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Lombard St: uma das ruas mais lindas e mais fotografadas da Califórnia

Lembra da Lombard Street? A melhor forma de chegar até ela é pela linha Powell & Hyde do Cable Car. São dois passeios de uma vez só. E se você tiver pique, pode descer as curvas para ver a rua inteira e todas as suas curvas de outro ângulo e depois subir para apreciar a vista da baía mais uma vez de uma das ruas mais fotografadas do mundo e também uma das mais famosas da Califórnia.

Lombard Street, a rua mais sinuosa de San Francisco Natália Cagnani)

Preciso de dizer que desde que a minha viagem para San Francisco foi confirmada, a Lombard Street já estava no topo da minha lista. Afinal, não é o tipo de lugar que você vai encontrar facilmente por aí, né? É uma experiência bem única ter a chance de caminhar por uma rua pra lá de inclinada (27° graus), em forma de zigue-zague, repleta de curvas e que já serviu de cenário para muitos filmes e séries.

Ah! A Lombard Street é uma rua bem extensa, mas a parte em zigue-zague fica só em um trecho da via, um pequeno quarteirão de 400m, entre a Hyde St e a Leavenworth St.

Ali você vai ver um lindo jardim com hortênsias, vasos de plantas, canteiros com flores coloridas e folhagens, todo um jardim acompanhando as curvas, casas lindas, floridas e super bem cuidadas, além de escadas (com 250 degraus), uma de cada lado, e uma rampa para passagem de pedestres.

Na rua, a disputa fica por conta de carros cheios de turistas com as cabeças para fora da janela e a câmera na mão, gravando cada pedacinho da descida pela Lombard St. É um carro atrás do outro. Parece até uma corrida, mas em baixa velocidade. Além deles, os famosos carrinhos amarelos, conhecidos como Go Car, e ciclistas corajosos, contornando as oito curvas super acentuadas ladeira abaixo.

Lombard St: uma rua, duas vistas, oito curvas

Nas laterais, turistas subindo e descendo a rua mais famosa de San Francisco a pé, com diversas pausas para fotos. Flashes para todos os lados. De cima, o atrativo fica por conta da vista privilegiada da baía: Coit Tower, Alcatraz, Angel Island, Treasure Island, Bay Bridge e Berkeley. De baixo, você vai ter o melhor enquadramento para fotografar a Lombard Street inteira, com todas as suas curvas.

O trecho íngreme (27% de inclinação) e cheio de curvas foi idealizado em 1922 por Carl Henry, proprietário da maior parte dos lotes da área. A proposta era transformar o lugar em uma rua transitável para carros e pedestres. Além disso, os moradores reclamavam que a vizinhança não era valorizada, já que não tinha como circular por ali.

O projeto contou com a ajuda dos engenheiros William Barclay Parsons, responsável pelo plano de mobilidade do metrô de New York, e Clyde Healy. O formato em zigue-zague reduziu a inclinação de 27% para 16%.

Todo o jardim em volta e o plantio das hortênsias, por sua vez, começou com um dos moradores da região na tentativa de combater a erosão.

Além de tornar a rua acessível para carros, o local acabou se transformando em um dos cartões-postais de San Francisco. A Lombard St já foi cenário, inclusive, de diversos filmes, séries e até jogos de videogame.

Uma passadinha pela Chinatown de San Francisco

De lá, tem duas opções de roteiro. Meu plano original era aproveitar a proximidade para conhecer Chinatown. Dizem que é um dos maiores bairros chineses fora da China e um dos mais antigos da América do Norte. É bem legal andar por lá, mas não recomendo reservar tanto tempo. Eu passei 1h e acho que foi muito. Gosto muito da arquitetura e da cultura oriental (Japão acima de tudo :)), mas fiquei levemente decepcionada.

O impacto visual é grande, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, sabe? Fiquei meio atordoada andando por ali.

Em alguns trechos, tinha um aglomerado de pombinhas ganhando migalhinhas de pessoas que passavam por lá. Acho até que eram moradores da região.

