Meu roteiro de viagem por San Francisco chegou ao fim, mas antes de voltar ao Brasil eu fiz uma parada rápida em San Diego, no sul da Califórnia. Passei o fim de semana lá, mas com o deslocamento, um dia no Universal Studios e alguns imprevistos eu acabei tendo só um dia na cidade.
Meu irmão e a mulher dele foram os meus guias e me levaram para conhecer os principais pontos turísticos. Passamos pela ilha de Coronado, La Jolla Beach, Seaport e o Balboa Park. Quer conhecer um pouco mais desta cidade ensolarada? Então vem comigo!
San Diego tem um clima completamente diferente de San Francisco. E eu não digo ‘clima’ no sentido literal da palavra apenas, temperatura e tal. Eu me senti quase como se estivesse em Miami. Tem uma vibe meio paradisíaca, arranha-céus modernos, muito verde e uma marina linda que pode ser vista da janela do avião.
Somado a isso, como está muito perto do México, bem próximo da fronteira com Tijuana, a influência “Cali-Baja” se reflete na arquitetura, na gastronomia, na arte, em tudo.
Com um centro agitado e uma vida ao ar livre intensa, cheia de atividades de recreação e eventos dos mais variados tipos (vi feira de carros antigos, passagem de som de alguma banda, exposições diversas), San Diego é uma cidade que não inspira preocupação, sabe?
Parece um lugar muito seguro, divertido, organizado, com clima tranquilo, limpo e bonito de se ver. Do avião, a vista encheu os meus olhos. Ainda não conheço Beverly Hills (Los Angeles está na minha lista), mas eu me senti como se estivesse lá. Você já se sentiu assim?
Considerada a segunda maior cidade da Califórnia, San Diego fica no litoral sul, a mais ou menos 2h de Los Angeles. Conta com 112 quilômetros de praias, parques temáticos famosos como Sea World e Legoland, museus e um enorme zoológico com direito a bondinhos e pandas que fica no Balboa Park, o maior parque urbano dos Estados Unidos (maior até que o famoso Central Park de New York, tem quase o dobro do tamanho).
A cidade também abriga a maior base naval da costa oeste norte-americana, além de ser o principal porto da frota marinha de guerra no Pacífico.
Rezam as lendas que a Califórnia começou em San Diego, com a chegada do explorador europeu Juan Rodriguez Cabrillo. Para conhecer mais da história da cidade e das origens do estado mais ensolarado dos Estados Unidos, o Cabrillo National Monument pode ser uma boa opção para incluir no seu roteiro.
Por pura e simples falta de tempo, eu acabei não conhecendo muitas coisas. Afinal, foi só 1 dia cheio, né? Era uma sexta-feira, quase final do dia quando eu cheguei. A maioria dos blogs recomenda pelo menos 3 ou 4 dias para andar pela cidade com folga.
Eu acredito que este deve ser um bom tempo mesmo, até porque as atrações ficam longe umas das outras e, diferente de San Francisco, o transporte público é mais limitado. A melhor forma de conhecer San Diego é de carro.
O que eu vou compartilhar com vocês a partir daqui é o roteiro que meu irmão e a mulher dele criaram para mim no sábado que fiquei com eles. Os dois moram lá e estão sempre levando a família para lá e para cá, então as recomendações não poderiam ser melhores, né? 😉
Pôr do sol na pequena península de Coronado
Se você olhar de cima, vai perceber que San Diego tem um recorte geográfico diferente, que chama a atenção. A 10 quilômetros da região central, uma extensa ponte (a Coronado Bridge) separa a cidade da pequena península de Coronado. Tudo parece fazer parte do mesmo lugar, mas Coronado Island é um município autônomo e de alto poder aquisitivo.
Com apenas 20km² e pouco mais de 25 mil habitantes, a península proporciona uma vista linda da baía de San Diego, principalmente na hora do pôr do sol. Os moradores dizem que o reflexo dos raios de sol nas praias de Coronado fazem os grãos de areia parecerem grãos de ouro.
As praias passam um ar bem família, com águas calmas e clima tranquilo. Tem até parquinhos por lá, a beira mar, para as crianças e um calçadão para caminhar, apreciando a paisagem: vista da baía de San Diego, resorts e lindas mansões. Na Orange Avenue, principal avenida da cidade, tem lojinhas, museus, galerias de arte e restaurantes. É ali também que fica o Hotel Del Coronado, uma das atrações locais.
A melhor forma de chegar em Coronado é de carro ou pegando o Coronado Ferry por $5 o trecho, ao lado do USS Midway Museum. O tempo de travessia, via mar ou pela ponte, é de 15 a 20 minutos mais ou menos.
Comida italiana no II Fornaio
Além de acompanhar um pedacinho do pôr do sol e caminhar um pouquinho por Coronado, eu jantei em um restaurante italiano muito bom e com uma vista incrível. Meu irmão acertou em cheio ao me levar lá. Adoro uma comidinha ‘made in italy’! Nessas horas, o sangue italiano fala mais alto e eu não consigo resistir a um bom prato de massa.
