para recarregar as energias e beber água da fonte, caminhe até as lojinhas de artesanato. Há mesas com bancos fixos, todos com pinturas de artistas locais.
Passeio de trenzinho
Entre as atrações, as crianças podem aproveitar o parquinho com brinquedos de madeira e, ao lado dos pais, o lago com pedalinhos. Por falar nisso, tem mais uma atração onde eu sempre ia quando criança: o passeio de trenzinho. O trajeto de 24,5 km pela estrada de ferro liga Águas da Prata a Poços de Caldas, passando pela Serra da Mantiqueira. O trem turístico estava para ser reativado.
Outros lugares para visitar
Em uma visita de passagem por Águas da Prata, eu recomendo uma parada no Bosque antes de seguir viagem. Já se você tiver mais tempo, há outros lugares para conhecer na estância hidromineral enquanto ela for o seu refúgio no fim de semana. Com tantas cachoeiras, não faltam opções de esportes radicais, como rafting, trekking e rapel.
Mirante do Cristo
Eu, particularmente, gosto de lugares onde eu possa ver a cidade do alto, e você? Por isso, vou começar a lista com o Mirante do Cristo. Pois é! Além de Poços, Rio de Janeiro e Balneário Camboriú (dos que eu conheço), Águas da Prata também tem uma estátua do Cristo. Perto do centro da cidade, o local proporciona uma vista panorâmica de toda a cidade cercada pela Serra da Mantiqueira. Se puder ir até lá no entardecer, você terá a companhia do pôr do sol. Vale a pena, não?
Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes
Por estar na rota do Caminho da Fé, a Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes não poderia faltar no roteiro. Também na região central de Águas da Prata, a natureza se faz presente no centro religioso por meio de um jardim bem cuidado e uma gruta.
Espaço Cultural Boca do Leão
Para quem gosta de explorar a parte cultural e histórica, a dica é o Espaço Cultural Boca do Leão. Cercado pela natureza, o ambiente oferece um museu com exposição de fotos e esculturas, além de oficina de artes e uma programação repleta de eventos (em tempos normais). De carro, são 12 minutos do centro.
Cachoeira Cascatinha
No caminho até o Espaço Boca do Leão, você pode fazer uma parada na Cachoeira Cascatinha. Com estacionamento, boa sinalização e fácil acesso, ela fica na beira da rodovia. Suas águas são rasas, o que torna o espaço um atrativo para quem viaja em família e com crianças. Para chegar até o local, são apenas 6 minutos de carro a partir do centro.
Cachoeira das Sete Quedas
Além da Cachoeira Cascatinha, a Cachoeira das Sete Quedas é uma das mais conhecidas e visitadas de Águas da Prata. Se não quiser ir ao Espaço Boca do Leão, você pode desviar no caminho. Ao invés de seguir pela direita, vire à esquerda. São 16 minutos de carro do centro. O acesso é feito por meio de uma trilha de nível médio.
O percurso começa nos trilhos de trem que ligam a cidade a Poços de Caldas. Há áreas acidentadas pelo caminho, além de subidas e descidas. Quem se aventurou, conta que até a terceira queda é relativamente fácil. A partir daí, o nível de dificuldade aumenta. Além disso, é preciso tomar cuidado com as cobras. Não é por acaso que parte da trilha passa por um lugar conhecido como Vale das Cobras. O blog E aí, Bora? detalha um pouco mais a experiência.
Pico do Gavião
Para fechar a lista, o Pico do Gavião é uma área na divisa de São Paulo e Minas Gerais com uma das vistas mais bonitas da região. A mais de 1.600 metros de altitude, o local atrai aventureiros que não dispensam uma boa dose de adrenalina. A partir do pico, é possível fazer voo livre. Aliás, também é onde, vira e mexe, ocorrem campeonatos estaduais e nacionais.
Minha lista termina por aqui, mas Águas da Prata tem um roteiro extenso de atividades. Afinal, são 58 cachoeiras para explorar. Não é pouca coisa, né? Eu queria relembrar uma cidade que marcou a minha infância e talvez a de mais leitores aqui do blog, além de trazer recomendações para um roteiro de bate e volta ou fim de semana. Então, se tiver a chance, faça uma parada nessa pequena cidade aos pés da Serra da Mantiqueira.
Gosta de natureza? Então, deixo um convite para você conhecer dois cartões-postais da serra capixaba.