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Review: Fate/Apocrypha se destaca pelas cenas de ação com computação gráfica

Se Fate/Zero explicou alguns acontecimentos de seu antecessor cronológico Fate/Stay Night, a terceira animação inspirada na saga, Fate/Apocrypha, aproveita-se do universo de batalhas entre magos e espíritos heroicos para se jogar de corpo e alma nas cenas de ação. Afinal, todo o contexto por trás dos acontecimentos e as regras da Guerra pelo Santo Graal já foram disseminadas. Então é hora de explorar as lutas, mas sem deixar de lado algo que Fate/Zero explorou tão bem: a natureza humana e seus desejos.

Anime Fate Apocrypha_Logo (Reprodução)

Assim como seus antecessores, Fate/Apocrypha também é denso, mas tenta ser um pouco mais leve ao acrescentar pitadas de romance ao roteiro, que eu falarei mais à frente. Antes de seguir, vamos ver a ficha técnica do anime.

A ação toma conta no universo de Fate/Apocrypha

Anime Fate Apocrypha_Servos (Type-Moon Wikia Reprodução)

Gênero: Ação, Drama, Sobrenatural
Estúdio: A-1 Pictures
Baseado em: Light Novel
Número de Episódios: 25
Estreia: 2017

Assim como Fate/Zero, a animação é baseada em light novel, mas também é considerada um spin-off da Type-Moon (nome por trás dos jogos do universo de Fate). Para quem não sabe, um spin-off geralmente é originado a partir de algo, um jogo ou livro ou mangá, só que não necessariamente traz os mesmos personagens ou segue uma sequência cronológica em relação ao conteúdo original.

O universo de Fate/Apocrypha segue a mesma premissa das sagas passadas. Mestres e servos em busca do Santo Graal para a realização de desejos. O que muda aqui é que o anime não tem ligação direta com seus antecessores (pode assistir antes ou depois sem se preocupar).

O cenário escolhido para a guerra é a Romênia e ao invés de 14 participantes, o número dobra com a formação de duas equipes com sete duplas de magos e espíritos heroicos. De um lado, a facção vermelha. Do outro, a facção preta.

Facção negra vs Facção vermelha

A facção negra é comandada pela família Yggdmillennia, que anuncia a posse do Santo Graal. Seu representante é Darnic Prestone Yggdmillennia. Foi ele quem encontrou a relíquia e tomou posse dela por 60 anos. Com o cálice sagrado em mãos, Darnic sai da associação dos magos e forma seu próprio clã.

Anime Fate Apocrypha_Facção Preta (Reprodução)

Quem são os servos da facção negra em Fate/Apocrypha? Siegfried (Saber negro), Chiron (Archer negro), Vlad III (Lancer negro), Astolfo (Rider negro), Solomon ibn Gabirol (Caster negro), Frankenstein (Berserker negro) e Jack, O Estripador (Assassin negro).

Na tentativa de recuperá-lo, a Torre do Relógio, formada pela associação dos magos, lidera a facção vermelha, escolhendo os magos do grupo a dedo. Só que há um membro ainda mais ambicioso entre eles, o representante da igreja, Kotomine Shirou, que acaba manipulando algumas coisas no jogo com a ajuda de sua serva Semiramis.

Anime Fate Apocrypha_Facção Vermelha (Reprodução)

Quem são os servos da facção vermelha em Fate/Apocrypha? Mordred (Saber vermelho), Atalanta (Archer vermelha), Karna (Lancer vermelho), Achilles (Rider vermelho), William Shakespeare (Caster vermelho), Spartacus (Berserker vermelho) e Semiramis (Assassin vermelho).

Está formado o cenário de mais uma guerra pelo Santo Graal. E para acompanhar as batalhas, um novo personagem vem à tona.

Quem é o ruler na guerra pelo Graal

Anime Fate Apocrypha_Ruler (Type-Moon Reprodução)

Além das duas equipes, a disputa conta com a presença de um ruler, que é um servo invocado para agir como um juiz, acompanhando todas as lutas como uma mediadora e interferindo sempre que necessário.

