BTS? Se você desconhece o significado desta sigla, chegou a hora de conhecer. Porque eles estão ganhando o mundo e deixando sua marca por onde passam. Recordes no YouTube, um dos maiores fandoms do mundo, sete meninos super talentosos, visual impecável, coreografias pra lá de sincronizadas, músicas cheias de significados que encorajam e motivam seu exército de fãs (conhecido como Army), muita simpatia, presença de palco e nas mídias sociais. E por que falar de BTS? Porque teve BTS no Brasil!

Aqui no Brasil, a contagem regressiva para ver o fenômeno global de perto começou em fevereiro, quando a turnê Love Yourself: Speak Yourself foi anunciada com um show em São Paulo, no Allianz Parque.
A venda dos ingressos para BTS no Brasil começou em março e levou menos de 2h para esgotar. A procura foi tanta, que no mesmo dia a banda sul-coreana anunciou um show extra, que também teve seus ingressos esgotados rapidamente. São Paulo foi a única cidade da América Latina a receber o tour, que aconteceu nos dias 25 e 26 de maio de 2019.
Filas enormes, acampamento e várias nacionalidades
Em busca de um lugar na grade pertinho de V, Suga, Jimin, J-Hope, RM, Jin e Jungkook, muitas fãs acamparam nos arredores do Allianz Parque por cerca de três meses. Teve gente de vários estados (inclusive eu) e até de outros países como Chile, Uruguai, Argentina e México. Quem chegou na capital paulista depois começou a formar fila durante a madrugada.
Não é à toa que os meninos do BTS se tornaram um dos maiores ícones da música de todos os tempos, superando a barreira do idioma e abrindo mais as portas para o k-pop conquistar de vez o mundo. E você sabe o que significa a sigla BTS? Em coreano, Bangtan Sonyeondan, que seria um acrônimo em inglês de Beyond The Scene.
A participação das Army começou antes mesmo do show, na hora do soundcheck (a passagem de som), não apenas dentro do estádio para quem comprou os ingressos para ficar pertinho dos ídolos, mas do lado de fora, nas filas quilométricas que davam voltas pela região, enquanto os portões não eram abertos.
Uma forma de passar o tempo até a hora do show e já começar a entrar no clima. Afinal, era fila que não acabava mais. Passava pelo Shopping West Plaza até chegar em um viaduto, a Passarela Palmeiras, contornando a pela Praça Tomás Morus e se estendendo pela Rua Airosa Galvão. Acabou? Ainda não. O fim da fila para mim veio depois de virar na Rua Melo Palheta e caminhar mais um pouco. Se você olhar no mapa vai entender melhor a distância.
Nem sinal do Allianz Parque. Apenas alguns gritos de tempos em tempos com a ansiedade e a animação tomando conta. E mais e mais pessoas chegando para formar um novo fim de fila depois de mim. No caminho, um moço se inspirou no BTS ao tocar Save Me no violino para quem esperava por ali.
Luzes e efeitos: um show à parte do BTS no Brasil

Os gritos e a cantoria continuaram dentro do estádio, quando videoclipes da banda começaram a passar nos telões antes do show começar. Até que pontualmente, às 19:00, as luzes se apagaram e duas “estátuas” gigantes de pantera se ergueram no palco principal, iluminadas por jatos de fogo. E não demorou para que Jungkook, Jimin, V, RM, J-Hope Suga e Jin entrassem com tudo. Todos de branco para Dionysus.
Uma abertura de alto impacto, seguida por Not Today, que levou os meninos a atravessar uma passarela no meio da pista premium (e com direito a passagens subterrâneas) para chegar no palco secundário (tão grande quanto o principal e mais perto das fãs).
A potência do som ganhava ainda mais peso com a voz das mais de 42.000 Armys, que cantavam junto. O estádio chegava a tremer, a vibrar com toda a euforia. A cada música que estava prestes a começar, a sensação era a mesma. Nos hits então, a potência subia ainda mais.
Quando chegou a vez de Boy With Luv (com participação da Halsey), Idol (que tem um toque da Nick Minaj), Fake Love e MIC Drop (parceria com Steve Aoki), algumas das músicas de maior sucesso do grupo coreano, o estádio tremeu com a voz e os gritos das Armys brasileiras, acompanhando todas as letras, inclusive na parte coreana, e dando suporte ao BTS, levando a performance para outro nível.
Todos, na pista ou na arquibancada, sabiam cada palavra em coreano das letras das músicas. Não havia a barreira do idioma. Afinal, a música é uma linguagem universal, não é mesmo?
Um dos momentos mais emocionantes do show veio com The Truth Untold. Na noite anterior, Jimin chegou a se emocionar e comoveu também os fãs que acompanhavam e aumentaram o coro em apoio ao artista.
Para completar a imersão no universo Bangtan, dois telões enormes adjacentes ao palco aumentavam o alcance dos ídolos até todas as Army. Em algumas músicas, a projeção era ainda maior e os dois telões viravam três, quatro, cinco atrás da banda. Teve chuva de papel picado e bolhas de sabão também. Tudo muito bem produzido.
Interação de luzes, fanchants e um coro só no Allianz Parque

