Última parada da chalana: Ilha do Sol, no litoral Sul da Bahia, saindo do píer de Santa Cruz Cabrália. O lugar ganhou fama por duas atrações bem peculiares: doces caseiros e banho de lama no mangue. O acesso é por um deque de madeira que, ao longo do caminho, é acompanhado pelos manguezais, muita lama e seus habitantes naturais, os caranguejos.

O caminho até a ilha propriamente dita é relativamente longo. O deque que nos leva à entrada do paraíso dos doces é cercado por mangues de todos os lados. Se você olhar para as raízes, em direção à lama, é possível ver caranguejos coloridos andando por ali. Para mim, essa foi a melhor parte do passeio pela Ilha do Sol, ver de perto os caranguejos em seu habitat natural.
É quase impossível entrar na ilha sem cantar o hit eternizado na voz de Netinho “tudo começou há um tempo atrás na Ilha do Sol…”. Brincadeiras à parte, ao desembarcar a gente já começa a ouvir as histórias que deram fama do paraíso dos doces.
Dizem que tudo começou com uma doceira e seu neto em uma ilha chamada Paraíso, a 6 quilômetros da Ilha do Sol. Todos os dias, ela viajava até terra firme para vender seus doces. Com o passar do tempo, os pedidos aumentaram e o negócio se tornou um grande sucesso. A Ilha do Sol foi escolhida para receber o casarão que comercializa os doces, transformando o lugar em atração turística, além de render o título de Paraíso dos Doces.
Outras histórias dão conta de que o pai da doceira tinha um restaurante de frutos do mar, que começou a atrair muitos turistas até a ilha. Ela ficava na cozinha, fazendo doces para a sobremesa, até que a família resolveu investir nas guloseimas.
Se a história foi exatamente assim, não sei. O que eu sei, com certeza, é que os doces conquistam os turistas que visitam a ilha. A opção mais tradicional na loja é a cocada assada. Provei um pedacinho. Parece um bolo, com sabor de cocada.
Aliás, na entrada, quando a fila se forma para visitar a loja, há uma breve degustação dos doces. Foi um pouco diferente do que eu imaginei. No balcão, ao lado da fila, tem vários potinhos com pedaços de alguns doces (cacau, cupuaçu, entre outros sabores). Mas é tão rápido! E eu não achei uma boa forma de oferecer a degustação. Tem tanta propaganda para chegar na hora e se deparar com raspinhas para provar.

A variedade é grande. Além de doces (incluindo até jaca cristalizada), tem licores com nomes para lá de engraçados como Viagra de Baiano, Xixi de Cabral, Xixi de Virgem e por aí vai. Lá também é possível degustar de alguns sabores, de uma forma um pouco mais organizada. No geral, gostei da experiência, mas achei os preços bem caros.

Depois das compras, o último destaque da programação é um banho de lama pelos manguezais da ilha. A tripulação do meu barco não estava lá muito encorajada até que um grupo resolveu entrar para experimentar. Só tinha um pequeno problema. A maré estava baixa. Então tinha muito mais água do que lama. E a brincadeira teve que ficar para uma próxima vez, quem sabe.