Em Fate/Apocrypha, o espírito heroico que cumpre o papel de ruler é ninguém menos que a lendária Joana d’Arc. Em vida, ela lutou na Guerra dos 100 Anos na França e seu destino foi selado na fogueira em 1431.

O que muda é a dinâmica, além de ser um universo totalmente paralelo à Fate/Stay Night e Fate/Zero. A guerra continua sendo cada um por si, até porque quando um dos times é eliminado, as velhas regras voltam a se aplicar. Vence a dupla sobrevivente.

Fate/Apocrypha se destaca por um padrão de animação que enche os olhos, mas não exatamente pelo gráfico (que é bonito e bem delineado), o que mais chama a atenção são as cenas de batalhas com técnicas de computação gráfica 3DCG. Tudo flui na tela quase que de forma coreografada, com uma fotografia bem montada e uma paleta de cores que confere ainda mais dramaticidade e veracidade ao anime.

Quem acompanhou o light novel conta que o anime é quase que uma passagem pelo universo de Fate/Apocrypha, sem muito aprofundamento e explicações superficiais. O que chama a atenção na animação é a ação mesmo, as cenas épicas de batalhas. De familiar mesmo, apenas as cenas de flashback do saber vermelho Mordred com o Rei Arthur (a saber que vemos em Fate/Stay Night e em Fate/Zero.

Também há reviravoltas a longo do enredo, com os dois lados se misturando em prol de algo maior e com o desenrolar dos acontecimentos. Quando você assistir, vai entender o que estou falando aqui.

O amor também floresce no campo de batalha

Anime Fate Apocrypha_Ruler e Sieg (Type-Moon Wikia Reprodução)

Outro destaque, não exatamente um destaque, mas um contexto pouco explorado no universo de Fate até então é o romance. Aqui, vemos isso ir um pouco além, ainda de maneira bastante sutil, deixando até algumas dúvidas no ar. Será mesmo?

Os protagonistas desse lado mais fofo de um anime tão denso como Fate são Joana d’Arc e Sieg, um homúnculus criado pela família Yggdmillennia, mas que conquista sua liberdade graças à ajuda do rider negro Astolfo. Como isso acontece? Só vendo o anime para descobrir. 🙂

Pelo que eu andei lendo por aí, no light novel é exatamente o oposto. Essa relação é mais forte e mais visível, já que Sieg se apaixona à primeira vista pela Ruler.

Deixando o amor de lado, vamos falar da trilha sonora. A primeira abertura, para mim, foi muito viciante, porque é um som enérgico e que combina com o tom épico do anime, sabe? Dá vontade de ouvir em loop, sem parar. Foi o que eu fiz durante algum tempo. O nome da música é “Eiyuu Unmei no Uta”, do duo pop Egoist. A segunda abertura, “Ash”, na voz da cantora Lisa, é um pouco mais suave.

A primeira música de encerramento é “Désir“, da banda GARNiDELiA, seguindo mais ou menos o arranjo da segunda abertura, com toques mais suaves, mas mantendo uma vibração no fundo. Com um ritmo mais calmo entre os quatro sons e um vocal super leve, gostoso de ouvir, o segundo encerramento é “Koe”, na voz da cantora Asuka Ōkura, mais conhecida pelo nome Asca.

No início e depois de acompanhar as outras séries de Fate, confesso, estranhei um pouco o anime. Cadê a Saber como a conhecemos? E a Rin? Onde está todo mundo? A premissa é a mesma, mas para quem se apega aos personagens, Fate/Apocrypha pode causar um certo estranhamento ou até mesmo uma sensação de vazio ao ver um universo tão familiar e ao mesmo tempo tão desconhecido.

Gostei da inserção de personagens que são referências em histórias que ouvimos por aí, como Jack, O Estripador; Frankenstein; Shakespeare, Siegfried (da mitologia nórdica), mas esse distanciamento dos elementos clássicos que compõem o universo de Fate (um roteiro mais elaborado e com diálogos mais profundos, explorando o que cada personagem tem a oferecer de melhor) desanimam quem gosta mais das outras sagas como eu. Depois de ver as três, tenho convicção em afirmar que minha preferida continua sendo Fate/Stay Night.

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