Durante as 2h30min de show, o Allianz Parque ficou todo iluminado pelas luzes das ‘Army Bomb’, os famosos globos de luz que sincronizam via bluetooth e mudam de cor conforme a música. Em um momento do show, os meninos do BTS comandaram uma onda em todo o estádio, que brilhou com as cores da bandeira do Brasil: azul, amarelo e verde.
As luzes dos celulares também tiveram participação especial em alguns momentos, iluminando os corações de papel distribuídos por fãs na fila para a performance do Jin com Epiphany. E também durante o ‘Army Time’, quando cartazes com a frase “Quando precisávamos apenas de uma estrela, o Bangtan nos deu a galáxia” e instruções em coreano, inglês, espanhol e português foram erguidos pelo estádio. Um show de interações!
O brilho também ficou por conta dos fanchants, momentos em que os fãs cantam palavras ou frases em trechos das músicas para apoiar os ídolos. Isso é bem comum no k-pop, aliás.

O show do BTS no Brasil foi além das interações com luzes, fanchants e o coro a uma só voz cantando letras coreanas, como se as músicas fossem em português. E por falar em idioma, os meninos arriscaram palavras e frases em português ao longo do show. “Obrigado”, “lindo”, “feliz”, “mais alto” e até um “eu te amo”, que o Vi pediu em troca de um “saranghae” (expressão para o amor em coreano).
Sempre que tinha alguma interação com as fãs, lá estavam eles se aventurando pelo nosso idioma. Quando as palavras saíam em coreano, logo um intérprete fazia a tradução. E cada interação, em português, coreano ou inglês, levava um sorriso, um suspiro, gritos e muita emoção.
Quando o Jimin se desculpou pelo primeiro show, disse que estava doente e que se emocionou ao ouvir as Armys brasileiras cantando The Truth Untold, a comoção no estádio aconteceu em uma sincronia perfeita, de arrepiar, na forma de um grande ‘oooownnnn’.
Teve também muita interação com as câmeras no palco. Às vezes elas pareciam maiores até do que a própria interação ao vivo com o público. Afinal, estas são as imagens que vão para os telões e é para lá que todos os olhos estão voltados, especialmente para quem está mais longe, na pista e nas cadeiras inferior e superior.
E teve até samba! Em um dos momentos de interação com as fãs, RM e J-Hope lembram que o Brasil é famoso pelo carnaval. Não demora muito para que Jungkook e Jin mostrem que têm samba no pé. Os outros membros acompanharam com uma melodia improvisada e muita animação.
No grupo do BTS também tem espaço para solos
Cada um tem seu momento de brilhar na hora de seus solos, mostrando seu talento particular. Jungkook simplesmente voa pelo palco e acima de quem está na pista enquanto canta Euphoria. Jimin aparece dentro de uma bolha transparente na hora de Serendipity até estourá-la e começar uma coreografia cheia de expressão corporal.
V começa Singularity em uma cama suspensa no meio do palco principal. Jin tem seu momento de destaque no piano ao tocar e cantar Epiphany. Os rappers do BTS também ganham os holofotes em Trivia: Just Dance com J-Hope, Trivia: Love com RM e Trivia: Seesaw com Suga.
Confira o setlist completo para os dois dias de show:
Ato 1
Dionysus
Not Today
Outro: Wings
Ato 2
Vídeo: J-Hope & Jungkook
Trivia: Just Dance
Euphoria
Best of Me
Ato 3
Vídeo: Jimin & RM
Serendipity
Trivia: Love
Boy With Luv
Dope
Baepsae
Fire
Idol
Ato 4
Vídeo: V
Singularity
Fake Love
Ato 5
Vídeo: Suga & Jin
Trivia: Seesaw
Epiphany
The Truth Untold
Outro: Tear
MIC Drop
Bis
Vídeo: BTS
Anpanman
So What
Make It Right
Mikrokosmos
Os meninos não pouparam no repertório, nem nos efeitos e na grandiosidade da apresentação. Tudo que foi para a turnê que começou nos Estados Unidos também veio para solo brasileiro. Foi um show internacional como não se vê no Brasil, com todos os aparatos possíveis e toda a tecnologia a dispor.
Grand finale: lágrimas, euforia e fogos de artifício