O II Fornaio Cucina Italiana é um dos restaurantes mais famosos da região. Não só a comida é boa, mas toda a ambientação passa aquele sentimento de estar na Itália. É um ambiente intimista, levemente rústico (como as cantinas italianas) e com uma vista de tirar o fôlego pelos janelões do restaurante.
Antes de servir as massas ou qualquer outro prato, pãezinhos torrados com molhos deliciosos chegam na sua mesa para você saborear. Eu queria pedir um vinho para acompanhar, porque tem tudo a ver, né? Mas vi um drink diferente com frutas vermelhas e arrisquei. Tenho uma quedinha por tudo que é feito com frutas vermelhas. 😉
La Jolla, a praia mais bonita de San Diego
A Califórnia já é famosa por suas praias com extensas faixas de areia branca, águas claras e geladas. E San Diego é sinônimo de praia, sol e mar. Tem um clima descolado, uma vibe meio surf. Mesmo que seja só para admirar, vale a pena incluir as praias de San Diego no seu roteiro. E uma das mais bonitas que eu conheci, arrisco dizer até que foi a mais bonita da viagem: La Jolla.
Como o próprio nome hermano (que se pronuncia la-rói-a) já diz, La Jolla é considerada a joia de San Diego. Com um estilo mediterrâneo e alto poder aquisitivo, a praia tem 11 quilômetros de extensão e fica a mais ou menos 15 minutos do centro da cidade. É o lugar perfeito para fazer caiaque, mergulho para explorar cavernas submersas e interagir com os animais marinhos, além de outros esportes aquáticos.
Tem também um calçadão bem gostoso para caminhar, aproveitando a vista cercada por casarões e uma série de rochedos e falésias, que são o lar dos mais ilustres visitantes da região: os leões marinhos e as focas.
Encontro marcado com os leões marinhos
Os leões marinhos são uma atração à parte. Acho até que a principal. Tem sempre alguém querendo tirar foto pertinho deles. E dá para fazer isso! Não sei se eles estão acostumados com pessoas na volta ou se é da natureza deles mesmo serem mais sociáveis, mas você consegue se aproximar bastante para fotografar.
Dica! Prepare-se para o cheiro. Talvez este seja o único inconveniente na hora de chegar perto dos leões marinhos. Eles emanam um odor bem forte, mas faz parte da experiência. E vale muito a pena aproveitar.
Afinal, este talvez seja o lugar na Califórnia para ver os leões marinhos tão de perto. Além deles, garças e os mais variados pássaros podem ser vistos por lá. A natureza está por toda a parte.
Explorando o point da praia: La Jolla Cove
Além dos bichinhos que são a maior atração por lá, vale dar uma volta pela Prospect Street para conhecer o comércio, repleto de lojinhas de souvenir, lojas de grife e galerias de arte. As casas ao redor também são lindas, uma ostentação só!
Outro ponto famoso e muito visitado é o La Jolla Cove. O cantinho mais popular da orla conta com uma formação rochosa que lembra uma caverna, mas com vista para os leões marinhos e para o mar. O acesso é pelo próprio calçadão da orla por meio de uma escadaria de pedra.
A área ainda é repleta de restaurantes descolados, barzinhos, boutiques e mais lojinhas de souvenirs e roupas de grife, finas mas com um toque praiano.
Um lugar chamado Seaport Village
Depois de andar pela praia de La Jolla, fomos para um lugar chamado Seaport Village. É um complexo de lojas, restaurantes e cervejarias com uma arquitetura bem peculiar, lembrando o charmoso estilo vitoriano, perto do mar e com muito verde na volta (com direito a mesinhas de piquenique) do parque Embarcadero Marina North. Tem um calçadão para caminhar ou andar de patinete, bike.
Parada na estátua do beijo
E é andando ou pedalando por ali que você chega em um dos pontos mais icônicos de San Diego: uma estátua pra lá de famosa que recebe o nome de Unconditional Surrender. O monumento seria a releitura de uma fotografia que retrata o beijo de um marinheiro e uma enfermeira, em comemoração ao fim da 2ª Guerra Mundial. O autor da foto é Victor Jorgensen. Há controvérsias, no entanto, sobre o motivo do beijo.
A “estátua do beijo” pode ser vista em outras cidades ao redor do mundo, mas a mais famosa é sem dúvida a que fica em San Diego. Para simbolizar a visita, eu comprei uma lembrancinha da estátua em uma das lojinhas de souvenirs do Seaport, além de outras coisinhas. Porque eu não consigo escolher uma lembrança só. Quem for como eu, comenta aí com a #1SouvenirNãoBasta.
Tentei tirar a melhor foto possível, mas o lugar estava cheio. E como eu não estava sozinha (tinha a companhia do meu irmão e da esposa dele), eu não pude esperar muito para clicar. O que importa é o registro, né? Eu estive lá!
