Até agora, venho compartilhando com vocês uma série de praias lindas que conheci em Garopaba no mês de julho. Chegou o momento de falar da mais incrível de todas e também uma das mais famosas. Sério! Foi amor à primeira vista, à segunda vista, a perder de vista. E não por acaso, passei algumas boas horas por lá, explorando ao máximo cada cantinho. Com vocês, a Praia da Ferrugem.

A 5 quilômetros de Garopaba, o acesso é pelo mesmo caminho que nos leva até a BR-101 (para quem já está na cidade), mas ao invés de seguir adiante você deve pegar a SC-434 e entrar no trevo de Garopaba, km 274. A qualidade é razoável, então toda atenção é bem-vinda.
Ao chegar na Praia da Ferrugem, eu me senti, em um primeiro momento, como se eu estivesse no meio do deserto, tamanha a imensidão da faixa de areia até o mar. É uma longa caminhada até as águas salgadas. A paisagem é de tirar o fôlego. Com o vento forte, os grãos de areia formavam desenhos no chão e pareciam danças nos meus pés. Lindo!

Do lado esquerdo, depois de andar um bocadinho, já dá para ver uma das pontas da praia, com um pequeno morro e vegetação rasteira. Do lado direito, um canal que separa a Ferrugem da Praia da Barra.
Ah! Dizem que foi por causa desse pequeno lago que a praia recebeu o nome de Ferrugem. Por quê? Tem dias que o fundo fica cheio de areia, deixando as águas do canal com cor amarelada, semelhante à ferrugem.
E já que estamos falando de curiosidades, vamos explorar um pouquinho da parte histórica. Você sabia que a Praia da Ferrugem era uma vila de pescadores? Ela só foi descoberta na década de 70 por hippies e, desde então, atrai turistas, viajantes curiosos (eu!) e surfistas.
Se você, assim como eu, já ficou encantando com tantas belezas naturais em um só lugar, pode ficar ainda mais quando encontrar um histórico Sambaqui, um dos maiores de Santa Catarina, na beira do mar. Sério? Sim! Quem disse que praia é só mar à vista? Não que isso seja ruim, mas tem história também. 🙂
O Sambaqui da Ferrugem é um grande morro formado por materiais orgânicos e calcários, que passaram por um processo de fossilização ao longo dos anos, transformando-o em um verdadeiro sítio arqueológico. No passado, esse morro abrigava um cemitério dos índios Carijós.
Quando cheguei, muitas pessoas, agasalhadas (estava bem frio) e se protegendo do vento (e como ventava) caminhavam pelas areias da praia, enquanto outras andavam de bicicleta ou se aventuravam pelo Sambaqui. Como assim?
Não sei se você sabe, eu descobri isso lá, mas o Sambaqui da Ferrugem é um convite para pequenas “trilhas” que levam ao topo do morro, com vista, de longe, do Morro das Antenas em Garopaba e da Praia da Barra. Bem suave e nada íngreme.
O caminho das pedras (desculpem o trocadilho) forma piscinas naturais, com a água do mar que fica entre elas e guia você até uma formação rochosa maior, onde enormes ondas batem a respingam em quem chegar muito perto.

É preciso cuidado ao andar por ali, porque algumas pedras têm limo, tornando o caminho um pouco escorregadio, enquanto outras nos surpreendem com a invasão do mar. As crianças eram bastante corajosas e ágeis. Em um piscar de olhos, atravessavam as pedras sem maiores dificuldades. Para alguns, caminhar pelas pedras podem ser um desafio. Para outros, deve ser tarefa fácil. Seja como for, a paisagem compensa.
Olha só isso! A Praia da Ferrugem é mesmo um lugar mágico. A sensação ao estar lá, tão perto do mar e das ondas mais fortes, é uma mistura de adrenalina, admiração e receio. Passamos horas nesse lugar, aproveitando cada segundo.

O que eu conheci da Praia da Barra, carinhosamente chamada de Barrinha ou Australinha (apelido dado por surfistas que viram semelhanças com as ondas das praias australianas), foi a vista do morro do Sambaqui. Como a visita foi em um domingo, no dia da volta da viagem, o tempo era curto.
O pouco que vi me deu uma sensação de tranquilidade, paz e sossego. Acho que isso resume bem a vibe da praia. Não é à toa que a Barra só começou a receber visitantes mais assíduos, principalmente gaúchos, na década de 90, mesmo estando ao lado da Ferrugem.
É a partir dela, que começa uma trilha de 2 quilômetros por costões e rochedos até a Praia do Ouvidor. Aliás, esta é a deixa para a próxima parada do roteiro de viagem por Garopaba.
Próxima para da viagem: Praia do Ouvidor…