O último ato tem a mesma grandiosidade do primeiro. Começa com uma despedida do grupo, mas ainda não é a despedida de verdade. Só uma pausa. Ao chamado das Army, o BTS volta aos palcos do Allianz Parque para mais músicas.
A primeira, Anpaman traz um clima de festa, com direito a um grande castelo inflável e colorido no palco secundário. Tinha até escorregador! E quem disse que o BTS não aproveitou? Todos os membros interagiram com os brinquedos enquanto cantavam.
Toda a alegria do palco vai além e toma conta do estádio com So What, uma das músicas mais vibrantes do setlist do BTS. É neste momento que fogos de artifício começam a estourar no céu, além de um show de luzes que se intercalam com a coreografia sincronizada dos meninos.
O encerramento foi marcado por Make it Right (a composição tem o dedinho de Ed Sheeran) e Mikrokosmos, do álbum mais recente Map of the Soul: Persona, além de um verdadeiro show de fogos de artifício. O branco do início da apresentação deu lugar a um figurino preto, sem contar as várias mudanças de roupas ao longo da performance com looks coloridos, com ar militar, de tudo um pouco. Lembrando que o nome por trás é nada mais, nada menos que a grife Dior.
BTS, ‘juntos e shallow now’ com o Brasil

Cada membro do BTS fez um discurso. Metade português, metade coreano, com a ajuda de um intérprete. Jungkook, Jimin e V estavam bem emocionados no fim. O Jimin até pediu desculpas pela noite anterior, quando chorou, e disse que estava doente, mas que nesse segundo show já se sentia muito melhor graças ao apoio das Army brasileiras.
Enquanto se despediam do público, J-Hope deu uma de cameraman, gravando os outros membros pelo palco. E deixou algumas fãs suspirando quando disse em português: “vocês mexeram com o meu coração”.
Jungkook voltou a repetir um dos memes do momento no Brasil “juntos e shallow now”. Conhecido pela força de seus discursos, RM (de óculos escuro e capuz) falou sobre as diferenças no fuso horário entre Brasil e Coreia do Sul e que sempre se lembraria das Army brasileiras do outro lado do mundo.
Suga falou da representatividade do BTS hoje. Depois de quatro passagens pelo Brasil, esta foi a primeira vez que a banda sul-coreana lotou um estádio duas vezes em uma única turnê. Em 2014, foram 1,5 mil pessoas. Em 2015, o número aumentou para 8 mil pessoas. Em 2017, manteve um público similar, 7 mil pessoas. E o Jin só esbanjou charme o tempo todo, com caras e bocas enquanto cantava. Ele também se declarou para as fãs: “estou apaixonado por vocês”.
Para encerrar a segunda noite em São Paulo, um logo gigante do BTS, todo iluminado, apareceu no final do último show pelo Brasil ao som de muita euforia, sorrisos e lágrimas.
Se é BTS, é trending topics na certa
E não é que eles dominaram o Twitter desde que chegaram ao país? Não faltou trending topics com hashtags de boas vindas, bom dia, boa tarde, boa noite. No fim de semana dos dois shows, #BTSatAllianzParque e #BTSinBrazil passaram o dia inteiro entre as tendências em alta na rede.
No dia seguinte, as fãs receberam mensagens e declarações dos integrantes pelo Twitter oficial da banda, inclusive dizendo que o Brasil é o melhor (“Jjang! Jjang!” em coreano). E mais duas hashtags subiram e ficaram entre as mais usadas: #Mr.Lindo (foi como o V assinou sua mensagem) e #ObrigadaBTS (o agradecimento das Army pelos dois shows inesquecíveis).
A turnê mundial Love Yourself: Speak Yourself começou nos Estados Unidos, passando por Los Angeles, Chicago e New Jersey antes de chegar ao Brasil. De São Paulo, os meninos voaram para Londres, depois seguem para França e Japão.
Bom, o show tem que continuar, não é mesmo? Por aqui, o show mal acabou e já deixa saudade no exército de fãs que o BTS conquistou pelo Brasil e em toda a América Latina, mas uma promessa paira no ar. No meio do discurso de despedida recheado de declarações, os meninos deixaram um recado especial: “Com certeza voltaremos!”. Se você quer a volta do grupo, compartilha esse texto nas redes sociais com a hashtag #BTSComeBackToBR.
Para mais vídeos do show, visite o meu canal no YouTube. 😉
Amo y si Luisa Fernanda 💜
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Como não amar, né? ❤
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