Vale caminhar pelas ruas de Chinatown e fotografar os prédios e templos pelo caminho. Outra visita que recomendo é até a Fábrica de Biscoitos da Sorte (“Golden Gate Fortune Cookie Factory”), na 56 Ross Alley, uma ruelinha bem estreita entre a Jackson e a Washington St. Antes mesmo de entrar, você já consegue ver senhorinhas sentadas trabalhando manualmente nos famosos biscoitinhos.

O lugar é bem pequenininho. Na entrada, prateleiras cheias com pacotinhos dos biscoitos tradicionais, biscoitos coloridos e biscoitos cobertos por chocolate, nos mais variados tamanhos, dividem espaço com diversos quadros nas paredes e certificados.

Parte da decoração, quadros mostram celebridades que já passaram por lá para provar os tradicionais biscoitos da sorte.

Visitando a Fábrica de Biscoitos da Sorte

Chinatown de San Francisco, na Califórnia (Natália Cagnani)

As máquinas não param, nem as senhorinhas, dando forma à massa (feita com farinha, açúcar, baunilha e óleo de semente de gergelim) e colocando um a um os bilhetinhos dentro dos biscoitos. Ah! Antes de deixar a moedinha, uma das senhorinhas me deu um biscoito da sorte que ela tinha acabado de fazer. Quentinho, direto do forno. O gosto é muito bom, né? Levemente docinho.

Para entrar é de graça, mas para tirar foto das senhorinhas trabalhando, a lojinha pede uma pequena doação de $0,50 se não for consumir. Não custa nada, né? Só fiz uma foto, essa que compartilho aqui com vocês. Eu fiquei com vergonha de fotografar demais e acabar atrapalhando o fluxo. O lugar é realmente pequeno, porém acolhedor.

O que pouca gente sabe é a história por trás dos famosos biscoitos da sorte. Dizem que a primeira versão moderna do cookie foi servida por Makoto Hagiwara, criador do Japanese Tea Garden no Golden Gate Park, em 1890, nos Estados Unidos. A iguaria teria sido criada por uma padaria de San Francisco, conhecida como Benkyodo.

Eu queria ter levado pelo menos um pacotinho para casa, mas os biscoitos são tão frágeis e fininhos, que eu eu fiquei com medo de quebrarem na mala. Ao menos, tive uma provinha. E o melhor é que estava quentinho. Recomendo incluir no roteiro uma visita por lá.

Parada obrigatória: Cable Car Museum

Perto dali fica o Cable Car Museum, que conta um pouco da história do meio de transporte mais famoso de San Francisco e ainda mostra como os bondinhos funcionam (toda a estrutura de cabos, freios). Parece uma casa de máquinas. É bem legal para quem tem curiosidade.

A visita é bem rapidinha, porque o museu é pequeno. Vale muito a pena fazer uma parada ali. Dá para chegar até de bondinho, pela linha Powell & Hyde. Além do mais, a entrada é gratuita.

Union Square: ponto de partida para qualquer lugar

Ah! Seguindo esse roteiro, você também já consegue encaixar a Union Square. Aliás, as três linhas do Cable Car passam perto dali. É uma boa região para se hospedar, porque é bem servida pelo transporte público (ônibus + metrô + cable car). A partir dali, você consegue chegar facilmente em qualquer lugar, inclusive o aeroporto.

Union Square é uma praça com um conglomerado comercial (Cheesecake Factory, Macy’s, Bloomingdale’s, Gucci, Dior, Versace, Chanel, entre outras lojas) ao seu redor. Ganhou esse nome por ter servido de palco para as manifestações de apoio ao Exército da União durante a Guerra Civil. Muitos eventos, shows e exposições acontecem por lá.

No Natal, uma grande árvore é montada para enfeitar a cidade, além de uma pista de patinação. Aproveite também para procurar pelos corações espalhados pela cidade. Tem uma história muito legal sobre eles.

Outra possibilidade de roteiro a partir da Lombard St é caminhar até a Fisherman’s Wharf e o famoso e badalado Pier 39. São mais ou menos 10 minutos de caminhada até o Fisherman’s Wharf. Os dois lugares merecem um post especial só para eles. Nos próximos capítulos eu conto mais… 😉

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