Passagem pela história naval
Ao lado, fica o porta-aviões USS Midway, com exposição de aviões e helicópteros de guerra históricos, além do próprio lugar, uma atração à parte, com suas escotilhas e labirintos para explorar. Como a média de visita varia de 2h a 3h, de acordo com blogs de viagem que eu vi por aí, tive que passar reto por ele.
Não é à toa que leva tanto tempo. Afinal, o USS Midway é considerado o maior museu dentro de um porta-aviões. Sem contar que San Diego abriga uma das mais importantes sedes da base naval norte-americana. A marinha faz parte da cultura da cidade e está por toda parte.
Perto dali também tem o Museu Marítimo, um museu a céu aberto com exposição de barcos antigos e submarinos. Mais uma visita que vai ficar para a próxima oportunidade. Ah! E no dia que fomos, estava rolando também uma exposição ao ar livre de carros antigos.
As mil e uma atrações do Balboa Park
A última parada do dia em San Diego foi em um dos maiores parques dos Estados Unidos, maior até que o mais famoso deles, o Central Park de NYC. O Balboa Park conta com 17 museus, jardins bem cuidados (de rosas, de cactus) e uma extensa programação com música ao vivo, concertos, exposição ao ar livre de artistas e muita coisa para fazer, muitas coisas gratuitas inclusive.
Aliás, o parque é o lar também do Jardim Botânico e do Zoológico, duas atrações mega famosas por lá e que eu vou ficar devendo mais detalhes por enquanto. No dia da visita, estava acontecendo algum evento fechado por lá. Parecia um casamento, com homens e mulheres vestindo trajes típicos da Índia.
Entre pétalas e espinhos, os jardins de cactus e rosas
Nosso passeio começou por dois jardins: o Desert Garden, com plantas típicas do deserto e diversas espécies de cactus.
E o Inez Park Memorial Rose Garden, repleto de flores e rosas das mais variadas cores. Apesar da época, pleno outono na Califórnia, estava tudo bem florido e com um bonito reflexo do sol se pondo ao fundo.
De lá, caminhamos pelo Balboa Park, passando por prédios históricos e uma arquitetura que impressiona. Eu gosto bastante! Entre as belas construções, o Museu de História Natural, o Museu do Homem, Air and Space Museum, com simulações de voos e réplicas de aeronaves, entre muitos outros museus interessantes.
Era hora do pôr do sol quando chegamos no parque, então você já deve imaginar que as visitas aos museus ficaram fora da programação, né? A maioria já estava fechado ou prestes a fechar.
Uma as partes que mais gostei, mas que também não deu para visitar, foi o Botanical Building. O lugar é lindo! Fora toda a estrutura de metal que já arranca suspiros de quem passa, um lago cercado por flores e muitos pássaros compõem a paisagem. É um paraíso à parte!
Não tem quem não pare por ali para tirar uma foto, dar uma volta ao redor do lago, observar os bichinhos ou só curtir o visual. Aliás, todos os lugares valem uma parada para fotos e visitas, se você tiver tempo no seu roteiro de viagem.
Planejando sua visita ao Balboa Park
Acredito que um dia inteiro já dê para aproveitar bem, consultando a programação do parque antes e já selecionando quais serão as paradas. Agora, se você quiser incluir o zoológico no passeio, eu deixaria pelo menos dois dias para conhecer as atrações principais.
Eu disse pelo menos dois, hein? Eu lembro do meu irmão me contando que, apesar de morar em San Diego, ele ainda não conseguiu visitar todo o zoológico. É tão grande e com tantas coisas para fazer que tem até bondinho. E por falar em transporte, o parque Balboa tem uma linha de bondinho gratuita, que circula todos os dias das 9:00 às 18:00 (com horário estendido no verão) e passa pelos principais pontos.
Para quem vai de carro, o estacionamento é gratuito. O melhor lugar para deixar o carro é no Inspiration Point. É a parte mais central e com fácil acesso até os pontos de interesse principais, inclusive o bondinho, se quiser “andar” por lá aproveitando essa comodidade.
Apesar do tempo curto, da distância entre as coisas e da quantidade de boas atrações para conhecer, gostei muito de San Diego. Só não mais do que San Francisco por uma questão de feeling, não sei. Mas eu preciso dizer que fiquei com uma vontade bem grande de voltar para conhecer mais. Foi tudo tão rápido!
E ainda tem muita coisa legal que nem passou perto do meu roteiro, como o famosíssimo SeaWorld e o parque Legoland para os saudosistas, como eu, que ganharam muitas caixinhas de lego na infância. Tem também passeio de barco pela baía de San Diego, algo que eu sempre acho que vale para conhecer a cidade sob outra perspectiva. San Diego deixou saudades, San Francisco também, mas uma hora a gente volta! 😉
Se você conheceu mais de San Diego ou passou por outros lugares, compartilha aqui comigo nos comentários quais lugares mais gostou.
Hasta La Tour 